quarta-feira, 7 de outubro de 2015

TESOURO DOS TEMPLÁRIOS

Revelação Templária – 9A – Um Curioso Tesouro (Rennes-le-Chateau)

Posted by on 07/10/2015
rennes-le-chateau-torre-magdalaCAPÍTULO IX – UM CURIOSO TESOURO
Os céticos afirmam que não existe nenhum mistério em Rennes-le-Château. Para eles,  Saunière ganhou dinheiro apenas com o tráfico de missas – ou, talvez, com outros  negócios duvidosos – e a história do tesouro foi cinicamente inventada como atração  turística. Quanto à importância que os Dossiers Secrets do Priorado de Sião atribuem à aldeia e ao seu mito,  isso, dizem eles, é simplesmente o Priorado revestindo-se de um ar de mistério. Além disso,  a história, tal como a conhecemos, remonta apenas a 1956, quando Noël Corbu abordou um  assunto que se destinava a entreter os hóspedes da Vila Betânia, que ele transformara num hotel-restaurante …
Edição e imagens:  Thoth3126@protonmail.ch
Capítulo 09A – UM CURIOSO TESOURO  – Livro “The Templar Revelation – Secret Guardians of the True Identity of Christ”, de  Lynn Picknett e Clive Prince.
Fontehttp://www.picknettprince.com/
CAPÍTULO IX – UM CURIOSO TESOURO – 9A
… Contudo, a investigação mostra que existe um mistério: na verdade, a aldeia era claramente  um centro de interesse para os investigadores esotéricos antes dessa data. Por exemplo, em  1969, alguém foi lá especificamente para procurar o imaginário tesouro dos cátaros, que ele  acreditava ter sido levado da fortaleza de Montsegur para Rennes-le-Château. Talvez isto também  explique a presença, que, de outro modo seria estranha, de oficiais alemães nazistas na Vila Betânia,  onde ficaram alojados, durante a segunda guerra mundial.
Como muitas pessoas já sabem,  os nazistas tinham uma obsessão por artefatos ocultistas, alquímicos, esotéricos e religiosos e passaram muitos  meses, durante a guerra, a fazer escavações em Montségur e na região de Rennes-le-Château. Diz-se que eles procuravam o  Santo Graal: certamente, Otto Rahn, o arqueólogo nazista, concentrara os seus esforços para o  encontrar naquela área, nos anos 30.
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A pequena e misteriosa vila de Rennes-le-Chateau
Noël Corbu é um protagonista importante na história de Rennes-le-Château. O seu papel  ultrapassa o de um hoteleiro local e de contador de histórias fantásticas – como se pode  deduzir da sua participação na publicação dos famosos pergaminhos codificados. Como  vimos, estes surgiram, pela primeira vez, num livro de Gérard de Sède publicado em 1967,  mas, mais tarde, um colega de Pierre Plantard de Saint-Clair e membro do Priorado de Sião,  Philippe de Chérisey, confessou tê-los forjado.
No seu mais recente livro sobre o caso de Rennes-le-Château, em 1988, Gérard de Sède  declara que publicou os textos de boa-fé, tendo-lhe estes sido entregues por alguém relacionado com Rennes-le-Château que  afirmava serem cópias que Saunière entregara ao presidente do município da aldeia antes de levar os originais para Paris. Mas De Sède tem o cuidado de evitar nomear este «alguém».
No entanto, a sua identidade é revelada na obra de Jean Robin: era Noël Corbu. Isto é  importante porque se De Chérisey forjou os pergaminhos, então Corbu apenas podia obtê- los através do contato com o Priorado de Sião.
Quanto mais se investigam as circunstâncias em que Corbu veio a adquirir o domaine de  Saunière mais intrigantes elas se tornam. Segundo a história usual, Corbu encontrava-se casualmente na aldeia, durante a segunda guerra mundial, tornou-se amigo da idosa Marie Dénarnaud e concluiu que a vila daria uma boa residência. Mas a verdadeira história parece  ser que ele já estava interessado na história de Saunière desde há algum tempo, e, no  princípio dos anos 40, fez o possível para estabelecer relações de amizade com Marie  para obter mais informações.
