Há quem diga existirem espíritos que fazem sua morada nos objetos... os espíritos das árvores, por exemplo... um velho umbu, ao lado de uma tosca tapera centenária deve ser morada de muitos deles... velhos peões andarilhos sepultados nas cercanias...soldados degolados às centenas nas antigas revoluções que sustentavam a luta pela posse da terra e a vaidade dos homens... muitas vezes dormi nesses velhos galpões do campo... só... ninguém dos meus desse tempo era suficientemente doido para acompanhar-me... em noites geladas de inverno... tivera eu então um ímpeto pela agricultura... comprei um campo e arrendei outros... sentia a forte presença desses espíritos... uma emoção violenta rondava-me pela noite adentro... escutava o estalido da velha madeira nas longas madrugadas... o sol dissipava tudo... as trevas e os espíritos... mas, ao entrar nos bosques e matos, tinha a sensação de que alguém me seguia... pois minha caneta pareceu simpatizar com as toscas ruínas da velha escola de meu avô... jogou-se de meu bolso para a terra úmida da estrada de diante da velha porteira no intuito renitente de ficar...
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