quarta-feira, 5 de agosto de 2020

BILIONÁRIOS SE PREPARAM PARA O FIM DA ATUAL CIVILIZAÇÃO

Posted by Thoth3126 on 05/08/2020

A atual crise do coronavírus, juntamente com a ameaça do terrorismo e da mudança climática, aumentou o medo das classes mais privilegiadas e cada vez mais pessoas milionárias apostam em estar preparadas para um possível apocalipse, disparando rapidamente a demanda por bunkers e refúgios. De Vale do Silício a Wall Street, passando por Marbella, é assim que os ricos estão se preparando para o “fim do mundo”. Isto é como um seguro de vida ou um seguro de carro, você espera nunca ter de usá-los, mas se tiver de fazê-lo, são muito valiosos”. Com estas palavras Dance Vicino tenta racionalizar sua rede de refúgios subterrâneos, o diretor-executivo da The Vivos Group, uma das empresas líderes do setor e que ele prefere qualificar de “projeto humanitário épico de sobrevivência”.
Edição e imagens: Thoth3126@protonmail.ch
Bilionários se preparam para o fim da nossa civilização
Fonte: El Pais

”E as estrelas do céu caíram sobre a terra, como quando a figueira lança de si os seus figos verdes, abalada por um vento forte. E o céu retirou-se como um livro que se enrola; e todos os montes e ilhas foram removidos dos seus lugares. E os reis da terra, e os grandes, e os ricos, e os tribunos, e os poderosos, e todo o servo, e todo o livre, se esconderam nas cavernas e nas rochas das montanhas; E diziam aos montes e aos rochedos: Caí sobre nós, e escondei-nos do rosto daquele que está assentado sobre o trono, e da ira do Cordeiro; Porque é vindo o grande dia da sua ira; e quem poderá subsistir?” – Apocalipse 6:13-17

Crise do coronavírus disparou oferta e demanda de ‘bunkers’ projetados para enfrentar o apocalipse, com os endinheirados gurus do Vale do Silício como principais investidores 

—Alô?

—Até que enfim, senhor DeMarest. Escute-me bem. O senhor precisa estar no aeródromo de Saint-Rémy em 16 minutos.

—Como? O quê? E que horas são?

—8h34. Estamos tentando entrar em contato com o senhor e sua esposa há três horas para evacuá-los.

Dezenas de refúgios compõem a sede da Vivos XPoint em Dakota do Sul. THE VIVOS GROUP

No terceiro episódio da festejadíssima nova série francesa L’Effondrement (”O colapso”), um bilionário protagoniza uma corrida contra o relógio para pegar um avião exclusivo para fugir da falência da civilização tal como a conhecemos.

O capítulo mostra o instinto de sobrevivência e a falta de escrúpulos desse membro afortunado dos 1% da humanidade, uma reflexão que a ficção amplia no sétimo capítulo narrando a angustiante odisseia de uma mulher, ministra neste caso, tentando chegar a uma ilha onde pode encontrar refúgio. Apesar de ser uma série distópica, sua abordagem do comportamento das elites em um potencial colapso da civilização está longe da pura ficção científica.

A atual crise do coronavírus, juntamente com a ameaça do terrorismo e da mudança climática, aumentou o medo das classes mais privilegiadas e cada vez mais pessoas milionárias apostam em estar preparadas para um possível apocalipse, disparando rapidamente a demanda por bunkers e refúgios. De Vale do Silício a Wall Street, passando por Marbella, é assim que os ricos estão se preparando para o “fim do mundo”.

“Isto é como um seguro de vida ou um seguro de carro, você espera nunca ter de usá-los, mas se tiver de fazê-lo, são muito valiosos”. Com estas palavras Dance Vicino tenta racionalizar sua rede de refúgios subterrâneos, o diretor-executivo da The Vivos Group, uma das empresas líderes do setor e que ele prefere qualificar de “projeto humanitário épico de sobrevivência”.

