Prof. Dr. Oscar Luiz Brisolara
GRAHAN GREENE
(1904-1991)
O escritor britânico, falecido em 1991,
reaparece na sena literária com a adaptação para o cinema de seu romance The
and off the Affair, cujo título da tradução portuguesa é Fim de Caso.
Nasceu em 1904, na Inglaterra. Era
tímido, sensível, e preferia a leitura aos esportes. Seu pai, diretor da escola
onde estudava, o atormentava por isso, o que fez com que tentasse várias vezes
se suicidar. Aos quinze anos de idade, após abandonar a escola, foi mandado
para um psiquiatra, em Londres, que o incentivou a escrever. Estudou história
contemporânea no Balliol College e, depois, foi para a universidade.
Lá conseguiu alguma experiência
trabalhando como editor do Oxford Outlook e foi também onde passou a se
interessar por política, depois de se filiar ao Partido Comunista, segundo ele
mesmo, por diversão.
The and off the Affair trata-se de um livro em que você faz
descobertas novas a cada leitura. Lançado em 1951, há alguns anos foi
transformado em filme. Segundo alguns apreciadores desse tipo de literatura, é
um dos melhores romances do século XX.
O livro é perpassado por um lirismo
cético e melancólico, a fé ao mesmo tempo intensa e questionada em Deus, o
humor doce e amargo. Maurice, o personagem central, é um escritor. Ele se
apaixona por uma mulher casada, Sarah, e é correspondido. O detalhe é que
Maurice era amigo do marido.
Como o título sugere,
o livro trata do epílogo do romance. Sarah abandona Maurice e ele, atormentado
de ciúme, desconfia que ela tenha optado por um novo amante. O que ele vai
perceber só no fim é que esse novo amante chama-se Deus.
Tendo cursado a tradicional
Universidade de Oxford, na juventude, Greene foi comunista sem convicção.
Adulto, converteu-se ao Catolicismo. Mas seu Catolicismo nada tinha de
convencional. Numa de suas autobiografias, ele conta uma passagem que mostra
sua personalidade incomum: num período de tédio, ainda moço, Greene fez roleta
russa. Uma bala num tambor de revólver que comporta seis, a sorte lançada. Nada
aconteceu. Fez outras quatro vezes, ao correr dos dias. Nada. Mas decidiu dar
uma última oportunidade à bala, para que ficasse empatado o jogo: seis a seis.
Nada. E então ele tocou a vida. E construiu uma pirâmide literária.
Dedicou-se ao jornalismo. Durante a
Segunda Guerra Mundial, foi correspondente de guerra. Trabalhou para o governo
inglês chefiando um escritório em Serra Leoa. Essa estada na África forneceu-lhe
tema para diversos romances.
Depois da publicação de "The Quiet
American" (O americano tranquilo), o autor foi acusado de ser
anti-americano. Sua vida pessoal também foi cheia de notoriedade: o sucesso
financeiro depois da metade dos anos 60 permitiu que ele pudesse viver
confortavelmente em Londres, Antibes e em Capri. Ele teve várias amantes e
confessou ser "um péssimo marido" separou-se da mulher ainda em 1948,
mas nunca se divorciou dela. Nos últimos anos de vida, viveu em Vevey, na
Suiça, com Yvonne Cloetta.
PRINCIPAIS OBRAS:
(Estes são alguns títulos que julguei importantes dentro da vastíssima obra do
escritor inglês.)
O décimo homem
Expresso do
Oriente
Fim de caso
O homem de
muitos nomes
Nosso homem em
Havana
O poder e a
glória
O americano
tranquilo
Reflexões
Um lobo
solitário
O amante
complacente
O coração da
matéria
O galpão do
jardim
O condenado
Os farsantes
O fator humano
Manual do
espião
Ao lado de Graham Greene, Flannery O’Connor, Paul Claudel e Walker Percy, o francês Georges Bernanos figura entre os grandes escritores cristãos do século XX, ao ponto de o grande teólogo alemão Hans Urs von Balthasar ter-lhe dedicado um livro inteiro. Sua obra tem sido publicada no Brasil pela É Realizações Editora, e agora sua passagem pelo país é narrada ao público local. O estudo de Sébastien Lapaque “Sob o Sol do Exílio: Georges Bernanos no Brasil (1938-1945)” acaba de ser publicado, trazendo à luz a visita de Bernanos a várias cidade do Rio de Janeiro e Minas Gerais, sua estadia no sítio Cruz das Almas, sua revolta contra a mediocridade dos intelectuais e a ascensão do totalitarismo, sua amizade com pensadores brasileiros e a visita que Stefan Zweig lhe fez à véspera de se suicidar.
ResponderExcluirMatérias na Folha de S. Paulo a propósito do lançamento do livro: http://goo.gl/O8iFve e http://goo.gl/ymS4lL
Para ler algumas páginas de “Sob o Sol do Exílio”: http://goo.gl/6hAEOM
Confira também:
Diálogos das Carmelitas: http://goo.gl/Yy3ir3
Joana, Relapsa e Santa: http://goo.gl/CAzTTk
Um Sonho Ruim: http://goo.gl/Kd091z
Diário de um Pároco de Aldeia: http://goo.gl/ISErLc
Sob o Sol de Satã: http://goo.gl/qo18Uu
Nova História de Mouchette: http://goo.gl/BjXsgm
ANDRÉ GOMES QUIRINO
mkt1@erealizacoes.com.br
(11) 5572-5363 (r. 230)
Obrigado pela sua contribuição ao meu modesto trabalho, meu caro André Quirino.
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