Brasil: Cristo Redentor faz 87 anos (inaugurado em 12/10/1931)
Posted by Thoth3126 on 11/10/2018
BRASIL: O CRISTO REDENTOR DE BRAÇOS ABERTOS E A SUA HISTÓRIA
O Cristo Redentor no topo do Morro do Corcovado, no Rio de Janeiro é, para muitos, o maior símbolo religioso do Brasil, e para muitos outros, uma atração turística irresistível. A imagem é conhecida no mundo todo, e em 7 de julho de 2007, em uma festa realizada em Portugal, o Cristo Redentor foi incluído entre as novas sete maravilhas do mundo moderno. mas muito poucos conhecem a sua história.
Edição e imagens: Thoth3126@gmail.com
De braços abertos: O Cristo Redentor é, para muitos, o maior símbolo religioso do país, e para outros, uma atração turística irresistível. A imagem é conhecida no mundo todo, mas poucos conhecem sua história.
Fonte: http://www.bbc.co.uk
VISTO DE PERTO
Existe um alçapão no ombro esquerdo do Cristo.
Subir os degraus e lentamente apreciar a vista é como ver o mundo com os olhos de um pássaro ou até mesmo de Deus. Abaixo, prédios de apartamentos e escritórios se aglomeram em meio ao verde da paisagem tropical.
Lá embaixo moram os pobres nas favelas, os ricos em luxuosos apartamentos, os sem-teto, e pode se ver o famoso Maracanã, a baía de Guanabara, com suas ilhas e barcos, a Lagoa Rodrigo de Freitas, a Pedra da Gávea, o Hipódromo, o Arpoador,o Morro Dois Irmãos… Além da areia das praias de Copacabana, Ipanema e Leblon, a imensidão do oceano Atlântico.
Foto do Cristo Redentor
À esquerda, com uma altura equivalente ao dobro de uma pessoa, vê-se a cabeça do Cristo, ligeiramente inclinada para a frente, como se também apreciasse a beleza da cidade. Mas, ao contrário das florestas e do mar, esta estátua é obra do homem e como tal, não durará para sempre. De perto, vê-se que os 80 anos de vida começam a transparecer.
Sem ser notada pelos 5 mil visitantes que sobem ao Cristo diariamente – e que a veem apenas de longe – a superfície da estátua é um mosaico de ladrilhos gastos que lembra a pele de um réptil envelhecido.
Ao longo do tempo, a estátua tem sido atingida por raios que causam estragos. Em janeiro, dois raios atingiram o Cristo em apenas oito dias quebrando um dos dedos médios e queimando a parte de trás da cabeça. Os trabalhos de restauração do famosos cartão-postal do Rio tiveram que ser acelerados para que fossem concluídos em tempo para a Copa do Mundo a ser realizada em junho.
A popularidade da estátua é tão grande que logo às 8h da manhã grupos de turistas já estão no Cristo tirando fotos e apreciando a vista. Para eles, o único sinal de problema é a presença do andaime que leva à entrada discreta existente na bainha da túnica logo acima do pedestal de 8 metros de altura.
Se a estátua tivesse um tornozelo, ali estaria localizada a porta de acesso ao seu interior. Quando se cruza a entrada desaparece o burburinho e o silêncio prevalece.
Foto da escada no interior da estátua
Há pouca luz natural e apenas algumas lâmpadas. Lances de escada permitem a escalada pelo centro do monumento, por entre a estrutura de concreto que suporta a estátua.
A grossa camada de concreto reforçado mantém a temperatura interior agradavelmente fresca, apesar do calor intenso do verão. Em cada um dos 12 níveis, um número pintado de forma rudimentar como num galpão abandonado, indica o andar em que se está.
Não parece que estamos no interior do Cristo Redentor, até chegarmos num plano mais alto, no nível do peito da estátua onde existe um coração grosseiramente esculpido. Ele é revestido pelo mesmo mosaico que recobre o exterior da estátua – onde pode ser visto o contorno do coração – e é o único detalhe mais elaborado da parte interna cujo restante é toda rudimentar.
Ao final do último lance de degraus, uma escada vertical, de ferro, leva a um túnel no interior do braço da estátua – uma passagem estreita, escura que vai até os dedos. O único modo de se inspecionar o estrago causado recentemente pelos raios é sair ao exterior pela parte de cima da estátua de 30 metros de altura.
Os trabalhadores que se espremem pelos buracos de saída existentes nos braços, ombros e cabeça, usam cordas para descer pelo tronco ou para se deslocar pelos 28 do braço que levam à extremidade da ponta dos dedos.
RAIOS
A localização do Brasil nos trópicos faz com que o país seja atingido por um grande número de raios, tornando uma estátua localizada no topo de uma montanha de granito de 709 metros de altura, um claro receptor.
