Prof. Dr. Oscar Luiz Brisolara
Segundo a mitologia grega, de acordo com algumas narrativas, no caminho de Elêusis, cidade da
Grécia a 30 km a leste de Atenas, onde se realizavam os rituais de iniciação
dos jovens na sociedade adulta, segundo outras, seria na estrada de Mégara, pois num determinado caminho havia uma hospedagem.
O dono da hospedaria conhecido como Procusto construíra um
leito metálico baseado em seu exato tamanho. Àqueles hóspedes que fossem
maiores do que o leito, o hospedeiro amputava-lhes o excesso. Os que fossem
menores do que a referida cama, esticava-os até ficarem de conformidade com o
móvel.
Esse horror só teve fim quando o herói Teseu fez a ele o
mesmo que ele sempre fazia às suas vítimas, colocou-o na cama, mas um pouco
para o lado, sobrando assim a cabeça e os pés que foram amputados pelo
herói.
“O mito de Procusto é uma alegoria da intolerância. Apesar
de a diversidade ser uma característica humana, o ser humano tem agido como
Procusto, em grande parte acreditando estar sendo justo. Num dos episódios
desse mito, Atena, a deusa da sabedoria, incomodada pelos gritos das vítimas,
resolveu tomar uma providência e foi ter com o bandido, mas ficou sem palavras
quando este argumentou que estava fazendo justiça porque sua cama nada mais
fazia do que acabar com as diferenças entre as pessoas. O silêncio de Atena foi
interpretado como aprovação e só fez reforçar a crueldade do bandido.” (Jane
Maria de Almeida Barbosa, disponível belo texto analisando esse mito, em http://professorjoaopaulo.com/mitologia/o-mito-de-procusto/).
Ao ser procurado por Teseu, no momento em que tentava
justificar sua justiça com o argumento de que tratava a todos com igualdade, o
herói respondeu-lhe que justiça seria tratar desigualmente os que, por
natureza, são desiguais. Teseu concretiza, neste mito, o mitologema do
bom-senso.
Esse mito pode ser aplicado ao radicalismo de alguns
cientistas que, proferida uma teoria, que julgam perfeita, aplicam-na a todos
os casos e situações, amputando e mutilando a realidade, quando esta foge ao
arcabouço teórico.
Olá, Oscar... penso eu, não só em relação aos cientistas, suas teorias e radicalismos , mas , grande parte das pessoas agem como Procusto, sendo que as divergências , que existem nos relacionamentos , ocorrem quando tentam administrar e controlar as pessoas, impondo seus padrões e ideais, querendo que muitos ajustem-se aos seus conceitos...e a verdade é que somos todos diferentes na forma de ser igual...agradeço pela visita,belos dias,abraços!
ResponderExcluirTens toda a razão, Felisberto, esse mito não é aplicável apenas à ciência. Sempre que alguém impõe seus padrões, seus caprichos, seu modo de ser aos demais está se comportando como um Procusto. O mito se aplica a qualquer situação de radicalismo.
ResponderExcluirTens toda a razão, Felisberto, esse mito não é aplicável apenas à ciência. Sempre que alguém impõe seus padrões, seus caprichos, seu modo de ser aos demais está se comportando como um Procusto. O mito se aplica a qualquer situação de radicalismo.
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