Prof. Dr. Oscar Luiz Brisolara
Aconteceu no século XVI, entre os anos de 1547 e 1584, o
longo reinado de quase 40 anos, do mais cruel imperador que a Rússia conheceu. Trata-se de Ivã IV, em
russo, no alfabeto cirílico, Иван
IV Васильевич Грозный.
Ivã reinou em tempos muito difíceis. Houve secas e muita
fome, causando revoltas da população. Também houve invasões ao território russo
como a invasão dos lituanos e dos tártaros. A própria alcunha de terrível
significava, em seu tempo, o que causa medo, o que inspira terror.
Porém, de fato foi um homem muito cruel. No Saque a Novgorod, suas tropas queimaram e
saquearam a cidade e aldeias circundantes, de tal modo que a cidade nunca mais
recuperou a antiga importância. Uma crônica escrita por Pskov estima um
número de vítimas superior a 60 mil, embora haja quem afirme que esse número seja
exagerado. Ele e o filho Ivã Ivanovich
participavam pessoalmente dos massacres. Porém, à noite, recolhiam-se em
igrejas para orar.
Por outro lado, foi
excelente diplomata. Incrementou a produção interna da Rússia. Recrutou
artesãos na Alemanha para que trabalhassem na Rússia. Porém, houve intervenção
dos povos vizinhos, dificultando o ingresso desses artesãos no território
russo, isolando a Rússia no comércio
marítimo do Báltico.
Porém, embora
tivesse contribuído para a expansão do território russo e a melhoria de
condições internas da população, permaneceu sua fama de crueldade.
Difundiram-se muitas narrativas a respeito de seu comportamento.
Há uma tradição segundo a qual o cruel imperador tinha o hábito de condenar cidadãos e enforcá-los na residência do condenado, deixando o cadáver pendurado na sala em que fazia uma refeição com a família, exortando a esposa e os filhos a não seguirem o exemplo do morto.
Há uma tradição segundo a qual o cruel imperador tinha o hábito de condenar cidadãos e enforcá-los na residência do condenado, deixando o cadáver pendurado na sala em que fazia uma refeição com a família, exortando a esposa e os filhos a não seguirem o exemplo do morto.
Porém, o maior
exemplo de sua crueldade foi o assassinato do próprio filho primogênito,
o herdeiro do trono Ivã Ivanovich.
Conta-se que as relações entre pai e filho estavam abaladas. Os dois competiam em crueldade. A nora do rei, esposa de Ivanovich, estava grávida e passeava pelos corredores do palácio em vestes de quarto. O sogro a repreendeu e agrediu com tanta violência que ela abortou. O marido saiu em defesa da esposa e entrou em luta corporal o próprio pai que o agrediu até a morte.
Conta-se que as relações entre pai e filho estavam abaladas. Os dois competiam em crueldade. A nora do rei, esposa de Ivanovich, estava grávida e passeava pelos corredores do palácio em vestes de quarto. O sogro a repreendeu e agrediu com tanta violência que ela abortou. O marido saiu em defesa da esposa e entrou em luta corporal o próprio pai que o agrediu até a morte.
Ivã teve seis
esposas. A primeira, Anastácia Romanova Zakharina, suicidou-se por
envenenamento. As quatro seguintes faleceram de morte natural. A última, Maria
Nagaya, sobrevivei ao marido. Ivã tinha acessos de
loucura e fúria, embora não sejam raros exemplos de bondade e condescendência
para com pessoas pobres e desamparadas.
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