Prof. Dr. Oscar Luiz Brisolara
Lord Byron |
Que o renomado escritor inglês Lord Byron era um apaixonado,
sua própria biografia o afirma. Apaixonava-se por causas como o fez com a
libertação do povo grego do domínio otomano, causa, aliás, que lhe trouxe a
morte. Pegou em armas para defender a Grécia e morreu em combate.
Apaixonava-se também por pessoas, como o fez com Lucrézia Bórgia,
a minha Lucrezia dei Cattanei. Tamanha era a paixão do poeta inglês pela
princesa italiana que levou o jovem a passar temporadas em Roma. O fato de ele
ter vivido trezentos anos depois da jovem romana não foi nenhum empecilho para
que essa paixão fosse avassaladora.
Lucrézia Bórgia |
Tamanha era a paixão do lorde que o levava a ficar horas inteiras
apreciando a “scalinata dei Borgia”, uma residência em que Lucrézia vivera há séculos,
sonhando com as passagens da elegante moça pela sacada frontal do prédio.
Conta-se também que o inglês enamorado teria conseguido
alguns fios de cabelo de sua paixão, Lucrézia Bórgia, filha do papa Alexandre
VI, cujo nome civil de Rodrigo Bórgia.
Naquela época havia uma forma de namoro conhecida como amor
cortês. Esse, geralmente, não passava da forma literária. Assim parece que era
o amor entre Lucrézia Bórgia e Pietro Bembo, um escritor do tempo dos Bórgia na
corte de Roma.
Pietro Bembo |
Capelli di Lucezia |
Acontece que durante o longo período em que trocaram cartas,
Pietro vivia em Milão e Lucrézia, em Ferrara, cidades distantes uma da outra,
para os meios de transporte do início do século XVI. Lucrezia enviou uma mecha
de cabelos loiros cacheados a Pietro Bembo. Esses cabelos encontram-se até
hoje, 500 anos depois, na Biblioteca Ambrosiana de Milão, lugar que tive o
prazer de visitar. Foi parte dessa mecha que o guarda vendeu a Lord Byron.
Veja-se até onde vai uma paixão.
Lettera di Lucrezia a Pietro |
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