quinta-feira, 1 de agosto de 2013

No Diário Popular...

Brechas na história revelam Lucrécia

Professor Oscar Luiz Brisolara fala de seu livro, nesta quinta à noite, no Programa do Jô, na TV Globo
Por: Jussara Lautenschlãger


Ao longo dos anos a vida de Lucrécia Borgia foi tema de peças teatrais, óperas e filmes. Conhecida como uma mulher demoníaca esta imagem é desfeita nas páginas do livro Santa Lucrezia dei Cattanei do pelotense e professor Oscar Luiz Brisolara, um dos entrevistados do Programa do Jô na noite desta quinta-feira (1), na TV Globo.
O romance histórico que marca a estréia de Brisolara como escritor chama a atenção pela forma como entra nas brechas da história e descreve fatos como o auto da fé em que pessoas eram torturadas e assassinadas em praças públicas no final do século 15.
A ficção se mistura com a verdade histórica em mais de 160 páginas que levam o leitor a conhecer um pouco mais da família Borgia, descrita nos livros como sanguinária, vingativa e ambiciosa.
Quem é Lucrécia

Lucrécia Borgia era filha de Rodrigo Borja, o papa Alexandre VI com Rosa Giovanna Dei Cattanei. Nasceu em 1480 e morreu com 39 anos. Aos 13 anos, se uniu a João Sforza, sobrinho do cardeal Ascanio Sforza, mas por interesses políticos do pai o casamento foi anulado para que se casasse com Afonso de Aragão, que é assassinado a mando da família.
Mais uma vez, Lucrécia (ou Lucrézia, como é chamada pelo autor) é conduzida pelo pai para mais um casamento, desta vez com Afonso d’Este, duque de Ferrara com quem constrói uma família.
Aldyr Garcia Schlee escreve no prefácio do livro que as notas biográficas de Lucrécia Bórgia geralmente não dizem que sua mãe, Rosa Giovanna Dei Canttanei, era uma prostituta conhecida por Vanoza dei Cattanei. Também não revelam que Orlando Furiosos, a obra prima do grande poeta Ariosto, era dedicada a Lucrécia; e que César Bórgia, irmão de Lucrécia, fora tomado como modelo por Maquiavel em O Princípe. E não dizem, ainda, que ela seria e foi Sancta Lucrezia Dei Cattanei, eternizada numa pintura de Bartolomeu Veneziano, em que aparece com um seio à mostra, um enigmático e desafiante olhar enviesado e algo na mão direita – talvez um punhal sangranto em forma de crucifixo, que o leitor verá na capa do romance de Brisolara.
“A imagem de Santa Lucrécia, aliás Sancta Lucrezia Dei Cattanei, na capa deste livro, é bem a imagem da protagonista do romance, muito mais próxima da literariedade com que foi construída por Oscar Brisolara do que da obscura e multifacetada realidade com que terá sido vista, retratada e esquecida por seus coevos. Já por aí começa a se dinstinguir, por sua singularidade, esta obra de ficção posta desafiadoramente sobre a História”, escreve Aldyr Garcia Schlee.
O autor
Oscar Luiz Brisolara é professor universitário da área de Letras há mais de 30 anos e leciona Língua Latina na Universidade Federal do Rio Grande (Furg).
É mestre e doutor em Linguística, e especialista em idiomas clássicos: latim e grego. Lecionou Literatura brasileira e Portuguesa na Universidade Católica de Pelotas (UCPel), além de língua latina, língua grega clássica e linguística.
Brisolara estudou por 12 anos no Seminário dos Frades Capuchinos na Serra gaúcha onde aprendeu idiomas, incluindo os clássicos.
Como seminarista, teve a oportunidade de ler as mais variadas literaturas, tanto antigas quanto modernas, e estudou as principais correntes filosóficas que fundamentam o pensamento ocidental contemporâneo.
Concluiu o mestrado e fez doutorado em Linguística na Pontífícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC/RS). Foi professor de língua grega clássica no Seminário Diocesano de Pelotas por oito anos.
O escritor adianta que já tem mais três trabalhos concluídos e o tema não poderia ser outro: romance histórico. O livro Sancta Lucrezia dei Cattanei esta a venda em Pelotas, nas livrarias Vanguarda e Mundial, e em Rio Grande, na Livraria Vanguarda.

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