A fraude do ataque com armas químicas na Síria é desmascarada
Posted by Thoth3126 on 22/04/2018
O menino Mustafa, de 10 anos, mora na cidade síria de Douma em Ghouta Oriental. Mustafa demorou muito para tomar coragem e começar a falar com os jornalistas da Sputnik, já que os radicais do grupo Jaysh al-Islam diziam que as pessoas que moram no território controlado pelo exército sírio odeiam crianças e querem matá-las. Outro garoto sírio Hassan Diab, que aparece em um vídeo da ONG “Capacetes Brancos” como uma suposta “vítima” do ataque com armas químicas em Douma, também revelou o que aconteceu na realidade.
Edição e imagens: Thoth3126@protonmail.ch
Participante da encenação de ataque com armas químicas em Douma, na Síria, revela a verdade Fonte: https://br.sputniknews.com/
O menino tinha medo de participar na gravação do vídeo, mas os jornalistas da Sputnik Árabe conseguiram tirar várias fotos dele. Com o tempo, Mustafa deixou de ter medo e contou que gostava de estudar, mas sua escola se encontrava destruída. Depois perguntou: “Caso eu diga o que fizemos aqui, vocês não vão me matar?” O menino contou que os radicais do Jaysh al-Islam prometeram dar às crianças tâmaras doces, caso as cumprissem suas ordens.
O garoto Mustafá
“As crianças foram juntadas perto do hospital e nos disseram que receberíamos biscoitos e sacos com batatas se nós fizéssemos tudo certo. Algumas pessoas trouxeram sacos grandes, mas não entendemos o que havia dentro deles. Começaram a nos regar com água da torneira. Depois os adultos correram ao edifício do hospital levando as crianças. Ali nos tiraram fotos. Depois distribuíram a comida prometida e disseram que podíamos brincar porque nos comportamos bem e obedecemos”, contou.
Mustafa explicou: “Geralmente não permitiam que nós fôssemos a escolas e brincássemos. Nós devíamos trabalhar. Caso eles vissem alguma das crianças brincando, gritavam com ela e mandavam para casa.”
Anteriormente, os países ocidentais acusaram Damasco de ter realizado um ataque químico contra a cidade de Douma. As autoridades sírias veem desmentindo essas informações, qualificando-as como falsas. Por sua vez, a Rússia afirmou que as falsificações tinham como objetivo justificar os ataques contra a Síria.
Na madrugada do dia 14 de abril, as forças dos EUA, Reino Unido e da França lançaram ataques com mísseis contra várias instalações sírias que, em sua opinião, foram utilizadas para produzir armas químicas. As autoridades sírias frisaram repetidamente que todo o arsenal químico do país foi retirado sob controle da Organização para a Proibição de Armas Químicas.
O garoto sírio Hassan Diab, que aparece em um vídeo da ONG “Capacetes Brancos” como uma suposta “vítima” do ataque com armas químicas em Douma, revelou o que aconteceu na realidade.
“Estávamos no porão. Minha mãe me disse que não temos nada para comer hoje. Comeríamos só amanhã. Então ouvimos gritos na rua – todos deveríam ir até o hospital. Corremos para o hospital e, assim que chegamos, fui agarrado e começaram a jogar água em cima de mim. Depois nós colocaram na maca, junto à outras pessoas”, contou o garoto em entrevista para a emissora Rossiya 24.
O correspondente de guerra da emissora, Yevgeny Poddubny, destacou que o garoto foi obrigado a participar do vídeo. “O garoto não tinha o que comer. Ofereceram arroz, tâmaras e biscoitos para ele participar da filmagem”, disse ele. As palavras de Hassan foram confirmadas pelo seu pai, que confirmou o fato de não ter tido nenhum tipo de ataque químico na cidade.
“Quando soube que a criança está no hospital, pedi licença no trabalho e corri para lá. Não havia arma química alguma. Eu fumei na rua e não senti nada. Cheguei no hospital e vi a minha família. Os combatentes deram tâmaras, biscoitos e arroz pela filmagem e liberaram todos. O meu filho estava se sentindo muito bem“, revelou o pai do garoto.
Posição do Ocidente
No início de abril, o Ocidente acusou Damasco de realizar ataque químico contra a cidade de Douma, na Ghouta Oriental, e ameaçou retaliar. Moscou negou a informação sobre uma bomba de cloro, supostamente atirada por militares sírios. A chancelaria russa declarou que a desinformação sobre ataques químicos na Síria busca proteger os terrositas e justificar atuação militar de terceiros no país árabe.
O garoto sírio Hassan Diab
Na madrugada de 14 de abril, EUA, Grã-Bretanha e França realizaram um ataque de mísseis conjunto contra instalações do governo sírio que, segundo o Ocidente, eram usadas na fabricação de armas químicas. Mais de 100 mísseis foram disparados, 71 dos quais foram abatidos por defesa antiaérea síria. As forças russas não foram mobilizadas, mas acompanharam o ataque. O presidente da Rússia, Vladimir Putin, classificou o ataque como agressão contra um país soberano.
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