Prof. Dr. Oscar Luiz Brisolara
A minha avó me contava, e isso
por vezes sem conta, como o exigem as crianças, a lenda de uma menina que ia
para o armazém, com um pote de leite à cabeça, como o faziam todas as meninas
desses velhos tempos. E eu visualizava a garota... os pés descalços... os cabelos
ao vento... o pote... o leite branco...
Sonhava, dizia vovó, que eu sei,
também sonhava muito com seus mais de setenta, pois venderia o leite, compraria
vinte ovos, chocaria na carijó, teria em breve vinte pintinhos doirados,
trocaria os frangos por um roliço leitão... e, em breve, teria uma vaca com um
lindo bezerrinho... e apressava o passo, acelerando o sonho...
De repente, um desnível do caminho,
e lá se foram pote e sonho... e assim
quantas meninas e menos quebraram seus potes vida afora pelos séculos dos
séculos...
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