Prof. Dr. Oscar Luiz Brisolara
Clóris e Zéfiro |
Isso significa que o dia e a noite de hoje são exatamente
iguais e que caminhamos em direção ao solstício de verão, em que teremos, em
nosso hemisfério sul, o maior dia e a menor noite do ano.
Na mitologia grega, Clóris (Χλωρίς) era a deusa da primavera, que presidia à formação dos brotos
e das flores, amante, a um só tempo, de Bóreas (Βορέας), o terrível vento do inverno, que, com suas pernas de
serpente, vem do norte; e de Zéfiro (Ζέφυρος), o brando vento primaveril, procedente do leste. Na disputa
ferrenha entre eles, Clóris decide-se por Zéfiro, o vento suave que povoa os
dias primaveris. Porém, cada um deles sabia ser próspero ou sereno de acordo
com a proteção que desejasse levar a um amigo ou castigo que desejasse impor
como punição a um inimigo.
Zéfiro concedeu a Flora, como recompensa de seu amor, o
reinado sobre as flores, não somente sobre as dos jardins, mas também, sobre as
dos campos cultivados. O mel é considerado como um dos presentes que Clóris
ofertou aos homens, tal como as sementes das inumeráveis variedades de flores.
Flora, pintura de Louise Abbéma. |
Na mitologia romana, era Flora, a potência da natureza que preside
“tudo que floresce”. Ao narrar este mito, Ovídio, em sua mais eloquente obra, “As
Metamorfoses”, refere explicitamente o rapto de OFlora, pintura de Louise Abbéma.rítia por Bóreas, enquanto
Zéfiro raptava Flora (corruptela romana da divindade grega Clóris).
Este rapto é, sem dúvida, o seu modelo, mas acrescenta-lhe
um episódio singular; é Flora quem está na origem do nascimento de Marte. Juno,
irritada com o nascimento de Minerva, saída espontaneamente da cabeça de
Júpiter, quis conceber um filho sem o auxílio de um elemento masculino.
Dirigiu-se a Flora, que lhe deu uma flor cujo simples contato era suficiente
para fecundar uma mulher. Foi assim que Juno gerou Marte, sem se unir a
Júpiter, deu à luz o deus cujo nome é o do primeiro mês de Primavera europeia,
março (Martius, em latim, ou seja, mês dedicado a Marte).
Flora tinha o privilégio de um sacerdote particular em Roma,
um dos doze flâmines menores, que eram considerados como instituídos por Numa
Pompílio. Celebravam-se em sua honra as Floralia, os festejos da primavera romana, caracterizadas por jogos
em que participavam as cortesãs. Flora é o nome da fada das flores.
Primavera - Sandro Boticelli |
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