A cada ano, a estátua é atingida por cerca de quatro raios. de acordo com o Instituto Brasileiro de Pesquisa Espacial. A maioria não causa estragos.
Em média, a estátua é atingida por quatro raios durante um ano
Mas, recentemente, têm ocorrido tempestades mais violentas. Segundo Osmar Pinto, chefe do departamento de eletricidade atmosférica do instituto, “nos últimos anos, têm havido tempestades com mais de mil raios, o que antes não acontecia.”
“É necessário supervisionar a estrutura da estátua periodicamente e rever o sistema de para-raios.” A estátua possui cabos condutores que cobrem a cabeça, semelhantes a uma coroa de espinhos, e de lá vão pelos braços até às mãos. Parte das obras sendo realizadas atualmente vai levar os para-raios até a ponta dos dedos. E também será melhorado o sistema que leva os raios à terra.
Se o efeito terra for eficaz existirá um risco menor de estragos em torno do fio condutor. Mas a aterragem é difícil de ser feita se se está em cima de uma enorme rocha de granito que por sua vez não é um bom condutor de eletricidade.
Para Paolo Dal Pino, presidente para a América do Sul da fabricante de pneus Pirelli que doou R$ 1,9 mi para as obras de restauração da estátua, os raios de janeiro causaram um estrago maior do que o habitual neste tipo de incidente.
Ele diz que “um monumento deste tipo, que recebe 2 milhões de visitantes por ano – estima-se que em 2014 esse número suba para 3 milhões de pessoas – não pode sofrer estragos”.
A necessidade de consertos pode passar a ser mais frequente em consequência do envelhecimento da obra e com o agravamento das tempestades. Mas o desgaste já apagou o tom original cinza-esverdeado dos mosaicos que recobrem a superfície do monumento – é possível que daqui para a frente a estátua, gradativamente, exiba um tom mais escuro.
Olhando-se de perto, já pode ser percebido que por conta das várias obras de restauração, atualmente a estátua lembra uma colcha de retalhos com diferentes de tons de cinza, azul e verde. Futuramente, os próximos consertos deverão ser feitos com cores bem diferentes do original, ao menos que seja descoberta uma outra fonte de pedra com coloração idêntica.
Marcia Braga, a arquiteta que comandou os trabalhos de restauração feitos em 2010, diz que não têm sido fácil encontrar o mesmo tipo de pedra. Para substituir 60 mil ladrilhos ela rejeitou 80% do material fornecido. Ela acrescenta que “a ideia é usar uma pedra que mais se assemelhe à original pois quando se usa uma cor muito diferente o resultado estético é ruim.”
As autoridades negaram que tenham intenção de substituir todos seis milhões de ladrilhos que compõem a estátua mudando de uma vez só a cor do Cristo Redentor.
Em 2020, o monumento deve passar por mais uma renovação geral, como a última, feita em 2010. Ainda não ficou decidido quantos ladrilhos serão substituídos, mas as novas pedras deverão ser de um cor distinta, “um diferente tom de verde mais escuro”, segundo um porta-voz do Instituto Nacional do Patrimônio Histórico, Artístico e Cultural. “As pedras da estátua são difíceis de ser encontradas”
O monumento foi criado pelo escultor francês Paul Landowski e construído pelo engenheiro Heitor da Silva Costa, em colaboração com o engenheiro francês Albert Caquot, entre 1922 e 1931. Foi inaugurada no dia 12 de outubro de 1931, dia de Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil. A estátua, com 38 metros de altura, situa-se no topo do morro do Corcovado, a 709 metros acima do nível do mar, no Parque Nacional da Tijuca, com vista para a cidade. Um símbolo do cristianismo brasileiro, a estátua se tornou um ícone do Rio de Janeiro e do Brasil. Em uma pesquisa realizada pela revista América Economia, no ano de 2011, o Cristo Redentor foi considerado por 23,5% dos entrevistados como o maior símbolo da América Latina. A pesquisa foi feita pela internet e reuniu a opinião de 1 734 executivos de todos os países da região.
O COMEÇO
Os ladrilhos de pedra que recobrem o Cristo Redentor foram umas das últimas partes do design a serem terminadas.
Segundo o arquiteto brasileiro Heitor da Silva Costa, o idealizador do projeto, foi a primeira vez que se usou mosaico numa estátua. A ideia original de se construir um monumento em homenagem a Jesus Cristo nasceu de um grupo de brasileiros que, temendo que com o advento da Primeira Guerra Mundial, o mundo fosse ser retomado por uma onda ateísta.
Eles viram o projeto como uma oportunidade de reaproximar a Igreja do governo, terminando o distanciamento iniciado com a proclamação da República, no final do século anterior. Uma forma do catolicismo reconquistar o espaço na religiosidade do Rio, que na época era a capital do Brasil.