A intriga adensa-se: a igreja romana, por qualquer razão, também sempre estivera muito interessada em se apoderar da antiga propriedade de Saunière, mas estava igualmente ansiosa por adquiri-la discretamente. De fato, fez várias tentativas para convencer Marie a vendê-la, mas ela se recusava. Parece que, por intermédio de um sacerdote, chamado abade Gau, a Igreja  convenceu Corbu a atuar em seu nome, tendo acordado, presumivelmente, que, quando  Marie lhe vendesse a propriedade, ele lha transferisse. Alguma coisa parece ter corrido  mal: talvez Corbu renegasse o acordo feito com a igreja romana.
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Mais tarde, ele solicitou diretamente uma concessão do Vaticano, que foi obviamente  considerada de invulgar importância, porque o Vaticano enviou o embaixador papal, em  pessoa, para Carcassonne para obter da diocese as informações necessárias. E este  embaixador não era outro senão o cardeal Roncali – futuro papa João XXIII (que, segundo  The Holy Blood and The Holy Grail (no Brasil, “O Santo Graal e a Linhagem Sagrada“), poderia ter sido um homem membro do Priorado de Sião). A diocese,  aparentemente, deu um parecer negativo e recomendou que a concessão fosse recusada.  Mas, estranhamente, o Vaticano concedeu-lha.
É evidente que a relação com Corbu é muito importante para a compreensão da história de  Rennes-le-Château: o mistério não terminou com a morte de Saunière. E, como Corbu  viveu com Marie durante sete anos, estava em boa posição para descobrir o segredo.  Qualquer que ele fosse, Corbu não o inventou. (Curiosamente, tem-se afirmado que Corbu,  com Pierre Plantard de Saint-Clair, foi inspirador do aparecimento do Priorado aos olhos do  público, nos anos 60, mas estes rumores nunca foram confirmados.)
Vimos, no capítulo anterior, que Saunière foi apenas um indivíduo implicado num mistério muito vasto da área onde se situa a aldeia de Rennes-le-Château –  em acontecimentos que envolviam grandes somas de dinheiro e que levaram algumas pessoas a recorrer ao assassínio.
Sem dúvida que o mistério também envolvia grupos de Paris, com os quais Saunière  estava em contato. Mas é interessante que muitas das figuras principais dos círculos que  rodeavam Emma Calvé fossem – como a própria Emma – de origem languedoquiana. Foi  referido que não era, de fato, necessário que Saunière se tivesse deslocado a Paris para  conhecer a maioria dessas pessoas, porque elas visitavam com frequência Toulouse, o «berço do seu círculo». A pista conduz-nos, de novo, a pessoas e grupos cujos nomes já  são familiares desta investigação.
Estas relações são excepcionalmente relevantes: não só lançam alguma luz, muito  necessária, sobre o próprio Saunière mas também revelam que a história de Rennes-le- Château faz parte, de fato, desta investigação. Seguir o rasto do sacerdote até à complicada «árvore genealógica» dos grupos ocultistas, que já discutimos, iria oferecer-nos  conhecimentos e revelações completamente inesperados sobre a verdadeira natureza do mais divulgado mistério do Languedoc, o qual, que saibamos, nunca foi publicado na  Inglaterra.
Estranhamente, considerando todo o tempo e trabalho que foram investidos para tentar  esclarecer o mistério, algumas das respostas saltam literalmente aos olhos do investigador. Indicações sobre a filiação particular de Saunière encontram-se na própria igreja de Rennes-le-Château.  Apesar de os céticos terem sugerido que toda a decoração aparatosa e peculiar podia ser  atribuída ao mau gosto ou a uma aberração mental de Saunière, outra investigação mostra  que há mais, muito mais, e não menos, mistérios naquele «terrível» lugar.
