sábado, 26 de setembro de 2015

LINGUAGEM – LIGAÇÃO DAS ORAÇÕES SUBORDINADAS À PRINCIPAL - PROCESSOS DE SUBORDINAÇÃO



Prof. Dr. Oscar Luiz Brisolara
Segundo o autor da obra “Comunicação em Prosa Moderna – aprenda a escrever aprendendo a pensar”, o falecido professor Othon Moacyr Garcia, há três modos de se estabelecer os nexos de ligação entre a oração principal e as orações subordinadas:

           1)   empregar conjunção ou pronome relativo para ligar as frases, ficando o verbo no modo finito (qualquer tempo que não seja infinitivo);
2)   utilizar, para esse fim, preposição com verbo no infinitivo;
3)   ou colocar simplesmente o verbo no gerúndio ou particípio.
Vejam-se algumas explicações complementares. Quanto ao primeiro caso, observemos o seguinte exemplo:
Temos o fragmento de período A:. Os soldados se afastaram. (oração subordinada adverbial, marcando circunstância de tempo). E temos também o fragmento B: O caboclo saiu do esconderijo. (como oração principal do período). Resulta, então, o seguinte período composto, usando o primeiro processo de conexão de oração subordinada, ou seja, empregando na oração subordinada uma conjunção e colocando seu verbo no modo finito:
“Quando (ou no momento em que, ou depois que, etc.) os soldados se afastaram, o caboclo saiu do esconderijo.”
Se usarmos os segundo processo de subordinação, ou seja, se nos utilizarmos de uma preposição e o verbo no infinitivo, o resultado será o seguinte:
“Depois de os soldados se afastarem, o caboclo saiu do esconderijo.”
Porém, se usarmos o gerúndio ou o particípio, o período será assim:
Afastados os soldados, o caboclo saiu do esconderijo. (com particípio). Afastando-se os soldados, o caboclo saiu do esconderijo.
Essa última maneira de estabelecer a conexão entre a oração principal e sua subordinada é também denominada de forma reduzida, uma vez que a ausência do conector reduz de tamanho o período. Quando se emprega o verbo no particípio, denomina-se reduzida de particípio, e quando se emprega o gerúndio, reduzida de gerúndio.
Quanto ao conceito de modo finito, afirma-se que: Os modos verbais que, juntamente com outras informações, mostram-nos a pessoa que executa a ação, chamam-se modos finitos.
No primeiro caso de subordinação, poder-se-ia empregar também um pronome relativo para estabelecer a ligação. A frase subordinada seria então uma oração adjetiva. A oração adjetiva funciona como um modificador adjetival. Esse modificador sempre altera, modifica o sentido de um substantivo. Por isso, o fragmento modificador deve aparecer logo após o elemento modificado. Em razão disso, não se pode usá-la em qualquer conexão, sob pena de prejuízos semânticos.
Vejamos um exemplo: Fragmento A) Os problemas de migração têm-se agravado nos últimos séculos (oração principal). Fragmento B) Os problemas de migração assolam a sociedade há muito tempo. (O fragmento B, deve ser o modificador de "Os problemas de migração" no fragmento A). A junção dos dois fragmentos de período, A com B, seguindo as instruções dadas, teria como resultado o
seguinte período:
“Os  problemas de migração, que assolam a sociedade há muito tempo, têm-se agravado nos últimos séculos.”
Othon Garcia, em seu interessante livro citado acima, propõe uma grande tipologia de exercícios desta natureza, que levam o aprendiz a raciocinar sobre o que visa a expressar, ao mesmo tempo em que constrói seu texto.

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