Um primeiro desenho mostrava Cristo com uma bola e uma cruz (acima)
A primeira proposta apresentada era para se construir uma estátua de Jesus Cristo em bronze no topo do Pão de Açúcar, bem na entrada da baía da Guanabara. Mas acabou sendo decidido que o morro do Corcovado era uma opção melhor, pois ali, o monumento teria mais visibilidade.
O projeto de Heitor da Silva Costa foi escolhido em fevereiro de 1922. Ele imaginou a estátua de frente para o sol nascente como sua própria descrição: “A estátua do salvador divino deve ser a primeira imagem a emergir da escuridão em que a Terra se encontra mergulhada, a primeira a ser saudada pela estrela que faz o dia e que depois de cobri-la com sua luminosidade radiante, criará, sobre a cabeça, durante o ocaso, uma auréola digna do Filho de Deus.”
Em seu desenho original, Cristo carregava com uma das mãos uma grande cruz e com a outra segurava um globo celestial. A ideia foi ridicularizada por alguns que a batizaram de “Cristo com a bola.”
Os desenhos de Carlos Oswald mostram como o projeto evoluiu.(acima)
Ele desenvolveu o desenho definitivo ao analisar o morro do Corcovado (que na época tinha no topo uma torre de transmissão da Westinghouse) de diferentes pontos de vista. Na versão final, Heitor da Silva Costa recebeu ajuda do artista Carlos Oswald. A nova ideia fundiu em uma só as imagens de Cristo e da cruz. Os braços abertos significam a redenção da humanidade perante à crucificação.
Mas o novo desenho trouxe novos desafios. Heitor da Silva Costa já tinha decidido que a estátua teria que ser imensa, capaz de ser vista do centro da cidade a 42 quilômetros de distância. A estrutura teria que ser forte o suficiente para suportar o peso dos enormes braços. Ele optou por usar concreto reforçado. Dizia que era “o material do futuro”. Em 1924 viajou para a Europa para poder trabalhar no projeto com o engenheiro francês Albert Caquot, na época o maior especialista neste tipo de material.
Na Europa, ele se encontrou com diversos escultores europeus. Um deles foi Antoine Bourdelle, que tinha trabalhado com Rodin. Baseado nos desenhos de Oswald ele criou um modelo de 4 metros de altura. Mas o projeto acabou sendo entregue ao escultor franco-polonês Paul Landowski.
O traços do desenho original de Carlos Oswald já revelava um estilo art-deco que acabou sendo intensificado por Landowski. Ele construiu um modelo em tamanho real em argila que seria transportado para o Rio onde seria reproduzido em concreto.
No estúdio de Landowski, em Paris, foi construído um modelo de 4 metros de altura. FOTO
Em 1927, uma estrutura preliminar de ferro foi erguida no topo da montanha mas ainda não tinha sido decidido que material seria usado na construção final. Heitor da Silva Costa achava que o acabamento em concreto ficaria extremamente grosseiro e cru.
Ele temia estar “caminhando para um fracasso artístico inevitável do qual era impossível regressar.”
A inspiração decisiva foi dada por uma arcada que tinha acabado de ser inaugurada na famosa Champs Elysees que ele encontrou ao passear por Paris após um dia de trabalho. Ele viu que um chafariz era recoberto por um mosaico prateado.
Ele escreveu que “ao ver pequenos ladrilhos cobrindo a superfície curva do chafariz me convenci que poderia usá-los na estátua que sempre tive em mente.” Costa acrescentou que “em menos de 24 horas comecei a colocar o conceito em prática. Na manhã seguinte fui a um estúdio de fabricação de cerâmica onde pude produzir as primeiras amostras.”
Como conta sua tataraneta, Bel Noronha, Costa escolheu a pedra-sabão em parte por ser o material usado no século 18 por Aleijadinho em suas obras. As esculturas do mestre Aleijadinho permanecem em bom estado de conservação até hoje, 120 anos após serem criadas, atestando a durabilidade da pedra-sabão.
Apenas a cabeça e as mãos foram esculpidas em tamanho real e enviadas de navio ao Brasil. FOTO
Ele escolheu uma amostra de cor suave colhida em uma pedreira perto de Ouro Preto, onde trabalhava o Aleijadinho. Ele não imaginava que 83 anos depois, a fonte iria se esgotar.
Mulheres voluntárias, de uma paróquia existente no sopé do morro do Corcovado, colaram então pequenos triângulos de pedra-sabão de 3cm x 3cm x 4cm, e com espessura de 5mm, em uma peça de linho.
Dando um toque pessoal ao trabalho, elas gravaram na parte de trás de muitos pequenos ladrilhos, mensagens de amor dirigidas aos seus namorados. Em uma filme feito por Bel Noronha, uma dessas voluntárias, Lygia Maria Ávila da Veiga, admite ter escrito várias dessas mensagens. Ela diz que suas mensagens “ainda estão por lá, la´no alto.”
