Prof. Dr. Oscar Luiz Brisolara
Em Lisboa, no oceanário |
Promulgado pelo Papa Gregório XIII, em 1582, é praticamente
o calendário empregado na maioria das nações, hoje. Não teve aceitação imediata
por todos os países. Primeiramente, foi adotado pelos governantes católicos
europeus. Os povos de religião luterana e anglicana adotaram esse calendário
mais tardiamente, somente assumiram o Calendário Gregoriano no século XVIII e, assim mesmo, nem todos no mesmo ano.
Nesse perído de efervecência cultural e científica, marcado pela existência de grandes sábios como o iluminado Leonardo da Vinci, havia uma pressão sobre a Igreja, substituta do antigo Império Romano na condução das organizações mundiais, a fim de que aperfeiçoasse o calendário, pois já se tinha condições científicas para tal.
Diversos astrônomos aconselhavam o papa a proceder uma
reforma no velho calendário romano, que se mantinha inalterado já havia mais de um milênio e meio. Acontece que, com o passar dos tempos, o calendário já
somava uma diferença de dez dias em relação ao ano solar. Precisavam fazer o
equinócio da primavera na região norte retornar para o dia 21 de março.
Valeu-se, então, o papa do auxílio do sábio matemático alemão, o
jesuíta Christopher Clavius, e do astrônomo, filósofo e médico italiano Luigi
Lilio ou Giglio, que recalcularam o calendário.
O papa emitiu uma bula intitulada Inter Gravíssimas em que
se instituiu o novo calendário. Na prática, suspendeu-se a contagem do ano e
deixaram de existir os dias do intervalo entre 4 e 15 de outubro de 1582. (os dias de 5
inclusive a 14 inclusive deixaram de existir naquele ano). Na realidade, o dia 4 de
outubro, uma quinta-feira, prolongou-se até o dia 15 de outubro, que passou a
ser sexta-feira.
Por outro lado, nos países católicos, a Páscoa passou a
comemorar-se por um novo critério, seguindo um processo lunissolar. As chamadas
festas móveis como o carnaval, a quaresma, a Semana Santa, Pentecostes (50 dias
depois da Páscoa), Santíssima trindade, Corpus Christi, todas comemorações que
se relacionam com uma única festa, a comemoração da Ressurreição de Cristo ou
Páscoa, passaram a reger-se por esse mesmo critério.
CALENDÁRIO
GREGORIANO
|
||
Nao Kk.
|
Nome
|
Duração em
dias
|
1
|
Janeiro
|
31
|
2
|
Fevereiro
|
28 ou 29
|
3
|
Março
|
31
|
4
|
Abril
|
30
|
5
|
31
|
|
6
|
Junho
|
30
|
7
|
Julho
|
31
|
8
|
Agosto
|
31
|
9
|
Setembro
|
30
|
10
|
Outubro
|
31
|
11
|
Novembro
|
30
|
12
|
Dezembro
|
31
|
Uma grande contribuição do calendário gregoriano é
a eliminação de, pelo menos um ano bissexto, em cada 400 anos. De fato, há regras
matemáticas que indicam as exceções em que o quarto ano a partir do bissexto
anterior não é bissexto, ou seja, fevereiro não tem 29 dias e o ano não tem 366
dias. São elas:
A primeira exceção é que, além de ser múltiplo de 4, deve também
sê-lo de 100, assim, deixa de ser bissexto. É o caso do ano 2100.
E a segunda exceção é que se for múltiplo de 4, de 100 e
também de 400, então é bissexto. Um exemplo foi o ano 2000. Por exemplo, o ano
de 1914 não foi bissexto e o ano de 2114 também não o será, uma vez
que não são múltiplos de 4, porém, o ano de 2004 foi ano bissexto
pois é múltiplo de 4 e atende a todos os critérios matemáticos da regra.
A Igreja Cristã Ortodoxa, porém, herdeira da
cristandade do Império Romano do Oriente, que se prolongou até o domínio turco
otomano em 1453, ainda emprega o Calendário Juliano.
O Calendário Gregoriano é apenas um aprimoramento
do Calendário Juliano, do primeiro século a. C., orientado pelas novas
conquistas matemáticas e astronômicas de mais de mil e quinhentos anos de
evolução.
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