sábado, 23 de maio de 2015

SIGNO DE GEMINI – MITOS FUNDANTES

 Prof. Dr. Oscar Luiz Brisolara
Noite de luar
Entramos no signo de “Gemini” ou “Geminorum”, conforme o genitivo plural latino (dos gêmeos). Muitos mitos encontram-se na base desse signo zodiacal.
Sabe-se que Gemini ou Gêmeos é uma das constelações  do zodíaco, localizada na porção Norte do planisfério celeste, por onde passa a linha da eclíptica (o caminho anual percorrido pelo Sol), que neste momento, marca o solstício de verão no hemisfério Norte e o solstício de inverno no hemisfério sul, correspondendo, de fato, em grande parte, com o signo de Câncer. 
Neste momento, no intervalo temporal que separa julho de 2014 e junho de 2015, o planeta Júpiter pode ser visto, passando por esta constelação. Muitas mitologias trazem os gêmeos, figuras intrigantes de muitas culturas, desde tempos remotos, a partir dos indianos e dos gregos de eras muito antigas.
Gemini
Observando a constelação de Gemini, destacam-se seus dois astros mais brilhantes: Castor e Pólux, os Dióscuros da mitologia grega. Eram os dois filhos homens de Leda, a encantadora rainha de Esparta, esposa de Tíndaro.
Ocorre que a fiel esposa do rei de Esparta, ao banhar-se no lago de defronte o palácio, encontra um cisne mais alvo do que qualquer outro que jamais vira igual, que nada ao seu encontro. Inocentemente, acolhe-o nos braços e toma-o em seu colo, sentada às margens do lago.
Inadvertidamente, acolhera ao colo o próprio Zeus, que tomado de paixão pela deslumbrante rainha, metamorfoseara-se na ave aquática símbolo da sofisticação dos palácios gregos, e fecundara a jovem de um filho divino. Nessa mesma noite, Tíndaro conhecera sua mulher, gerando um filho humano. Nasceram, assim, o divino Pólux e o humano Castor, irmãos distintos e amigos inseparáveis.
Segundo narram os mitólogos, Leda gerou dois ovos. Deles nasceram dois casais. Do ovo divino, nasceram Pólux e Helena, do terreno, Castor e Clitemnedtra.
Neste momento (no intervalo temporal que separa julho de 2014 e junho de 2015) o planeta Júpiter pode ser visto passando por esta constelação. Muitas mitologias trazem os gêmeos, figuras que desde tempos remotos intrigam a todas as culturas.
Na cultura indiana, também aparece uma narrativa mitológica de gêmeos, porém, são irmãos de sexos diferentes. O masculino recebeu o nome de chama Yama e a menina passou a chamar-se Yami. Em sânscrito, idioma em que foram escritos os livros sagrados da Índia, Yama significa gêmeo.
Como Yama foi o primeiro homem a morrer, pelo seu pioneirismo, tornou-se o regente dos mortos. Yama e Yami, na mitologia grega, corresponderiam mais propriamente a Hades e Perséfone, embora estes deuses gregos não sejam sequer irmãos.
Também os mitos da América Central, mitologia Asteca e Maia, possuem seus gêmeos.  Hun Hunahpu e seu irmão (não gêmeo) Vucub Hunahpu desentenderam-se com as divindades por causa de um jogo de bola muito comum nessas regiões, nos tempos anteriores à invasão dos europeus. Por essa razão foram mortos pelos deuses.
Porém, ao morrer, Hun Hunahpu deixou uma semente fecundada da qual nasceriam os irmãos gêmeos, heróis da mitologia centro-americana, conhecidos como Hunahpu e Ixbalanqué. Esses gêmeos teriam descido à morada dos mortos e conseguido dos deuses, após derrota-los no jogo de bola, o compromisso de que não mais prejudicariam os humanos.
Voltando à mitologia grega, os mitólogos afirmam que, posteriormente, Castor e Pólux com as irmãs Foebe e Hilaeira, filhas de Leucipo. Porém, elas tinham outros gêmeos pretendentes, Idas e Linceu que desafiaram os Dióscuros para a luta. Pólux matou Linceu, enquanto Castor foi morto por Idas.
