Prof. Dr. Oscar Luiz Brisolara
Padre Adolfo Nicolás Pachón |
Desde o início século XIII, com a fundação da Ordem Dominicana,
também conhecida como Ordem dos Pregadores, pelo frade espanhol
Domingos de Gusmão, em Toulouse, na França, esteve ao encargo dessa
congregação religiosa uma espécie de patrulhamento mundial da
Igreja, através do Santo Ofício, que ficou universalmente conhecido
como sagrada inquisição.
Com a eleição do cardeal Ugolino de Anagni, em 1227, como Papa
Gregório IX, o qual era amigo pessoal de Domingos, foi criado o
Santo Ofício, cuja operação ficou ao encargo de sua Ordem dos
Pregadores. A função de Santo Ofício era organizar tribunais da
Igreja Católica, para julgar e punir pessoas acusadas de se desviar
de suas normas de conduta. Os
exageros que cometeram esses juízes no exercício de suas funções, foi a razão de serem
denominados de Domini canes,
ou seja, cães do Senhor.
Desde esse tempo, os frades, que usavam batina branca e preta,
passaram a ter um poder enorme dentro da estrutura da Igreja
Católica, julgando, condenando e mantendo a ordem na instituição
até as primeiras décadas do século XVI, muitas vezes com julgamentos arbitrários, marcados por interesses de reis e papas. Com o surgimento da
Reforma Luterana, houve uma forte ameaça ao poder da Igreja.
Surge, então, outra personagem importante no seio da fé católica.
Tratava-se de Ignácio de Loyola, outro espanhol, com formação e
relações militares. Quando os dominicanos tentavam inibir sua ação,
o Papa de então, Paulo III, declara Loyola intocável, livrando-o da
ação do Santo Ofício.
Realiza-se, a seguir, o Concílio de Trento, que confere à Companhia
de Jesus, ordem religiosa fundada por Ignácio, o encargo da sucessão
na Igreja e a organização dos poderes temporais da instituição nesse momento.
Loyola organiza as milícias papais para combater os insurgentes.
Ferido em combate, ele chega à conclusão que a forma mais eficaz de
lutar contra o protestantismo seria a criação de escolas,
vencendo-os pelas ideias e pela educação. Surge, dessa forma,
gradativamente, a grande rede de escolas dos jesuítas.
Querem, então, alguns que, desde esse momento, os jesuítas tenham-se
imiscuindo cada vez mais no poder religioso do Vaticano, chegando a
um domínio total da instituição. A expressão “Papa Negro”
provém dessa concepção. Seria o Superior Geral da Ordem Jesuítica
o mandante escuso por trás de toda a atividade do Vaticano, daí um
sentido pejorativo desse adjetivo “negro”, muito além da simples
cor de sua batina. Hoje, é o padre espanhol, que vivia desde 1964 no Japão, Adolfo Nicolás Pachón, quem ocupa esse cargo. A função é vitalícia, porém, como ocorreu com o Papa Bento XVI, seu antecessor, o padre Peter Hans Kolvenbach, eleito em 1983, renunciou renunciou em 2008. O padre Nicolás já anunciou que, em 2106, convocará uma assembleia geral da Ordem, ocasião em que promoverá novas eleições e renunciará a seu cargo. O mandato se dá por eleição de seus confrades jesuítas.
Mais ainda, há os que creem que a própria organização conhecida
como illuminati, uma suposta ordem secreta universal, responsável
por conspiração de toda ordem, que estaria por trás de tudo,
desde os governos até todo o tipo de grande empreendimento,
responsável por interesses escusos de ordem econômica, política e
de poder de um modo geral, seria uma criação jesuítica e que ainda
hoje estaria sob a supervisão da Companhia de Jesus.
Essa instituição teria fugido ao controle religioso, tendo-se
tornado um organismo ateu, de modelo pagão. Atuaria na política de
um modo geral, buscando o que se chama hoje de Nova Era através de
uma Nova Ordem Mundial.
Sob seu controle estaria toda a produção, toda a política mundial,
em todos os ramos. Assim, os esportes e seus modelos de disputa; as
indústrias, toda a ciência e tecnologia dela proveniente; a moda,
suas cores e modelos; as obras de arte e os artistas a serem
valorizados; o cinema, o teatro e todos os artistas; os moldes
literários e seus autores a serem promovidos, enfim tudo o que se
come, consome e usa; tudo, tudo, completamente tudo estaria sob o
controle desse órgão superior a todos os poderes, que agiria no
mundo, através da moderna tecnologia, como o olho que tudo vê e
controla. É possível isso a uma única instituição?
Boa noite, Oscar.
ResponderExcluirAdoro teorias da conspiração! Ouvi falar de uma profecia de Nostradamus que dizia que o último Papa seria negro. Agora, só agora, entendi a associação.
Adorei a leitura.
Boa noite, querida. É tão bom quando alguém aprecia o que escrevemos. Eu estou aposentado e ocupo meu tempo em publicações de textos e de livros.Já lancei dois livros de ficção, Sancta Lucrezia dei Cattanei, sobre Lucrécia Bórgia, e Dos Segredos de Eva Braun, reminiscências das narrativas de guerra ouvidas de muitos parentes e amigos meus, que estiveram na Segunda Guerra e em muitas revoluções aqui do Sul.
ResponderExcluirAprecio imensamente teus textos. Um poema que comentei, tive inveja de não ser meu, inveja positiva.