O mito e suas funções entre os gregos é uma
temática fascinante. Esse termo origina-se do da palavra grega Μύθος (mythos), que
constitui uma narrativa de sentido simbólico-imagético. Estabelece relações
entre fatos narrados como ocorridos em um tempo primordial, anterior ao nosso,
em que as coisas se davam de outro modo.
Os mitos explicam, de maneira figurativa, a origem de todas
as coisas: do mundo; dos homens; dos animais; das doenças; dos objetos; do
amor; do ódio; da mentira e das relações, seja entre homens e homens, homens e
mulheres e mulheres e mulheres, humanos e animais; enfim, de todos os elementos
por mais fantasiosos que sejam.
Os mitos associam-se a ritos específicos, em função dos
quais sua materialização se concretiza ou não. Os ritos são as ações que se
desenvolvem na atualização de um mito. Constituem-se de danças, preces, cantos
e sacrifícios, cruentos, quando envolvem derramamento de sangue e incruentos,
quando não exigem.
O mito de Zeus e Ganimedes (Γανυμήδης) tem larga difusão,
especialmente nas sociedades homoafetivas, desde a mais arcaica sociedade
grega.
Ganimedes - Rubens |
Zeus (Ζεύς), o supremo mandatário da terceira geração dos
deuses olímpicos, era filho de Cronos (Κρόνος) e Reia (Ρέα). É conhecido, na
mitologia grega, como πατὴρ
ἀνδρῶν τε θεῶν τε (patēr andrōn te theōn
te) pai dos deuses e dos homens. Exercia autoridade suprema sobre divindades e
demais seres, incluindo os humanos. Tinha por esposa sua também irmã Hera (Ἥρα) que se pronuncia como Hēra, com o agá
aspirado ao modo da língua inglesa. Esses casamentos entre irmãos, muito
comuns nas fases primitivas da própria humanidade, são conhecidos como adelfogamias.
São símbolos divinos de Zeus o carvalho, o raio, o touro e a
águia. Tratava-se de uma divindade muito promíscua, mantendo relações com
muitas divindades e muitos humanos também.
Pierre-et-Gilles - Zeus et Ganymede |
É famoso o mito de Zeus e Leda,
esposa de Tíndaro, rei de Esparta. Havia, diante do palácio real, um grande
lago. Zeus, transformado em cisne, aproximava-se da margem e mantinha relações
com a rainha. Assim, ela teve quatro filhos, dois humanos e dois divinos. Das
duas filhas mulheres, Helena (Ἑλένη)
que se transcreve como Helénē, era filha de Zeus e Clitemnestra (Κλυταιμνήστρα)
(Clitaimnestra), filha de Tíndaro. Dos meninos, Pólux (Πολυδεύκης), em grego,
mais conhecido pela forma latina Pollux, era filho de Zeus e Castor (Κάστωρ)
(Cástor), de Tíndaro.
Pois o promíscuo Zeus, conheceu Ganimedes,
pastor das montanhas troianas. O jovem troiano era um lindo príncipe que
cuidava os rebanhos da família. Quando Zeus o avistou, ficou deslumbrado com
tanta beleza em um ser humano.
O poderoso chefe dos deuses
metamorfoseou-se em enorme águia, arrebatou o jovem e o possuiu ainda em pleno
voo. Depois disso, Zeus transportou seu novo tesouro para o Olimpo, morada dos
deuses, sob os protestos veementes de sua esposa Hera.
Sem dar importância aos apelos da
esposa, encarregou o jovem de substituir Hebe (Ήβη), a deusa da juventude, e
filha legítima de Zeus e Hera, em sua função de servir néctar e ambrosia aos
deuses. Em homenagem ao belíssimo jovem, Zeus inseriu-o na Constelação de
Aquarius.
Ótimo, Oscar. Vou compartilhar. Um abraço, Beatriz
ResponderExcluirObrigado, querida amiga Beatriz Mecking. Os leitores é que me estimulam a continuar publicando. Beijos.
ResponderExcluirObrigado, querida amiga Beatriz Mecking. Os leitores é que me estimulam a continuar publicando. Beijos.
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