sábado, 21 de março de 2015

SUÍÇA: PARAÍSO DOS LADRÕES - SWITZERLAND: PARADISE OF THIEVES


 Prof. Dr. Oscar Luiz Brisolara
Muitos países desenvolvidos, cujos modelos políticos são altamente prestigiados na comunidade mundial, são, de fato, incentivadores da corrupção em países periféricos, atuando como protetores de indivíduos que expoliam seus concidadãos, em troca de privilégios nas relações comerciais e financeiras com esses parceiros. Isso será tema de artigo que publicarei em breve. No que tange à Suíça, ocorre algo tão prejudicial às economias dos países onde acontecem movimentos econômicos subterrâneos, quanto a proteção dos exploradores e seus negócios escusos.
A confirmação dessa atividade do poder público e privado suíço na proteção dos fraudadores das economias em toda parte vem da própria Suíça, do professor Jean Ziegler, sociólogo da Universidade de Genebra, que sustentou uma batalha contra esse sistema perverso.
Em 1976, publica um livro intitulado “A Suíça acima de Qualquer Suspeita”, que provocou profundas reações de instituições de toda sorte de interesses, desde os que se punham a seu lado, até os que defendiam os interesses escusos de tantos escroques internacionais, cujos lucros alimentavam e continuam alimentando suas instituições financeiras.
Desde os primeiros instantes de sua publicação, o professor Ziegler sofreu o efeito de campanhas difamatórias patrocinadas por banqueiros que visavam a intimidá-lo em sua campanha de denúncias.
Afirmava a falsidade nacional, demonstrando a hipocrisia de seus compatriotas, que se apresentam ao mundo com uma máscara falsa de liberalismo, frente aos problemas sociais e políticos, quando, de fato, prestando asilo ao capital dos espoliadores do sistema financeiro mundial, são agentes disfarçados desse sistema corrupto e criminoso.
Como reação aos ataques sofridos, Ziegler lança novo livro “A Suíça Lava Mais Branco”, transformado imediatamente em best-seller. Neste livro ele afirma existir uma corrupção institucional na Suíça. Ao contrário da maioria dos países que possuem uma entidade estatal para regular os bancos, na Suíça, ela é feita por uma empresa sustentada pelos próprios bancos. Assim, mesmo tendo conhecimento que parte significativa do dinheiro depositado nesses bancos provém do crime, como o caso específico do tráfico de drogas e do terrorismo, nenhuma providência é tomada, porque o lucro está muito acima de qualquer outro interesse.
Afirmavam políticos e banqueiros que a quebra do segredo bancário do dinheiro sujo geraria uma catástrofe econômica. É evidente que essas atividades escusas e mesmo criminosas promovem lucros relevantes a muitas instituições financeiras.
Ziegler acusa em seu texto: “O manejo do dinheiro na Suíça se reveste de um caráter sacramental. Guardar, recolher, contar, especular e ocultar o dinheiro, são todos atos que se revestem de uma majestade ontológica, que nenhuma palavra deve macular e se realizam em silêncio e recolhimento.” Denunciava a Suíça como a detentora de 27% dos mercados offshore de todo o mundo.
Por fim, o professor genebrino lança uma terceira obra, “Os Senhores do Crime”, em que demonstra com dados, que o dinheiro sem origem lícita, proveniente de caixa 2, de corrupção pública e privada, movimenta, pelo menos, seis trilhões de dólares. Esse livro é uma verdadeira antologia da delinquência financeira do mundo.
Num momento em que se divulgam tão amplamente os crimes de corrupção em nosso país, seria fundamental lembrar que, não fosse a proteção do sistema financeiro mundial, seria muito mais dificultoso aos criminosos efetivarem suas ações espoliadoras e fraudulentas.

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