Prof. Dr. Oscar Luiz Brisolara
Segundo o autor da obra “Comunicação em Prosa Moderna –
aprenda a escrever aprendendo a pensar”, o falecido professor Othon Moacyr
Garcia, há três modos de se estabelecer os nexos de ligação entre a oração
principal e as orações subordinadas:
1) empregar conjunção ou pronome relativo para ligar as frases, ficando o verbo no modo finito (qualquer tempo que não seja infinitivo);
3)
ou colocar simplesmente o verbo no gerúndio ou
particípio.
Vejam-se algumas explicações complementares. Quanto ao primeiro caso, observemos o seguinte exemplo:
Vejam-se algumas explicações complementares. Quanto ao primeiro caso, observemos o seguinte exemplo:
Temos o fragmento de período A:.
Os soldados se afastaram. (oração subordinada adverbial, marcando circunstância
de tempo). E temos também o fragmento B: O caboclo saiu do esconderijo. (como oração
principal do período). Resulta, então, o seguinte período composto, usando o
primeiro processo de conexão de oração subordinada, ou seja, empregando na
oração subordinada uma conjunção e colocando seu verbo no modo finito:
“Quando (ou no momento em que, ou
depois que, etc.) os soldados se afastaram, o caboclo saiu do esconderijo.”
Se usarmos os segundo processo de
subordinação, ou seja, se nos utilizarmos de uma preposição e o verbo no infinitivo,
o resultado será o seguinte:
“Depois de os soldados se
afastarem, o caboclo saiu do esconderijo.”
Porém, se usarmos o gerúndio ou o
particípio, o período será assim:
Afastados os soldados, o caboclo
saiu do esconderijo. (com particípio). Afastando-se os soldados, o caboclo saiu
do esconderijo.
Essa última maneira de
estabelecer a conexão entre a oração principal e sua subordinada é também
denominada de forma reduzida, uma vez que a ausência do conector reduz de tamanho
o período. Quando se emprega o verbo no particípio, denomina-se reduzida de
particípio, e quando se emprega o gerúndio, reduzida de gerúndio.
Quanto ao conceito de modo
finito, afirma-se que: Os modos verbais que, juntamente com outras informações,
mostram-nos a pessoa que executa a ação, chamam-se modos finitos.
No primeiro caso de subordinação,
poder-se-ia empregar também um pronome relativo para estabelecer a ligação. A
frase subordinada seria então uma oração adjetiva. A oração adjetiva funciona
como um modificador adjetival. Esse modificador sempre altera, modifica o
sentido de um substantivo. Por isso, o fragmento modificador deve aparecer logo
após o elemento modificado. Em razão disso, não se pode usá-la em qualquer
conexão, sob pena de prejuízos semânticos.
Vejamos um exemplo: Fragmento A)
Os problemas de migração têm-se agravado nos últimos séculos (oração principal).
Fragmento B) Os problemas de migração assolam a sociedade há muito tempo.
(O fragmento B, deve ser o modificador de "Os problemas de migração" no fragmento A). A junção dos dois
fragmentos de período, A com B, seguindo as instruções dadas, teria como resultado o
“Os problemas de migração, que
assolam a sociedade há muito tempo, têm-se agravado nos últimos séculos.”
Othon Garcia, em seu interessante
livro citado acima, propõe uma grande tipologia de exercícios desta natureza,
que levam o aprendiz a raciocinar sobre o que visa a expressar, ao mesmo tempo
em que constrói seu texto.
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