segunda-feira, 17 de novembro de 2014

VIENA – A ANTIGA CAPITAL DO IMPÉRIO AUSTRO-HÚNGARO - ONDE JOGOU A SELEÇÃO BRASILEIRA EM 2014

Prof. Dr. Oscar Luiz Brisolara
Jardins do Palácio Belvedere - Viena 
A seleção brasileira joga hoje na maravilhosa Viena, a capital da Áustria. Com mais de um milhão e meio de habitantes, é cidade da cultura e dos magníficos palácios. Para se entender esta cidade, é preciso recuperar um pouco a história do surgimento da Europa.
Com a queda do Império Romano do Ocidente no século V d. C., lentamente começou o formar-se o continente que hoje chamamos de Europa. No ano 476, da era cristã, os Hérulos, um grupo de tribos germânicas nômades, lideradas por Odoacro, invadiu o norte da Itália e conquistou a cidade de Roma.
O último imperador romano do ocidente, Rômulo Augusto, abdicou. Os invasores saquearam a cidade, destruíram-na parcialmente e a abandonaram. Desde esse momento, os papas supriram parcialmente o papel de autoridade dos imperadores. Porém, foi-se gradativamente organizando um novo sistema que ficou conhecido com feudalismo.
Pequenos líderes regionais foram construindo fortalezas que ficaram conhecidas como castelos, ao redor dos quais se organizavam vilas e cidades. O pátio do castelo era cercado por muros fortificados e servia como proteção ao povo em épocas de invasões ou guerras. Os donos dos castelos passaram a organizar-se hierarquicamente, de acordo com a riqueza de cada um, em classes de nobreza: os mais poderosos eram os duques, abaixo deles estavam os condes e, por fim, vinham os barões.
Um concerto em Viena
Foi-se estabelecendo uma contribuição de dez por cento da produção, chamada de dízimo, que deveria ser paga como vassalagem. Os pequenos agricultores eram servos e pertenciam à gleba rural. Assim, os proprietários pagavam dízimo aos barões, os barões, aos condes e os condes aos duques. Quando surgiram os reinos, os duques pagavam dízimo aos reis.
Porém, os papas, no período em que Pepino o Breve era rei do Império Franco, tomaram uma área central da Itália a que chamaram de Estados Pontifícios. O rei dessa região era o papa. Acontece que diversas invasões de hordas de povos nômades criavam insegurança nos estados pontifícios. O papa Adriano I, na Páscoa de 774 d. C., solicita a proteção do rei dos Francos, Carlos Magno. Por fim, no Natal do ano 800 d. C., o papa Leão III consagra Carlos Magno como imperador e funda, assim, o Sacro Império Romano Germânico, que se compromete proteger os Estados Pontifícios e garantir a autoridade papal sobre todo o mundo cristão.
Um concerto em Viena
Diversas famílias imperiais ocuparam o cargo de imperador nesse enorme império, que não tinha uma capital definida. Porém, em 1804, Napoleão Bonaparte cria o Império Francês, com sede em Paris. Então, Francisco I, da Áustria, cria o Império Austríaco, que vai ser transformado em Império Austro-Húngaro em 1867, pelo imperador Francisco José I. A capital desses dois impérios é a cidade de Viena.





 Palácio de Schönbrunn
Essa capital é banhada pelo grande rio Danúbio, o segundo maior curso de águas da Europa, com mais de 2.500 km de extensão. Nasce na Floresta Negra, no sudoeste da Alemanha e deságua no Mar Negro, na Romênia. É navegável em grande parte de seu curso e estabelece a frinteira entre diversas nações. O Danúbio é azul apenas nas valsas de Strauss. São encantadoras as diversas pontes do majestoso rio Danúbio em Viena.
O Império Austro-Húngaro acaba no  fim da Primeira Guerra Mundial. Cria-se, então, a República da Áustria, em 1919, com o Tratado de Saint-Germain-en-Laye.
Em 13 de março de 1938, a Áustria é anexada ao Terceiro Reich, pela Alemanha nazista de Hitler. Em 1945, após o fim da Segunda Guerra Mundial, fizeram-se novas eleições e reestabeleceu-se a República da Áustria, como está hoje.
 Palácio de Schönbrunn
Em Viena situa-se o magnífico Palácio de Schönbrunn, cujo nome significa bela fonte, e foi residência de Verão dos Habsburgos, nomeadamente da Imperatriz Maria Teresa, seu consorte Francisco Estêvão de Lorena e a numerosa prole - 16 filhos - 11 mulheres e 5 homens. Mulher enérgica e decidida, subiu ao trono em 1748.
Durante o seu reinado, a Áustria viveu um dos mais prósperos períodos da sua história. Seus inúmeros filhos povoaram as cortes do velho mundo, por via de casamentos estrategicamente acordados. A mais nova, Maria Antonieta, ficou célebre por casar-se com o rei francês Luís XVI e perder a cabeça no final da Revolução Francesa.
Palácio Belvedere - Viena 







Situa-se também na capital austríaca o portentoso Palácio de Belvedere (Schloss Belvedere), que foi residência de Verão do Príncipe Eugênio de Saboia, aclamado militar amplamente condecorado, graças às inúmeras e vitoriosas campanhas bélicas, por exemplo, nos Bálcãs, quando repeliu a ameaça turca.
 Palácio de Schönbrunn
O palácio, que tem estilo barroco, foi vendido a Maria Teresa da Áustria pelos herdeiros do príncipe. Maria Teresa deu o nome ao lugar de Belvedere, que em italiano significa Bela Vista. Na parte onde fica a Casa dos Habsburgos, o palácio foi ampliado. Desde a Primeira Guerra Mundial, o Belvedere também é um museu (Österreichische Galerie Belvedere). O edifício sofreu danos durante a Segunda Guerra Mundial, mas foi reconstruído.
Esfinge feminina junto ao Palácio Belvedere
Dos jardins, que percorremos e admiramos, avista-se a Catedral de Santo Estêvão e os célebres Bosques de Viena, imortalizados nas partituras de Strauss. Aí, podem observar-se grandiosas figuras mitológicas de pedra, de uma anatomia estranhíssima. Aladas, corpo de felino, mas busto e face femininas. Diz a lenda que, quem tocar os seios das esfinges com a palma da mão bem aberta, regressa breve a Viena e é amplamente contemplado pela sorte.


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