Por e-mail, Vicino confirma ao EL PAÍS o boom nas vendas por desse tipo de serviço, aumentando as vendas em até 400% ao ano. Veículos de comunicação como o Los Angeles Times confirmam que as pesquisas e as vendas de refúgios do tipo “Doomsday“ nos Estados Unidos dispararam desde o início da crise da pandemia pelo Covid-19:


“Desinfetante para as mãos? Certamente. Máscaras? Está bem. Mas, à medida que o coronavírus se propaga em sucessivas ondas, os ricos estão investindo de uma maneira muito mais extrema para evitar a doença: bunkers para sobrevivência”.


Chamada de survivalismo [PREPPERS], esta corrente deixou para trás os arquétipos de fanáticos religiosos ou eremitas excêntricos para se deslocar para os escritórios mais poderosos do Vale do Silício ou de Wall Street. CEOs das grandes empresas de tecnologia [Big Tech] e investidores globais decidiram se preparar ativamente para uma hecatombe do atual sistema que colapsará nossa civilização, talvez alentados pelas recentes imagens de brigas em supermercados por rolos de papel higiênico ainda antes da quarentena e conflitos racistas que eclodiram em várias partes dos EUA.

O cofundador do LinkedIn, Reid Hoffman, disse à The New Yorker que estima que 50% dos bilionários de Vale do Silício já tenham um bunker ou esconderijo preparado ao redor do mundo para o caso de o apocalipse acontecer e afirmou que “comprar uma casa na Nova Zelândia é algo como ‘piscar os olhos’, não é preciso dizer mais nada”.

Vicino confirma que o público interessado nos bunkers da Vivos tem cada vez mais capacidade econômica e nos últimos meses avaliou a construção de um resort com apartamentos subterrâneos de luxo em Marbella. Esse complexo será composto por residências de cerca de 200 metros quadrados e terá um sistema de filtragem de ar, piscina, academia e até um cinema para assistir Mad Max ou Filhos da esperança enquanto o mundo cai em pedaços.

Atualmente a empresa têm centenas de refúgios em lugares como a Alemanha ou Dakota do Sul, Estado em que construíram uma comunidade do tamanho de Manhattan. “Muitos Governos do mundo construíram enormes bunkers militarizados para seus oficiais e suas elites, mas não para o resto da população. Eles não têm nenhum plano para salvá-los se a extinção humana começar na superfície do planeta. A Vivos tem!”, clama. O preço de cada unidade, sem equipar nem mobiliar, ronda os $ 30.000 euros (cerca de $ 184.000 reais), mais outros mil por ano a título de manutenção.

O influente investidor em tecnologia e o cofundador do PayPal, Peter Thiel, é um dos principais instigadores dessa corrente profilática nascida no Vale do Silício. O alemão, que apoiou publicamente Donald Trump e que destruiu um veículo de comunicação (o site Gawker) como vingança por um artigo que afirmava que ele era homossexual, comprou um terreno de 200 hectares para seu refúgio apocalíptico na Nova Zelândia, país que considera “uma utopia”:

Interior de um bunker da VIVOS

”O que que se alinha melhor ou com a minha visão do futuro”, disse. Thiel conseguiu a cidadania neozelandesa em apenas duas semanas e muitos outros tentaram seguir seus passos. Nos dois dias seguintes à eleição presidencial de 2016 que deu a vitória ao imprevisível Donald Trump, as pesquisas dos norte-americanos sobre como conseguir a nacionalidade kiwi aumentaram 14% em comparação com o mesmo período do ano anterior. Mais de 13.000 solicitações foram registradas.

Embora donos de uma riqueza tão imensa que qualquer investimento —por mais louco que possa parecer— seja insignificante na demonstração de resultados, talvez os motivos por trás dessa crescente paranoia não respondam unicamente a uma questão meramente preventiva ou recreativa. John W. Hoopes, professor de Antropologia da Universidade do Kansas, diz no The New York Times que o sucesso da corrente responde à “fantasia hipermasculina” de que apenas alguns poucos escolhidos e suas famílias se salvarão do perigo iminente.

“O medo vende melhor que o sexo. Se você pode fazer com que as pessoas tenham medo, pode vendê-las todo tipo de coisa e isso inclui os bunkers”, conclui. Vicino parece estar inscrito nessa estratégia de marketing. “As pessoas sentem que o inferno está chegando, da Coreia do Norte e do Oriente Médio até uma potencial Terceira Guerra Mundial com a Rússia e a China”, afirma, adiantando também futuras “pragas, asteroides ou o colapso econômico total”.

