Prof. Dr. Oscar Luiz Brisolara
Há
quem afirme, e com certo grau de razão, que teria sido o Imperador Constantino,
O Grande, no século III d. C., o verdadeiro fundador do Cristianismo. Sem a
participação desse imperador, o cristianismo não teria sido o que foi.
Porém,
o cristianismo criado pelos imperadores romanos foi o do descaminho. O cristianismo
dos reis, das elites, da corrupção e do crime.
Constantino
jamais foi de fato cristão. Usou do cristianismo, incipiente no Império Romano,
e prestigiado entre a plebe, para firmar-se no poder.
Quando
Diocleciano assume o poder em Roma, no fim do século III, não mais por
pertencer à família dos Césares, mas por ser um respeitável general de origem
humilde, divide com seu colega Maximiano, o poder, embora se considerasse
superior a esse.
Palácio Laterano |
Tornando-se
impossível manter a unidade do império, formou uma tetrarquia com outros três
colegas também generais, e dividiu novamente o vasto império construído pela
poderosa Roma. Eram eles Maximiano, Galério e Constâncio Cloro.
Por
fim, Diocleciano e Maximiano abdicam em favor de Constâncio Cloro e Galério. Constâncio
casara com Júlia Helena, de quem havia nascido Constantino. Depois, abandonou-a, para
ligar-se a Fausta, irmã de Maxêncio e filha de seu colega Maximiano.
A
decadência do império era evidente. As reformas de Diocleciano eram paliativas.
Não havia harmonia entre Constâncio Cloro e Galério. A vida de Constâncio teve
um fim trágico com seu assassinato na Britânia. O exército, então, nomeou como
seu substituto o filho dele Constantino, que acompanhava o pai como general do
exército romano.
Maxêncio,
filho de Maximiano, assume o poder de uma facção do império. Maximiano suicida-se.
Maxêncio e Constantino disputam o poder, militarmente. Maxêncio é morto e Constantino
unifica o império.
Júlia
Helena, mãe de Constantino, era cristã. Ele se vale disso para usar do
cristianismo para influenciar suas tropas nas lutas contra Maxêncio. Narra aos
soldados que Cristo lhe havia aparecido e dito que se tivesse como símbolo a
cruz, venceria. Criou, então, a expressão emblemática “In hoc signo vinces”, (Por
este sinal vencerás.), que se tornou o lema de seu exército. Daí em diante, aproxima-se da cúpula da Igreja.
San Giovanni in Laterano |
Dá
início ao que se vai tornar um estado sacerdotal, monárquico, governado pelo
Papa. Até esse momento, os papas eram pobres. A maioria deles foi mártir nas
mãos dos imperadores romanos, desde o primeiro, São Pedro, que foi crucificado e
morto, sob a condenação de Nero, no ano 67 d. C..
Constantino
estabelece, primeiramente, a liberdade religiosa e proíbe qualquer tipo de
perseguição aos cristãos. Pelo Tratado de Latrão, destina o Palácio
Laterano, no monte Célio, como residência papal. Numa eleição, manipulada pelo
imperador, é escolhido para novo Papa, Silvestre I. Silvestre era uma homem
fraco e comodista e curvou-se a todas as exigências do imperador, aceitando as regalias de vida próprias de um rei.
O
Palácio Lateranense, também conhecido como Palácio de Latrão, situa-se do lado
externo dos muros de Roma, à esquerda de quem sai pela Porta de São João. Há, ao
lado do palácio, um obelisco egípcio dos faraós Tutmés III e IV, trazido para
Roma pelo Imperador Constantino II.
Durante
o Império Romano, esta área ao lado das altas muralhas da capital do mundo
pertencia à família dos Lateranos, Laterani, em Latim. Sextus Lateranus foi o
primeiro cônsul da antiga República Romana, do período pré-cristão, que
construiu ali o palácio que existe até hoje. Constantino destinou-o aos Papas e
construiu ao seu lado a igreja que ficou conhecida como Basílica de São João de
Latrão. A esta, seguiram-se tantas outras monumentais, por diversas partes do mundo.
Até
serem construídos a Igreja e o Palácio do Vaticano, próximos ao Rio Tibre,
local onde São Pedro foi crucificado, o Palácio Laterano e a Basílica de Latrão
foram a sede da Igreja Católica. Aliás, o nome Vaticano provém de Vates, os
sacerdotes que faziam vaticínios entre os antigos romanos pagãos.
Esse
foi o começo da formação dos Estados Pontifícios, um reino que, ia, no auge de
sua magnificência, desde o norte de Nápoles até próximo a Florença. Gradativamente,
os Papas tornaram-se também reis materiais, tendo um território no centro da
Itália a administrar, e um povo a reger.
Essa
situação fez com que muitos deles, atingidos pela paixão pelo poder e pela
cobiça do dinheiro, abandonassem sua missão fundamental, ou seja, cuidar das
almas e das fragilidades humanas, da justiça social, sendo mediadora entre os
governantes nas disputas políticas. Pois essa ação destruidora de Constantino
criou o grande descaminho e decadência da Igreja. Fanáticos imperadores cristãos, como Teodósio I, foram iconoclastas, destruindo muito da arte pagã. Felizmente, no século passado
e neste, parece que uma estrela brilha na mente e na alma de alguns Papas que
se voltaram para a justiça e a fé. Salve João XXIII, salve João Paulo II, salve Francisco.
Excelente aula, a história nos contempla com sua verdade absoluta. Jesus, o Cristo estabelece uma nova era revelando o início de uma nova ordem.
ResponderExcluirMateus: 16. 18. Pois também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela;
Excelente aula, a história nos contempla com sua verdade absoluta. Jesus, o Cristo estabelece uma nova era revelando o início de uma nova ordem.
ResponderExcluirMateus: 16. 18. Pois também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela;
Obrigado pela excelente contibruição, meu querido André.
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