Suspeitávamos de que a igreja e os seus arredores imediatos tinham sido planejados e  projetados segundo um plano arcano (ocultista) muito específico. Os seus motivos dominantes  parecem ter sido a inversão, imagens invertidas e o equilíbrio dos opostos: por exemplo, a contrapartida da Torre de Magdala é a estufa, na outra extremidade dos baluartes. Enquanto  a primeira é construída de pedra sólida e tem vinte e dois degraus, que conduzem ao topo  do torreão, a segunda é de material insubstancial e os seus vinte e dois degraus conduzem a  uma sala situada em baixo. E a disposição do jardim e o calvário, no exterior da igreja, configuram um padrão geométrico preconcebido – e, presumivelmente, significativo.
Estas nossas observações foram confirmadas por Alain Féral, um famoso artista que  vive na aldeia – e que era protegido de Jean Cocteau. Féral, que vive na aldeia desde o  princípio dos anos 80, fez as mais pormenorizadas medições dos planos da igreja e dos  edifícios circundantes e concluiu que eles revelam temas recorrentes. (Pode não ter sido, evidentemente, o próprio Saunière o responsável por isso – pode ter sido Henri Boudet ou o arquitecto que ele encarregou de fazer a obra ou mesmo os superiores de qualquer grupo com que Saunière podia estar envolvido.)
Languedoc-Roussillon
A localização de Rennes-Le-Chateau, na região do Languedoc-Roussillon, na França.
Reforçando a nossa ideia do tema das imagens refletidas, Féral refere que o pilar visigodo (que, anteriormente, sustentava o altar) ostenta uma cruz esculpida, que Saunière  colocou ao contrário, no exterior da igreja. Também cita o significado do número vinte e  dois: além das escadas da torre e da estufa, o número aparece em toda a parte do domaine.  Dois lances de escadas conduzem do jardim ao terraço, cada um deles com onze degraus.  As duas inscrições da igreja que mais atraíram a atenção – “Terribilis est locus iste”, acima  do pórtico, e “Par ce signe tu le vaincras”, acima da pia da água-benta – são ambas formadas  por vinte e duas letras. (A frase latina, que é mais usualmente transcrita como Terribilis est  locus iste, e o le que é estranho à frase francesa parecem ter sido imaginadas para dar a cada  uma delas vinte e duas letras. ) Há uma boa razão para a importância de onze e do vinte e dois:  estes números são ambos «números básicos (mestres)» do ocultismo. Têm particular significado nos  estudos cabalísticos.
Assim, há um curioso padrão heterodoxo criado por quatro objetos, dois no interior e dois no exterior da igreja: o confessionário, que está diretamente voltado para o altar; o próprio  altar; a estátua de Notre-Dame de Lourdes (com a inscrição de «Penitência! Penitência!»), no exterior da igreja, sobre o pilar visigodo invertido, e o «calvário» do pequeno jardim, que o próprio Saunière construiu com todo o esmero. Estes quatro elementos não só  formam um quadrado perfeito como também transmitem uma mensagem simbólica.
O confessionário e a inscrição «penitência» referem-se ambos a arrependimento e defrontam, respectivamente, o altar e o calvário, ambos simbólicos de salvação da Alma. Assim, cada grupo de  pares parece simbolizar uma jornada, caminho ou iniciação espiritual – do arrependimento  ao perdão e daí à salvação. Isto foi tão cuidadosamente concebido que devia ter transmitido alguma mensagem especial e oculta. Saunière está tentando dizer que o perdão e a salvação  também se encontram fora da Igreja? E há aqui mais alguma indicação, alguma coisa  relacionada com figuras que representem arrependimento e penitência – João Batista e  Maria Madalena?
A frase «Penitência! Penitência!» foi a que, supostamente, a Virgem Maria proferiu durante  as aparições de La Salette. Dos dois jovens visionários, um era uma pastora, Melanie Calvet, que era parente de Emma Calvé. (Emma alterou a grafia do seu nome quando se  tornou cantora de ópera.) Durante algum tempo, a visão de La Salette ameaçou rivalizar  com a de Lourdes, mas a Igreja Católica concluiu que ela era apenas uma mistificação. A visão de La Salette, no entanto, foi  defendida pelo movimento joanino/Naündorff/Vintras (consultar o Capítulo 7). Saunière  também escreveu em defesa das visões de La Salette.
