Prof. Dr. Oscar Luiz Brisolara
Em contraposição à pulsão de Eros, do amor,
encontra-se a pulsão que busca a morte, Thânatos (θάνατος) na mitologia grega a própria personificação
da morte, enquanto Hades reinava sobre o mundo inferior. Thânatos era filho de
Nix, a Noite, que por sua vez era filha de Caos, o deus amorfo, assexuado e
informe, do qual tudo provinha.
Vejam-se as coincidências das narrativas
primitivas. Diz o Gênesis bíblico: "No começo criou Deus o céu e a terra,
a terra, porém, era sem forma e vazia..." (Gn 1.1).
Segundo afirma Hesíodo na Teogonia, no principio era Caos (vazio
primordial), depois veio Gaia (a Terra), Tártaro (terras abismais) e Eros (Amor).
Desse Caos imenso e sombrio , surgiu Érebo (escuridão) e Nix (noite). Nix
juntou-se a Érebo dando origem a Éter e Hemera (dia) . De Gaia, nasceram Urano
(céu), Montes (montanhas), e Ponto(mar).
Thânatos era
filho sem pai, por partenogênese, de Nix, nascido em 21 de agosto, era irmão
gêmeo de Hipnos (Ὕπνος), o
Sono. Habitavam juntos os Campos Elíseos, região do Hades configurada com o
paraíso terrestre.
Eros |
A mitologia
apresenta uma bela metáfora para compreendermos a amálgama entre as pulsões. No
mito grego, Eros (Cupido na mitologia romana) é o deus do amor e Thânatos, deus
da morte. Eros, o mais belo dos deuses, possui arco e flecha com os quais
costuma enlaçar de amor homens, mulheres e deuses. De acordo com certa
narrativa mítica, certo dia Eros adormeceu numa caverna, embriagado por Hipnos
(deus do sono, irmão de Thânatos). Durante o sono e os sonhos, suas flechas espalharam-se
pela caverna, misturando-se às de Thânatos, a morte. Ao despertar, Eros sabia
apenas o número de flechas que possuía. Sem reconhecê-las, recolheu
aleatoriamente o número exato. Sem saber, levou algumas que pertenciam a Thânatos.
Sendo assim, Eros passou a portar
flechas de amor e morte.
Segundo a teoria psicanalítica freudiana, o psiquismo humano subdivide-se em três instâncias que interagem em reciprocidade. São elas o id, o ego e o superego. O id é responsável pelo inconsciente. É responsável pela satisfação dos desejos e pulsões.
O superego é a região que trabalha com a internalização das regras e princípios que regem os valores sociais, a moral coletiva. Cria modelos de comportamento. Já o ego corresponde ao eu consciente e racional. Estão a seu encargo as soluções dos conflitos psicológicos. Ele é o responsável pelo controle das pulsões instintivas do id. Também rege o superego, conscientizando o sujeito dos preconceitos reinantes no meio social e introduzidos no inconsciente pelo convívio, como se fossem forças naturais. Dessa interação entre esses três elementos psicológicos deve resultar o equilíbrio psíquico do indivíduo. Os desajustes entre eles provocam as neuroses todas e todas as doenças psíquicas.
Thânatos |
O superego é a região que trabalha com a internalização das regras e princípios que regem os valores sociais, a moral coletiva. Cria modelos de comportamento. Já o ego corresponde ao eu consciente e racional. Estão a seu encargo as soluções dos conflitos psicológicos. Ele é o responsável pelo controle das pulsões instintivas do id. Também rege o superego, conscientizando o sujeito dos preconceitos reinantes no meio social e introduzidos no inconsciente pelo convívio, como se fossem forças naturais. Dessa interação entre esses três elementos psicológicos deve resultar o equilíbrio psíquico do indivíduo. Os desajustes entre eles provocam as neuroses todas e todas as doenças psíquicas.
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