Pólux, imortal, não poderia seguir o irmão ao Hades, morada dos mortos. Por essa razão, inconsolável, chorava sobre o cadáver do irmão. Zeus, comovido com a dor do filho, concedeu a Castor a imortalidade e os dois irmãos passaram a viver alternadamente, no Olimpo como deuses, e no Hades como humanos mortos. Há também a versão, segundo a qual Zeus os teria colocado como estrelas na constelação de Gemini.
Eles também teriam acompanhado Jasão, junto com os argonautas, na conquista do velocino de ouro. Também teriam combatido os piratas das costas e das ilhas gregas, o que teria originado a tradição de serem os Dióscuros venerados na Grécia como protetores dos marinheiros e da hospitalidade. Havia também uma crença segundo a qual eles apareciam nas cidades para fiscalizar o tratamento dado aos forasteiros.
Sendo Mercúrio um astro que tem domicílio em dois signos: Gemini e Virgo, estes são signos intelectuais e comunicativos, principalmente comunicativos. Em ambos, Mercúrio tem profunda influência.
Na casa de Gemini, Mercúrio tem tríplice atuação: confere, ao geminiano, fluência no uso da palavra; dá-lhe agilidade no raciocínio para estabelecer relação entre diferentes temáticas; e permite-lhe lidar com objetividade de assuntos desconhecidos e temas do intelecto. Muitos, entre os geminianos, são dotados de QI altíssimo, dada a sutileza inata e a rapidez de entendimento.
Gêmeos, o primeiro signo da trilogia do Ar, possui a inteligência das palavras, dos significados, da comunicação. É dele o dom de falar para o outro da maneira mais compreensível possível, explorando a linguagem em todas as suas formas: gestual, escrita e falada.
Os geminianos têm a clareza de saber perguntar, buscar informações, colocar em palavras aquilo que para muitos só pode ser sentido, tocado ou imaginado.
A consciência em Gêmeos possui a inigualável capacidade de ver as coisas com sensibilidade e abordar um assunto sobre vários ângulos, sabendo que nenhum deles é definitivo. Além disto, tem ainda o dom de sugerir ideias e tirar as pessoas da prisão de uma situação ou um ponto de vista.
A inteligência geminiana privilegia a versatilidade e dá às pessoas que nasceram sob este signo a convicção de saber que podem fazer várias coisas ao mesmo tempo, por mais diversificadas que possam parecer.
O signo marcado pelo  Sol em Gemini proporciona a facilidade de lidar com a duplicidade. Para os geminianos, é possível duplicar a si mesmo e também as experiências vividas, sem que com isto haja qualquer confusão. Para Gemini, tudo se movimenta, como no ar. Para que esta mobilidade seja possível, a consciência geminiana sabe que é preciso ter leveza, disponibilidade.
É inútil ao geminiano estar densamente envolvido em uma ideia, já que isto impediria a leveza necessária para estar voando, circulando e captando o que acontece ao redor. O geminiano prefere estar em todas as estações. A inteligência que nele brilha favorece a arte do movimento, a mente nunca se torna estática, uma ideia nova sempre surge, uma ação é desencadeada, um novo caminho se abre. O dom da ramificação e das múltiplas conexões é uma das maiores luzes que norteiam as pessoas que nasceram com o Sol em Gêmeos.
É necessária ao geminiano a consciência de sua multiplicidade de interesses e a vigilância constante para que evitar a instabilidade. Deve ter cuidado para não perturbar os mais lentos de raciocínio, o que não significa que sejam nem menos profundos, nem menos capazes, com a rapidez com que explana e percorre seu curso racional, para não ser interpretado como leviano ou superficial.

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