Como vimos, é pouco provável que as célebres decorações da igreja sejam sinais  indicadores da localização de algum grande tesouro. Se Saunière tivesse encontrado alguma  coisa que o tornasse muito rico, dificilmente iria decorar a sua igreja com instruções  codificadas que conduzissem ao lugar onde ela se encontrava. É mais provável que as  decorações tentem esconder alguma coisa ou, no mínimo, fazer uma comunicação que seria  óbvia apenas para um iniciado.
A melhor analogia – e, nas circunstâncias, a mais apropriada  – é com um espaço de uma loja maçônica. Para um não-iniciado, os vários símbolos empreguados nesses templos – os compassos, os esquadros e outras insígnias – não podem ser «decodificados» para revelar qualquer quadro coerente das intenções dos maçônicos. É  preciso conhecer a filosofia, a história e os segredos subjacentes que eles simbolizam, para  compreender a sua real função ali.
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Uma das duas inscrições da igreja que mais atraíram a atenção – “Terribilis est locus iste”, esta gravada acima do pórtico de entrada da igreja.
Muitos observadores identificam símbolos de várias sociedades secretas e ocultistas – os rosacruzes, os Cavaleiros Templários e os maçônicos – na decoração da igreja. As rosas  e as cruzes do tímpano referem-se claramente aos rosacruzes. Uma das anomalias das  Estações da Via Sacra, que é citada com maior frequência, é a da Oitava Estação, em que  Jesus (carregando a cruz sem esforço) encontra uma mulher que usa o que parece ser um  véu de viúva e que tem o braço em volta de um rapazinho envolto no que parece ser um manto axadrezado.
Isto é tomado como uma referência aos maçônicos, que se auto-intitulam os «Filhos da Viúva». (E talvez haja algum significado no fato de a Oitava Casa astrológica reger os mistérios do sexo, da morte e da reencarnação – e do oculto.) O  pavimento da igreja, os quadrados brancos e pretos, e o teto azul, com as suas estrelas  douradas acima do altar, evocam as decorações habituais de uma loja maçônica.
Em nossa opinião, um dos elementos mais importantes de toda a igreja é o primeiro com  que o visitante depara ao entrar nela. O demônio, recentemente vandalizado, foi sempre  designado por «Asmodeus», aquele que tradicionalmente guarda tesouros escondidos –  embora não haja nada nesta estátua que a associe explicitamente ao demônio daquele nome.  
Discutimos esta questão com Robert Howells, que, como gerente de uma das mais famosas livrarias ocultistas de Londres, tem um conhecimento extraordinariamente vasto do  simbolismo esotérico e cujas investigações sobre o mistério de Rennes-le-Château são  doutas, sensatas e de grande importância. Referiu a existência de uma antiga lenda judaica acerca da construção do Templo de Salomão em Jerusalém, segundo a qual o rei impediu vários demônios de interferir na obra,  de várias maneiras diferentes – um deles, Asmodeus, foi «submetido» obrigando-o a  transportar água, o único elemento que podia ser usado para o controlar. 
É significativo  que estas lendas tivessem sido incorporadas no saber maçônico, e não é coincidência encontrar este quadro na igreja de Saunière, onde Asmodeus está a ser controlado,  carregando água, sob as palavras «Por este sinal tu o vencerás». E as decorações da pia da  água-benta – anjos, salamandras, pia da água e demônio – representam os quatro elementos clássicos em alquimia e ocultismo,  saber, do ar, fogo, água e da terra, que são essenciais em qualquer obra ocultista.
