Prof. Dr. Oscar Luiz Brisolara
Jardins do Palácio Belvedere - Viena |
A seleção brasileira joga hoje na maravilhosa
Viena, a capital da Áustria. Com mais de um milhão e meio de habitantes, é
cidade da cultura e dos magníficos palácios. Para se entender esta cidade, é
preciso recuperar um pouco a história do surgimento da Europa.
Com a queda do Império Romano do Ocidente no
século V d. C., lentamente começou o formar-se o continente que hoje chamamos
de Europa. No ano 476, da era cristã, os Hérulos, um grupo de tribos germânicas
nômades, lideradas por Odoacro, invadiu o norte da Itália e conquistou a cidade
de Roma.
O último imperador romano do ocidente, Rômulo
Augusto, abdicou. Os invasores saquearam a cidade, destruíram-na parcialmente e
a abandonaram. Desde esse momento, os papas supriram parcialmente o papel de
autoridade dos imperadores. Porém, foi-se gradativamente organizando um novo
sistema que ficou conhecido com feudalismo.
Pequenos líderes regionais foram construindo
fortalezas que ficaram conhecidas como castelos, ao redor dos quais se
organizavam vilas e cidades. O pátio do castelo era cercado por muros fortificados
e servia como proteção ao povo em épocas de invasões ou guerras. Os donos dos
castelos passaram a organizar-se hierarquicamente, de acordo com a riqueza de
cada um, em classes de nobreza: os mais poderosos eram os duques, abaixo deles estavam
os condes e, por fim, vinham os barões.
Um concerto em Viena |
Foi-se estabelecendo uma contribuição de dez por
cento da produção, chamada de dízimo, que deveria ser paga como vassalagem. Os
pequenos agricultores eram servos e pertenciam à gleba rural. Assim, os
proprietários pagavam dízimo aos barões, os barões, aos condes e os condes aos
duques. Quando surgiram os reinos, os duques pagavam dízimo aos reis.
Porém, os papas, no período em que Pepino o Breve
era rei do Império Franco, tomaram uma área central da Itália a que chamaram de
Estados Pontifícios. O rei dessa região era o papa. Acontece que diversas
invasões de hordas de povos nômades criavam insegurança nos estados pontifícios.
O papa Adriano I, na Páscoa de 774 d. C., solicita a proteção do rei dos
Francos, Carlos Magno. Por fim, no Natal do ano 800 d. C., o papa Leão III
consagra Carlos Magno como imperador e funda, assim, o Sacro Império Romano Germânico, que se
compromete proteger os Estados Pontifícios e garantir a autoridade papal sobre
todo o mundo cristão.
Um concerto em Viena |
Diversas famílias imperiais ocuparam o cargo de
imperador nesse enorme império, que não tinha uma capital definida. Porém, em
1804, Napoleão Bonaparte cria o Império Francês, com sede em Paris. Então, Francisco
I, da Áustria, cria o Império Austríaco, que vai ser transformado em Império
Austro-Húngaro em 1867, pelo imperador Francisco José I. A capital desses dois
impérios é a cidade de Viena.
Palácio de Schönbrunn |
O Império Austro-Húngaro acaba no fim da Primeira Guerra Mundial. Cria-se, então, a República da Áustria, em 1919, com o Tratado de Saint-Germain-en-Laye.
Em 13 de março de 1938, a Áustria é anexada ao Terceiro Reich, pela Alemanha nazista de Hitler. Em 1945, após o fim da Segunda Guerra Mundial, fizeram-se novas eleições e reestabeleceu-se a República da Áustria, como está hoje.
Palácio de Schönbrunn |
Durante o seu reinado, a Áustria viveu um dos mais
prósperos períodos da sua história. Seus inúmeros filhos povoaram as cortes do
velho mundo, por via de casamentos estrategicamente acordados. A mais nova,
Maria Antonieta, ficou célebre por casar-se com o rei francês Luís XVI e perder
a cabeça no final da Revolução Francesa.
Palácio Belvedere - Viena |
Situa-se também na capital austríaca o portentoso Palácio de Belvedere (Schloss Belvedere), que foi residência de Verão do Príncipe Eugênio de Saboia, aclamado militar amplamente condecorado, graças às inúmeras e vitoriosas campanhas bélicas, por exemplo, nos Bálcãs, quando repeliu a ameaça turca.
Palácio de Schönbrunn |
Esfinge feminina junto ao Palácio Belvedere |
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