Campo magnético da Terra está mais instável
O Campo magnético da Terra está se tornando instável
O
campo magnético da Terra, que nos protege da radiação solar e cósmica
potencialmente perigosa, está gradualmente perdendo sua estabilidade.
Não há necessidade de mudar-se para o subsolo ou construir colônias
espaciais, ainda, porém as mudanças estão ocorrendo ao longo de milhões
de anos.
Você
pode supor que as bússolas sempre apontaram para o norte no ponto
geográfico ATUAL, mas na verdade os pólos magnéticos têm trocado de
lugar muitas vezes na história da Terra.
Tradução, edição e imagens: Thoth3126@protonmail.ch
O
campo magnético do planeta está se tornando menos estável. No passado
distante, inverteu a direção a cada 5 milhões de anos, mas agora parece
que ele faz isso a cada 200 mil anos.
Os
cientistas que estudam o planeta já suspeitavam que essas “sacudidas”
estão se tornando mais frequentes, e que o campo magnético era menos
propenso a inversão dos pólos em um passado mais distante.
Agora, a
análise mais detalhada das provas geológicas até à presente data sugerem
que o campo se desestabiliza muito devagar. Considerando que, no
passado distante, ele inverteu a direção a cada 5 milhões de anos, ele
agora esta mudando a cada 200 mil anos.
O Campo
magnético da Terra é alimentado pelo coração do planeta.No seu centro
está um núcleo interno sólido rodeado por um núcleo externo de magma
fluido, que é mais quente na parte inferior. Ferro quente sobe dentro do
núcleo externo, então esfria e afunda. Estas correntes de convecção,
combinados com a rotação da Terra, são as forças que geram um “geodínamo” que alimenta o campo magnético que protege o planeta dos raios cósmicos e solares.
A última grande reversão ocorreu a 781 mil anos atrás
Devido a
mudanças de temperatura e fluxo de fluido, a força do campo magnético
varia, e as posições dos pólos magnéticos norte e sul mudam.
Essas
mudanças deixam vestígios nas rochas. Quando a lava arrefece e esfria,
as partículas de óxido de metal no interior da rocha se tornam
congeladas na direção do campo magnético prevalecente. Assim, os
cientistas podem trabalhar as posições históricas dos pólos magnéticos,
examinando e analisando amostras de lava.
Como resultado, já se sabe que houve cerca de 170 reversões dos pólos magnéticos durante os últimos 100 milhões de anos e que a última grande reversão aconteceu 781 mil anos atrás.
Então,
estariam essas inversões se tornando mais ou menos comuns? Em teoria,
isso depende do que está acontecendo com o núcleo da Terra.
Os
investigadores acreditam que o núcleo interno está crescendo lentamente,
na medida em que o núcleo externo resfria e se solidifica. Isso deve
significar mudanças mais freqüentes. Simulações fetuadas por Gary Glatzmaier e
seus colegas da Universidade da Califórnia, na cidade de Santa Cruz,
sugerem que um núcleo interno maior seria mais um obstáculo para
correntes no núcleo externo, deste modo produzindo um campo magnético
mais instável.
Mas é
difícil de verificar isso, porque em rochas mais antigas a prova da
direção do campo magnético é menos bem preservada. Por isso Toni Veikkolainen
da Universidade de Helsinki, na Finlândia, reuniu uma faixa de dados
existentes a partir de amostras de rocha entre 500 milhões e 3 bilhões
de anos de idade.
Primeiro,
Veikkolainen eliminou todos os dados menos confiáveis. Por exemplo, ele
rejeitou todas as amostras contendo hematita, porque ela pode se formar
um longo período de tempo após o resto da rocha, levando a confusão de
dados.
Ele também
deixou de fora rochas de resfriamento lento como o granito, e jogou
fora as amostras que foram conhecidas por terem se inclinado, a menos
que eles pudessem ser corrigidos com precisão com base em outras provas.
Assim, tendo reduzido cerca de 300 conjuntos de dados a apenas 55, Veikkolainen estimou que a freqüência das reversões dos pólos magnéticos ocorreu em diferentes pontos no passado da Terra .
As evidências apontam para um campo mais estável muito longe do passado e menos reversões.
Ele
descobriu que as inversões dos polos acontecem cerca de uma vez a cada
3,7 milhões de anos no período entre 500 milhões e 1,5 bilhões de anos
atrás. Mas, em um momento anterior, no período entre 1,5 bilhões e 2,9
bilhões de anos atrás, o campo magnético só capotou uma vez a cada 5
milhões de anos.
Isso é
muito menos frequente do que nos últimos 150 milhões de anos, quando o
campo tem virado a cada 600 mil anos. Nos últimos 10-20 milhões de anos a
mudança se acelerou ainda mais, para uma vez a cada 200-250 mil anos.
“A evidência aponta para um campo mais estável muito mais longe no passado e menos reversões “, diz Veikkolainen.
“Este
parece-me ser o estudo mais aprofundado que tem sido feito até agora, e
ele reforça muitas das conclusões de trabalhos anteriores, então eu acho
que é uma evidência muito boa”, diz Robert Coe , da Universidade da Califórnia, em Santa Cruz.
Estamos caminhando para uma outra mudança do campo magnético e dos polos norte e sul da Terra? É difícil de se dizer.
Os dados coletados pela ESA-Agência Espacial Europeia com a matriz de satélites Swarm revelou que o campo magnético da Terra recentemente esta enfraquecendo
a uma taxa de cerca de cinco por cento por década. O campo muda o tempo
todo, mas uma taxa de cinco por cento por século e não por década seria
mais normal, levando alguns a especular que uma inversão dos pólos pode ser iminente .
Não está
claro precisamente o que aconteceria se o campo enfraquecesse
grandemente ou desaparecesse por um tempo durante uma inversão polar. No
entanto, os cientistas acreditam que as redes de energia e sistemas de
comunicação estariam potencialmente em risco, assim como a nossa
civilização.
Mais dados e informações:- http://thoth3126.com.br/mudanca-nos-polos-geomagneticos/
- http://thoth3126.com.br/inversao-dos-polos-e-a-reversao-do-campo-magnetico-da-terra/
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