Se o elo de ligação com Asmodeus está correto, então é muito curioso, porque o quadro do  demônio e o de Jesus estão claramente destinados a ser considerados em conjunto. Como o  demônio está sendo subjugado pela água, está acontecendo a mesma coisa quando João derrama água sobre Jesus durante o batismo do mesmo? Há também uma peculiar inversão da ordem habitual das duas  letras gregas alfa e ômega, a primeira e a última, que são associadas a Deus e Jesus. Seria de  esperar que alfa estivesse representado sob João – o alegado precursor – e ômega sob Jesus,  a culminação. Mas, aqui, verifica-se o inverso.
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A prevalência de imagens que sugerem o Templo de Salomão, tanto no interior como no  exterior da igreja, podiam referir-se aos maçônicos ou aos Cavaleiros Templários. O fato de as letras anômalas da citação errada “Par ce signe tu le vaincras”, que se encontra entre os  quatro anjos e o demônio, serem a décima terceira e a décima quarta (o «le» é  completamente supérfluo e altera o significado da frase) tem sido considerado como  evocativo do ano de 1.314, quando Jacques de Molay, o último Grão Mestre da Ordem dos Cavaleiros Templários  foi queimado na fogueira em Paris.
Todo este simbolismo ocultista tem sido laboriosamente analisado por dúzias de investigadores competentes, ao longo dos anos, e os resultados têm sido outras tantas interpretações  diversas. Mas as respostas podem ser muito simples e desanimadoramente óbvias. De fato, o simbolismo da igreja de Rennes-le-Château nunca foi um mistério para os que são  versados no conhecimento maçônico.
É simplesmente a indicação da filiação particular de  Saunière, que era maçônica. Isto é confirmado pela sua escolha do escultor para as Estações  da Via Sacra e das outras estátuas – um certo Giscard, que vivia em Toulouse e cuja casa e  estúdio, bizarramente decorados, ainda se conservam na Avenue de la Colonne daquela cidade. Giscard era um conhecido maçônico, embora reconhecidamente se especializasse  em decorações de igrejas e outros exemplos da sua obra se encontrem por todo o Languedoc.
Curiosamente, na igreja de João Batista, em Couiza, situada no sopé da colina abaixo de Rennes, encontram-se idênticas Estações da Via Sacra, que foram obra de Giscard – mas estas são versões monocromáticas e as anomalias, tão visíveis na igreja de  Saunière, estão ausentes. É quase como se as duas igrejas, separadas apenas por dois  quilômetros, se destinassem a ser comparadas para pôr em relevo as excentricidades da  versão de Saunière.
Jean Robin, no seu livro sobre Rennes-le-Château, afirma que as filiações maçônicas de  Saunière são confirmadas pelos registros dos arquivos da diocese. Como vimos, no  entanto, a Maçonaria consiste em várias “tradições” distintas. A qual delas pertencia Saunière? Também neste ponto, investigadores franceses bem informados estão de acordo: a sua filiação era no Rito Escocês Retificado, o ramo da Maçonaria «ocultista» que,  especificamente, se reclama descendente da Ordem dos Cavaleiros Templários.
Antoine Captier, neto do sineiro de Saunière, que atua como foco de investigação sobre  Rennes-le-Château e o caso Saunière, disse-nos: «Sabíamos que ele pertencia a uma loja  maçônica. Foi enviado para um lugar onde havia alguma coisa [importante]. Ele encontrou  certas coisas. Mas, mais uma vez, ele não estava sozinho. Ele não trabalhava sozinho.»  Mais tarde, no decorrer da conversa, Captier foi mais preciso: as ligações de Saunière eram  com o Rito Escocês Retificado; mas acrescentou: «Não é segredo.» Foi esta também a conclusão a que chegou Gérard de Sède, que investigou o caso durante trinta anos. De fato, De Sède pensa que algum do simbolismo da Nona Estação da Via  Sacra evoca o grau de Chevalier Bienfaisant de la Cité Sainte – um eufemismo para «Cavaleiro Templário».
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Sauniere ao lado da estátua de Maria Madalena.
