domingo, 13 de abril de 2014

CRÔNICA DO DESERTO


No Egito, junto das pirâmides, em fevereiro de 2008.



         Tarde lilás ardente do Egito encantado. Uma pequena felaína avança sorridente para mim. Vestes surradas... postais na mão. Olhos azuis brilhantes. Uma fotografia, mais outra. Apenas isso. Cinco dólares... Perdeu-se na multidão de ambulantes e turistas. Lá se foram seus olhos... seu cabelinho crespo... seus pezinhos descalços... Por onde andarás hoje, pequena felaína? Com teus olhos e cabelos crespos... foram-se seis anos... Oh, mocinha do deserto, por onde andarão teus olhinhos sublimemente azuis... teus cabelos emblematicamente crespos...?  Por onde carregas teu sorriso aberto... teus sonhos enigmaticamente egípcios...? Sem resposta, contemplo cismando o azul dos teus olhos, o crespo dos teus cabelos, o largo sorriso inocente dos teus lábios no écran do meu tablet... Foram-se para o inencontrável...

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