No Egito, junto das pirâmides, em fevereiro de 2008.
Tarde lilás
ardente do Egito encantado. Uma pequena felaína avança sorridente para mim.
Vestes surradas... postais na mão. Olhos azuis brilhantes. Uma fotografia, mais
outra. Apenas isso. Cinco dólares... Perdeu-se na multidão de ambulantes e turistas.
Lá se foram seus olhos... seu cabelinho crespo... seus pezinhos descalços... Por
onde andarás hoje, pequena felaína? Com teus olhos e cabelos crespos... foram-se
seis anos... Oh, mocinha do deserto, por onde andarão teus olhinhos sublimemente
azuis... teus cabelos emblematicamente crespos...? Por onde carregas teu sorriso aberto... teus
sonhos enigmaticamente egípcios...? Sem resposta, contemplo cismando o azul dos
teus olhos, o crespo dos teus cabelos, o largo sorriso inocente dos teus lábios
no écran do meu tablet... Foram-se para o inencontrável...
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