Há outra indicação da possível filiação de Saunière. A sua escolha das estátuas dos santos  da sua igreja, à exceção das Madalenas, tem sido vivamente debatida pelos investigadores:  St. Germaine, St. Roch, dois Antônios – de Pádua e o Eremita – e, por cima do púlpito, S. Lucas. Alain Féral observou que, se as estátuas forem dispostas com a forma M sobre o  pavimento da igreja as suas iniciais formam a palavra Graal.
Com os símbolos da Rosacruz nos tímpanos e a predominância de imagens do Templo de  Salomão, isto aponta na direção da Ordem da Rosacruz, do Templo e do Graal – uma  ordem fundada em Toulouse, por volta de 1850, mais tarde presidida pelo próprio Joséphin  Péladan, o padrinho dos grupos ocultistas eróticos da época.
No princípio da nossa investigação, tínhamos pensado que a tendência de muitos investigadores para acreditar que todos os caminhos conduziam a Rennes-le-Château era  errada. Mas, em certo sentido, eles têm razão, embora por motivos equivocados. Certamente, foi espantoso descobrir a intrincada rede de grupos ocultistas e maçônicos, que já discutimos, e  seguir o seu rastro até Saunière e à sua aldeia. Isto não é coincidência: faz parte de um  complicado e meticuloso plano que já estava bem implantado antes de Saunière nascer e  que continua até hoje.
Vimos que Saunière revelava grande interesse pelo túmulo de Marie de Nègre d’Ables,  senhora d’Hautpoul de Blanchefort, que foi erigido por Antoine Bigou, pároco de Rennes- le-Château, em 1791. Marie foi a última da descendência direta que detinha o título de  Rennes-le-Château, embora outros ramos da família tivessem continuidade. Marie de Nègre d’Ables casara, em 1732, com o último marquês de Blanchefort, cujo nome derivava do  vizinho «château» (embora ele pareça ter sido apenas um gênero de torre) de Blanchefort,  cujas ruínas ainda existem.
A família de Marie, no entanto, tinha algumas ligações muito  interessantes. Já discutimos o influente Rito de Mênfis da maçonaria, que, mais tarde, se fundiu com o de  Misraïm. Este foi fundado em 1838, por Jacques-Étiennes Marconis de Nègre, que era da  mesma família da Marie da história de Rennes-le-Château. E foi um dos Hautpouls – Jean-Mane Alexandré – que contribuiu para a criação do grau de Chevalier Bienfaisant de la Cité Sainte, o eufemismo de Cavaleiros Templários do Rito Escocês Retificado, em 1778.
Alguns  membros da mesma família tiveram um lugar de relevo na loja maçônica La Sagesse, que teve origem na Ordem da Rosacruz, do Templo e do Graal. O sobrinho e herdeiro de  Marie de Nègre, Armand d’Hautpoul, estava relacionado com indivíduos ligados ao  Priorado, incluindo Charles Nodier, que foi grão-mestre entre 1801-1844. Armand  d’Hautpoul também foi preceptor do conde de Chambord, cuja viúva foi tão generosa para  Saunière.
O Rito de Mênfis da maçonaria de Marconis de Nègre estava intimamente ligado à sociedade conhecida por Os Filadelfianos, que fora criada pelo marquês de Chefdebien – um Rito Escocês Retificado maçônico – em Narbonne, em 1780. Esta é outra das sociedades maçônicas  templaristas influenciada pelas ideias do barão Von Hund: Chefdebien assistira à famosa Convenção de Wilhelmsbad de 1872, que tentara resolver definitivamente a questão das  origens templárias dos maçônicos. Os filadelfianos, como o Rito de Mênfis, estavam  primordialmente interessados na aquisição de conhecimento ocultista – ambos tinham graus dedicados unicamente a esta missão.
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Os filadelfianos, além disso, pretendiam tentar esclarecer a complicada história da maçonaria, com a sua proliferação de hierarquias, graus  e ritos rivais, numa tentativa de descobrir o seu objetivo e segredos originais. Eles  transformaram-se num repositório de informação sobre a maçonaria e sociedades similares, que lhes foi transmitida de boa-fé ou que foi obtida através de infiltração. Assim, é significativo que o irmão de Saunière, Alfred (também sacerdote), fosse preceptor da família – e que fosse despedido por ter roubado parte dos seus  arquivos.
