Prof. Dr. Oscar Luiz Brisolara
– os períodos eleitorais sempre me trouxeram
inquietações. Sou educador e gostaria de dividir minhas angústias. Poderia ser
de outra forma?
A DEMOCRACIA GREGA
Quando em 507 a. C. Clístenes passou a
administrar Atenas, reformou a legislação, deixando as decisões políticas ao
encargo da eclésia (Εκκλησία), ou seja, a assembleia do povo, de todos os
homens livres, com mais de 18 anos, nascidos na cidade. À primeira vista,
parece uma democracia perfeita. Porém, primeiramente, quando se fala de povo,
fala-se dos homens, excluindo todas as mulheres. Mas o modelo era ainda mais
radical. Excluía todos os estrangeiros residentes na cidade, conhecidos como
metecos, também não incluía os escravos.
Assim, os 400.000 habitantes de Atenas dessa época reduziam-se a míseros 40.000
cidadãos atenienses. Resulta, então, na mascarada República de Platão, cujo objetivo final é manter os privilégios de
uma rica oligarquia ateniense.
A DEMOCRACIA ROMANA
Mais ou menos à mesma época da reforma
política grega, ocorre, em 509 a. C., a promulgação da República Romana. Tendo a
antiga monarquia dos patrícios caído em mãos de reis estrangeiros, os etruscos
Tarquínios. Ocorreu uma virada de mesa, a criação do regime republicano, com a
eleição de dois cidadãos que tinham poderes iguais e governavam por um ano, os
chamados cônsules. Esses eram escolhidos apenas entre os patrícios. Somente eles
podiam votar e ser votados. Esse direito foi, gradativamente, estendido a toda
a população, mantendo sempre os vícios e corrupção da origem.
DEMOCRACIAS MODERNAS
Todas elas, as europeias, as
americanas, a nossa são fruto de manipulações de forças subjacentes ao poder. Os
candidatos são apenas os confiáveis de uma elite oculta e atuante. Sei que
Churchill afirmava: "A
democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras
que foram experimentadas." Quando se vota, não se escolhe o
candidato. Esse já está determinado por forças poderosas.
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