Prof. Dr. Oscar Luiz Brisolara.
Com Pitágoras - Musei Capitolini |
Pitágoras viveu na ilha grega de Samos (próxima da costa da
Turquia), entre os anos 570 e 496 a. C.. (Ὁ
Πυθαγόρας ὁ Σάμιος = Pitágoras, o
samiano). Dedicou-se às matemáticas e à filosofia. Fundou uma escola de
pensamento conhecida como pitagórica. Pouco se conhece de seus dados
biográficos. Ninguém sabe onde termina o mito e começa o homem, embora a
realidade possa ser ambas as coisas.
É fundador de uma escola em Crotona, na colônia grega da costa itálica, que
se caracterizava pela orientação mística de seu pensamento. Segundo se crê, o
filósofo seria casado com Teano (Θεανώ), uma mulher que também se dedicava à
filosofia, como era também o caso da irmã do pensador, Temistocleia.
Dedicaram-se, especialmente, ao estudo dos números. O conceito
que eles aplicavam ao número aproxima-se de uma concepção de harmonia. Fundavam
seu pensamento nos quatro elementos: terra, ar, fogo e água. Seu símbolo era o
pentagrama, ou estrela de cinco pontas.
Há que afirme que o pensador grego teria viajado por 30 anos
pelo Egito, pela Babilônia, pela Síria, pela Fenícia e pela Pérsia antes de
retornar e funda sua escola, em que acolheu muitos discípulos.
Porém, além das valiosas descobertas matemáticas, mormente
na área da geometria, dedicou-se aos estudos filosóficos, especialmente os
relacionados à metempsicose.
Esse termo
tem origem grega, conforme segue (μετεμψύχωσις, metan “além de”, psique “alma”),
que significa transmigração da alma de um corpo para outro. Não restringe essa
transmigração apenas em corpos humanos, mas admite a possibilidade também de a
alma encarnar-se em animais ou plantas. Essa crença era muito comum na
antiguidade em muitíssimos povos, como os egípcios, os romanos, os
mesopotâmios, os indianos, os chineses, apenas para citar os mais conhecidos.
Essa
teoria pitagórica é seguida, em parte, pelos espíritas contemporâneos, porém,
estes negam a reencarnação da alma humana em plantas e animais, pois isso seria
um retrocesso.
Escola de Pitágoras - Rafael Sanzio |
Allan Kardec,
em seu “Livro dos Espíritos”, diz o seguinte sobre a metempsicose e Pitágoras: “Não
é novo, dizem alguns, o dogma da reencarnação; ressuscitaram-no da doutrina de
Pitágoras. Nunca dissemos ser de invenção moderna a Doutrina Espírita.
Constituindo uma lei da Natureza, o Espiritismo há de ter existido desde a
origem dos tempos e sempre nos esforçamos por demonstrar que dele se descobrem
sinais na antiguidade mais remota. Pitágoras, como se sabe, não foi o autor do
sistema da metempsicose; ele o colheu dos filósofos indianos e dos egípcios,
que o tinham desde tempos imemoriais. A ideia da transmigração das almas
formava, pois, uma crença vulgar, aceita pelos homens mais eminentes.”
A reencarnação seria um processo de aperfeiçoamento dos
espíritos. Pitágoras mantinha, em sua escola, um regime de austeridade, pois
acreditava que os vícios e os abusos retardariam a evolução dos espíritos.
Precedendo Platão, também acreditava que a verdade habita a alma humana.
A escola de Pitágoras acolheu muitos jovens de espíritos
abertos que buscavam aperfeiçoar o próprio espírito, mas também chamou a
atenção dos poderosos, vaidosos e movidos pela cobiça que perseguiram o
filósofo e incendiaram sua sede em Cretona.
Alguns cientistas contemporâneos concordam com a afirmativa pitagórica
de que tudo é número. A própria vastidão do cosmos seria uma comprovação disso,
pela sua complexa constituição em incontáveis galáxias, magnificamente
organizadas, a partir de minúsculas partículas atômicas, estruturando o
arcabouço do universo todo, num constante e complexo movimento diastólico
sistólico, resultando uma estrutura que se expressa em termos
numérico-matemáticos.
Grandes estudiosos, como o próprio Einstein, foram levados a
crer que, por trás deste processo todo, há uma inteligência pensante,
responsável pela lógica que tudo ordena e transforma na lentidão velocíssima do
correr dos tempos, que se marca por bilhões de anos, desde a partícula única
inicial até as sofisticada soma atual de bilhões de galáxias.
Texto excelente, professor Oscar. Tenho a "fantasia" de que Pitágoras "deixou acontecer" a morte de seu discípulo querido, Hipaso de Metaponto, por este ter divulgado os irracionais. O fato é que a lenda reza que Hipaso teria se afogado durante a travessia de um rio, travessia esta feita com outros discípulos de Pitágoras e o próprio mestre! No mínimo estranho esse afogamento!
ResponderExcluirOi, amigo Gerson, está nos meus planos um texto Hipaso. Abraços.
ResponderExcluirO número 9 representa que não existe verdade absoluta,depende de que lado estamos.
ResponderExcluir