Alfred Saunière é, indubitavelmente, uma figura-chave dos estranhos acontecimentos em  que o seu irmão mais velho – e mais famoso – estava envolvido e merecia maior  investigação. Contudo, é difícil descobrir muita coisa a seu respeito, embora se saiba que  foi amante da ocultista marquesa de Bourg de Bozas, uma das pessoas que visitavam a Vila  Betânia em Rennes-le-Château. Alfred morreu em 1905, vítima de alcoolismo, após ter sido excomungado.
Depois da morte de Alfred, Saunière, numa carta ao seu bispo, referia-se a um sentimento  local de que «devia expiar os erros do meu irmão, o abade, que morreu demasiado cedo». Logo que tivemos conhecimento das ligações de Saunière com a maçonaria do Rito  Escocês, grande parte do quadro mais vasto começou a tornar-se mais claro. E, longe de ser  uma obsessão pessoal, a deferência especial de Saunière pela Madalena emergia  verdadeiramente como fazendo parte da Grande Heresia europeia. A chave destas filiações  residia nas pessoas que ele conhecia.
De fato, é possível ir mais longe e associar Saunière a Pierre Plantard de Saint-Clair, por  intermédio de um só homem: George Monti. Também conhecido sob os pseudônimos  de conde Israel Monti e Marcus Vella, ele é uma das mais implacáveis e poderosas figuras  das sociedades secretas do século XX – embora, de modo algum, a mais conhecida. À  maneira clássica destes “magos”, ele preferia exercer a sua influência na sombra, em vez de  procurar popularidade, ao estilo do seu associado Aleister Crowley.
Ao longo da vida,  subiu nas hierarquias de muitas sociedades ocultistas, mágicas e maçônicas, por vezes para  se infiltrar nelas por conta de outros. Foi também um agente duplo dos Serviços Secretos franceses e alemães; como no caso de John Dee e, possivelmente, também de Leonardo, os  dois mundos da espionagem e do ocultismo andam frequentemente de mãos dadas. Monti  levou uma vida tão complexa que é impossível determinar onde residia a sua fidelidade.  Muito provavelmente, apenas nele próprio e no seu amor pela intriga e pelo poder pessoal.
Quaisquer que fossem os verdadeiros motivos de Monti, ele teve um êxito espantoso na sua  vida secreta, ocupando, por vezes, altos cargos em sociedades que eram mutuamente hostis, ou porque uma desconhecia a existência das outras ou porque cada uma acreditava que ele se infiltrara noutros grupos em seu favor. Por exemplo, embora alguns desses grupos fossem, como Monti, nitidamente anti-semitas, ele também conseguiu ocupar uma alta  posição na B’nai B’rith, uma fechada sociedade secreta judaica, fundada nos EUA –  tendo-se mesmo convertido ao judaísmo com essa finalidade.
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As duas torres de Sauniere em Rennes Le Chateau, à direita a Torre Magdala. Ben Hammott © 2008
Monti nasceu em Toulouse em 1880, tendo sido abandonado pelos seus pais italianos e educado pelos jesuítas. Desde muito cedo interessou-se pelo mundo misterioso das  sociedades secretas ocultistas. Viajou muito pela Europa e passou algum tempo no Egito e  na Argélia. Entre as muitas sociedades a que aderiu, contava-se a Holy Vehm, uma  organização alemã especializada em assassinatos políticos. Também se diz que ele «detinha  a chave» da maçonaria italiana. Entre as muitas pessoas que conhecia encontrava-se  Aleister Crowley – de fato, ele fora descrito como o «representante francês» de  Crowley e foi membro da O.T.O.(Ordo Templi Orientis), quando o excêntrico inglês era grão-mestre. Não é surpreendente que a vida duvidosa de Monti, eventualmente, o comprometesse e ele fosse  envenenado em Paris, em Outubro de 1936.