O CRISTO, O SÍMBOLO DE UMA NAÇÃO
Até hoje existe uma forte ligação entre a estátua e aqueles que moram em seus arredores.
O bloco “Suvaco do Cristo” desfila todo Carnaval numa referência à famosa estátua de braços abertos. Seus integrantes se vestem com camisetas que levam estampadas a imagem do Cristo Redentor.
Morro Dona Marta FOTO
O visual do Cristo é permanente para os moradores do morro Dona Marta. Silvana Castro, que vive no Dona Marta, diz gostar da convivência cotidiana com o Cristo. “Sei que ele está sempre lá”, ela diz, e acrescenta que é ótimo ter aquela paisagem à deposição. “É lindo à noite quando fica todo iluminado.”
Visto de uma distância de dois quilômetros, o Cristo parece uma cruz branca brilhando no alto da montanha. Ou em outras cores, em dias especiais: lilás para celebrar o Dia das Mães; rosa para lembrar as iniciativas de combate ao câncer de mama ou azul para conscientizar a população sobre autismo.
Daniel Nascimento, um vendedor de sorvetes diz que um privilégio ter uma vista da estátua. “É um símbolo de nossa comunidade”, acrescenta ele. Daniel diz não ser religioso, portanto, para ele, “o Cristo é apenas um dos lugares mais lindos do Rio. Aqui perto há uma trilha que somente os moradores conhecem e que leva direto ao Cristo. É algo muito especial.”
Apesar da inspiração religiosa ligada à imagem, o monumento nunca foi visto exclusivamente como algo religioso. O conde Celso, um dos incentivadores do projeto original nos anos 20, descreveu a obra como sendo “um monumento à ciência, às artes e à religião.”
Para o Padre Omar, pároco da capela que existe na base da estátua, ela é “um símbolo religioso, um símbolo cultural e um símbolo do Brasil.” Ele acrescenta que o Cristo Redentor oferece de braços abertos, uma vista maravilhosa a todos os que passam pelo Rio de Janeiro e o visitam.”
A imagem do Cristo pode ser encontrada em todos os cantos – em grafiti, esculturas na areia da praia de Copacabana – até mesmo gravada na pele.
A imagem do Cristo pode ser encontrada em todos os cantos – em grafiti, esculturas na areia da praia de Copacabana – até mesmo gravada na pele. Edílson Porfírio Dantas, que vive no Rio há 18 anos, tem a imagem do Cristo tatuada em suas costas. Ele conta que a tatuagem “levou oito horas para ser feita”. Ele diz que não é carioca, mas que tem o Rio em seu coração. “O Cristo é lindo.”
Segundo Marcio Roiter, presidente do Instituto Brasileiro de Art Deco, o Cristo Redentor tem vários significados. “Um significado diferente para cada pessoa.” Ele também acha que o significado não é somente religioso. “É mais como se alguém estivesse lhe dando um abraço de boas vindas.”
Suas palavras lembram a famosa música que Gilberto Gil compôs em 1969, que muita gente acredita ter sido inspirada pela estátua do Cristo.
Depois de passar um período preso num quartel do Rio por questões políticas, Gil transmite na música a vibração do Rio. Ele fala sobre as meninas dos bairros cariocas, a famosa escola de samba da Portela, o time do Flamengo, a Banda de Ipanema, entre outros.
Alô Rio de Janeiro – aquele abraço!
Alô povo brasileiro – aquele abraço!
Como a estátua do Cristo Redentor, Gilberto Gil abraça todo mundo e é abraçado por todos!
No dia 7 de julho de 2007, em uma festa realizada em Portugal, o Cristo Redentor foi incluído entre as novas sete maravilhas do mundo moderno. A decisão, após um concurso informal, foi baseada em votos populares (internet e telefone), votação que ultrapassou a casa dos cem milhões de votos.
Créditos
Autores: Donna Bowater, do Rio e Stephen Mulvey com Tanvi Misra em Londres
Publicado: 9 de junho de 2014
Programador: Richard Bangay,
Produção: Catherine Wynne;
Designer: Paul Finn
Gráficos: Helene Sears
Editor: Giles Wilson
Criado com: Shorthand.
Créditos das fotos
Fotos maiores: Gustavo Oliveira, da Associated Press e Getty Images
Fotos de arquivo: Família Da Silva Costa, Família Oswald e Museu Landowski
Fontes dos gráficos: Redentor: De Bracos Abertos, por Maria Izabel Noronha e Lilian Fontes, Instituto Nacional do Patrimônio Histório, Artístico e Cultural do Brasil, Revista O Cruzeiro, 10 de outubro de 1931.
Permitida a reprodução desde que mantida a formatação original e mencione as fontes.
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