A bíblia do radicalismo libertário, que o próprio Thiel qualificou como o livro que mais o influenciou em sua carreira, chama-se O indivíduo soberano: Como sobreviver e prosperar durante o colapso do Estado de Bem-Estar. Publicada em 1997 e escrito por James Dale Davidson e William Rees-Mogg, a obra já apontava a Nova Zelândia como refúgio perfeito para observar o fim da civilização como a conhecemos. Segundo os autores, a Internet e a consolidação das criptomoedas porão fim neste milênio nos “criminosos Estados-nação” e uma “elite cognitiva” se elevará acima da “fraude democrática”.

THE VIVOS GROUP

Sem Governos, sem lei nem impostos, é claro. Em declarações à Vanity Fair, um amigo próximo do guru reconhece o desejo deste de “comprar seu próprio país” e afirma ter oferecido até cem bilhões de dólares para torná-lo realidade. Sam Altman, outro bilionário de Vale do Silício, confirmou que ele e Thiel “tinham preparado um plano para fugir ao país” em caso de um colapso mundial.

E por que criar a nova humanidade no arquipélago da Nova Zelândia podendo fazê-lo a partir do planeta vermelho? Precisamente, um dos sócios fundadores do PayPal ao lado de Thiel se erigiu como outro dos super-ricos mais obcecados em estar pronto diante do juízo final. Elon Musk, CEO da Tesla, não apenas vaticinou em várias ocasiões o fim do mundo como o conhecemos, como pode se vangloriar de ter criado todo um império empresarial para tentar buscar uma saída ao possível apocalipse.

“É inegável que desde a mudança climática (com a ênfase de Tesla em reduzir o uso de combustíveis fósseis) até a maligna inteligência artificial (com a Neuralink) e a ameaça de uma guerra global que desencadeie o caos (o plano de fuga para Marte da Space X), Musk está preparando uma parte da humanidade para o cataclismo vindouro e tentando evitá-lo”, disse o jornalista Jonathan Sieber depois de assistir a uma conferência do guru da tecnologia no festival South by Southwest em 2018.

O milionário fundador do Facebook, Mark Zuckeberg, tampouco foge desse utópico investimento financeiro e já em 2016 vários meios de comunicação publicaram que ele já tinha construído um bunker perto de sua mansão em Palo Alto, na Califórnia.

Piscina comunitária da rede de ‘bunkers’ da Vivos. THE VIVOS GROUP

Segundo o site Finder, até 20% dos norte-americanos fizeram alguma forma de provisão pensando no fim do mundo. Vicino nega que a maioria de seus clientes pertença à elite. “São pessoas bem-educadas e informadas, de classe baixa, média ou alta, que têm a responsabilidade de proteger suas famílias durante estes tempos potencialmente catastróficos”, deixando claro que seu objetivo é oferecer esconderijos acessíveis a todos.

O tempo de construção desses majestosos planos B pode variar de três a doze meses, dependendo da localização e do tamanho, e contam com pelo menos um ano de autonomia energética sem precisar sair à superfície. Esperemos que jamais se tornem o plano A.


“E ouvireis de guerras e de rumores de guerras; olhai, não vos assusteis, porque é mister que isso tudo aconteça, mas ainda não é o fim. Porquanto se levantará nação contra nação, e reino contra reino, e haverá FOMES, PESTES e TERREMOTOS, em vários lugares. Mas todas estas coisas são [APENAS] o princípio de dores. Mateus 24:6-8

“E faz que a todos, pequenos e grandes, ricos e pobres, livres e servos, lhes seja posto um sinal na sua mão direita, ou nas suas testas, Para que ninguém possa comprar ou vender, senão aquele que tiver o sinal, ou o nome da besta, ou o número do seu nome. Aqui há sabedoria. Aquele que tem entendimento, calcule o número da besta; porque é o número de um homem, e o seu número é seiscentos e sessenta e seis“. – Apocalipse 13:11-18


Leitura adicional:


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