Ele figura nesta investigação porque a sua primeira função no mundo ocultista parisiense foi a de secretário de Joséphin Péladan e, por conseguinte, íntimo do círculo de Emma  Calvé. Como vimos, Saunière era conhecido por ter ligações com Péladan e o seu grupo e  por ter conhecido Emma Calvé, portanto, devia ter conhecido Monti. Além disso, este era do Languedoc e vivera, por vezes, em Toulouse ou em qualquer outro lugar do Midi (Sul da França).
Em 1934, Monti fundou a Ordem Alpha-Galates, da qual Pierre Plantard de Saint-Clair se  tornou grão-mestre em 1942, com a idade imatura – mas talvez significativa – de 22 anos. E,  embora Plantard tivesse apenas 16 anos quando Monti morreu, ele conhecia-o. Anne Léa  Hisler, ex-mulher de Plantard, num artigo de 1960, escreveu inequivocamente que ele  «conhecia bem o conde Georges Monti». Monti pode mesmo ter sido o seu professor e  mentor ocultista.
Assim, parece que existia um claro elo de ligação entre Saunière e Plantard de Saint-Clair,  sob a forma de Georges Monti, talvez representando a continuação de uma certa tradição  secreta.
Então, que conclusão podemos tirar da história de Saunière? Eliminar todas as ofuscações,  mitos e conjecturas não é tarefa fácil, mas parece que o sacerdote andara a procurar  alguma coisa e que não agia sozinho. As provas apontam para a existência de um patrocinador  secreto, muito possivelmente ligado às influentes sociedades ocultistas de Paris e ao  Languedoc. Esta não é apenas a explicação mais lógica, é também a que o próprio Saunière apresentou. Quando o sucessor de Billard, como bispo de Carcassonne, exigiu que Saunière  explicasse a sua extravagante maneira de viver, o sacerdote respondeu vivamente:
Não sou obrigado… a divulgar os nomes dos meus doadores. Torná-los públicos, sem autorização, correria o risco de trazer a discórdia a certas famílias ou casas… CUJOS membros fizeram doações sem o conhecimento dos seus maridos, filhos ou herdeiros.
masculino-feminino-criador
Em Rennes Le Chateau a essência do segredo descoberto por Sauniere é sobre o Sagrado Feminino…
Mais tarde, ele disse ao bispo que lhe revelaria os nomes dos seus doadores – mas apenas  em segredo de confissão. A redação de uma carta de apoio, escrita a Saunière por um  amigo íntimo, em 1910, emprega uma linguagem mais sugestiva:
Recebeste o dinheiro. Não é qualquer pessoa que pode penetrar no segredo que guardas… Se alguém te deu o dinheiro, sob o compromisso de natural segredo, és obrigado a guardá- lo, e nada te pode libertar de guardar este segredo…
Parece que Alfred, o irmão de Saunière, também conhecia o segredo. Ao ser interrogado  pelas autoridades sobre a sua extravagância, Saunière respondeu:
O meu irmão, sendo pregador, tinha numerosos contatos. Servia de intermediário a estas almas generosas. 
Mas, embora a região de Rennes-le-Château possa ter sido o ponto de partida da misteriosa  investigação de Saunière – a qual, parece, foi empreendida em nome destes ilusórios  desconhecidos -, parece que o objeto da pesquisa podia encontrar-se em outro lugar.
Continua …
Links partes anteriores:
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  4. http://thoth3126.com.br/a-revelacao-templaria-03a-no-rastro-de-madalena/
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  7. http://thoth3126.com.br/a-revelacao-templaria-4a-a-patria-da-heresia/
  8. http://thoth3126.com.br/a-revelacao-templaria-4b-a-patria-da-heresia/
  9. http://thoth3126.com.br/a-revelacao-templaria-5a-os-guardioes-do-graal/
  10. http://thoth3126.com.br/a-revelacao-templaria-5b-os-guardioes-do-graal/
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