Prof.Dr. Oscar Luiz Brisolara
Não se
trata de esconder o conflito entre palestinos e judeus desde há muito no
Oriente Médio do pós-guerra. Acontece que, enquanto movimentos de ambas as
facções acerbam o conflito, há muitíssimos anônimos, tanto judeus como
palestinos que cultivam princípios de paz e de convivência.
Mesmo que
a história de Abrão, Sara, Agar, Ismael e Isaac seja apenas uma narrativa
pedagógica, como querem muitos, ela fala muito da irmandade desses povos. Há
milênios, foram amados por uns e amaldiçoados por outros e deram origem a
religiões que congregam bilhões de pessoas disseminadas por todo o orbe
terrestre.
William César
de Andrade, professor e pesquisador da Universidade Brasília, em artigo sobre a
convivência entre árabes e judeus, afirma:
Diariamente, a
mídia traz notícias de confrontos entre israelenses e palestinos. O ódio que
divide as duas populações se expressa em ataques suicidas, invasões de casas,
aprisionamentos ilegais, bombardeios, campos de refugiados, muros e segregação.
De fato, tudo isso existe e tende a continuar enquanto não se efetivar uma ação
de pleno reconhecimento do direito de ambos os povos coabitarem no mesmo
território em condições plenas de cidadania.
Porém, logo
a seguir contrapõe a essa situação o dia-a-dia desses povos em que o normal é a
convivência. Veja-se ainda o que afirma o mesmo professor:
O que não
aparece na mídia, são os ‘pequenos’ gestos de convivência pacífica e harmoniosa
entre palestinos e israelenses. Pouco ou nada é mostrado sobre os soldados que
se recusam a cumprir ordens que lhes pareçam desumanas. Enfim, há um processo
que torna invisível a convivência diária nas escolas, ruas, no comércio e no
lazer, ainda que, em geral, os palestinos sejam mais pobres.
Quando se
viaja em Israel fora dos períodos de conflito, há uma convivência absolutamente
normal entre palestinos e judeus. Tive conhecimento que, embora não muito frequentes,
ocorrem uniões e casamentos inter-raciais.
Sem apelarmos
para o argumento extremo que não é possível aos judeus israelitas eliminarem
todos os palestinos e muito menos os palestinos aos judeus, sabe-se
historicamente que os povos, por mais distintos que sejam entre si, têm,
necessariamente de descobrir formas de conviver civilizadamente.
Fatos históricos
milenares afastam esses povos, mas o que me parece mais plausível é que os
conflitos atuais se movem muito mais por interesses menores se ambos os lados
que não permitem a consolidação da paz. Porém, o que preciso salientar é que os
períodos de guerra, embora sangrentos, são imensamente menores do os tempos de
paz. Com uma eficiente fiscalização internacional, é possível uma paz duradoura
na região. Há exemplos em escolas dos dois lados que trabalham a temática da
paz e do racismo em ambas as regiões.
BIBLIOGRAFIA
ANDRADE, William César de.
Uniões mistas em israel. indícios de uma realidade multi-étnica e multicultural.
Disponível em: file:///C:/Documents%20and%20Settings/Administrador/Meus%20documentos/Downloads/83-170-1-SM.pdf
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