Quem é morto
Desce as escadas,
Puxa correntes
De pura mágoa.
Apaga as fotos
Nas elegias,
Arranca as folhas
Rangendo os dentes.
Quem é morto,
Sempre aparece...
Escolhe um canto
Para assombrar
Com seu quebranto.
Lê os jornais,
Não é notícia...
Mantém segredo:
-Pura estultícia!
Quem é morto,
Sempre aparece,
Não tem sossego:
Deixa pegadas,
Abraça o vento,
Abraça o ar,
Tem substância
De esquecimento.
Quem é morto,
Sempre aparece:
Pede, em sussurros,
Mais uma prece.
Mata sua sede
De alheias lágrimas,
E reencarna
Reinventando-se,
Esconde escaras
Lavando a cara.
Olá,Oscar
ResponderExcluirObrigada por publicar!
Querida, amiga.Achei fantástico. A tua criatividade é surpreendente. Parabéns.
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