Prof. Dr. Oscar Luiz Brisolara
Quando eu ainda não era, cuidava dos nossos um homem
truculento, que prendia e arrebentava quem se lhe antepusesse à passagem e
desejos. E mandou seus estudiosos ao mundo e implantou à força tudo o que de
mais moderno descobriram. Quando viu que não dava mais, impôs até mesmo a
democracia, que manipulou, como de resto. Elegeu, manipucraticamente um general
seu amigo. E depois voltou... e, numa cartada de mestre... tirou-se de cena... e virou deus... Meu pai me dizia
que era muito seguro para quem não contrariasse os interesses do baixinho...
A seguir... quando eu ainda não sabia direito de nada...
vieram outros truculentos... os mesmos métodos... mais sofisticados... e, como
antes, as ruas estavam seguras... só não dava para discordar... vi discordantes
morrerem... e fiz quase nada... e sobrevivi
Os discordantes venceram... democracia... direitos...
agora já velho... olho ao redor... não posso sair à rua... temo até por minha
casa... estou como as rãs de Esopo, pedindo a Zeus um novo rei... Que não vos advenha outro pior, respondeu-lhes
a suprema divindade... Será?
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