Garcia
Márquez, por longos anos, trabalhou como jornalista. Amava as reportagens. Se
não encontrasse algo interessante em uma comunidade para narrar aos leitores
inventava, criava.
Conta-se
que fora enviado, em 1954, pelo jornal El Espectador em que trabalhava para
cobrir um grande protesto em um pequeno lugarejo distante da capital chamado Quibdó,
na província de Chocó, em plena floresta colombiana.
Ao
chegar ao local, descobre que haviam sido apenas boatos. Organiza então, em
combinação com um jornalista do local, uma encenação de protestos. Criam cenas
de revolta e de protestos.
Envia
para seu jornal fotografias de desfiles que teriam ocorrido por treze dias
consecutivos sob chuva torrencial. Assim, em muitas ocasiões, inventa notícias
de fatos jamais ocorridos.
Por
outro lado, quando o fato a ser noticiado carecia de interesse, exagerava para
que a notícia fosse relevante.
Conta-se
que, em 1848, publica na sua coluna no jornal em que trabalhava uma série de
comentários sobre César Guerra Valdés, que afirma ser um promissor poeta
desconhecido em sua terra natal, que teria uma contribuição relevante na
literatura latino-americana. Ocorre que nunca existiu nenhum poeta César Valdés.
Essa
espécie de brincadeira de muitos jornalistas com seus leitores, que esperam
sempre fatos espetaculares, é mais comum do que se pensa, em quase todo o mundo.
Está sendo mesmo objeto de teses de doutorado. O leitor não se contenta com os
fatos da vida banal. Então, o jornalista inventa detalhes fortes para alimentar
essa curiosidade.
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