quinta-feira, 21 de junho de 2018

CRÔNICA DOS TEMPOS DA BARBÁRIE.

MINICRÔNICA DA HISTÓRIA – NOS DATEMPOS DA BARBÁRIE...
Oscar Luiz Brisolara

Era o império da barbárie… a própria barárie viva.... pelos anos 1890 até as primeiras décadas de 1900 (10/20/30)... Disputas no seio de uma elite política podre do Sul do Brasil, liderada por Júlio de Castilhos e seu seguidor Borges de Medeiros, contra opositores como Gaspar Silveira Martins, Assis Brasil e tantos sequazes… 1893 foi a marca… o estigma: a gravata colorada, metáfora da degola…
Bandos de interesseiros… pobres peões, sem terras e sem trabalho,… agregavam-se às estâncias… cuidavam e curavam gado por teto e comida… cozinhavam ódios antigos… nas revoluções, pegavam em armas… no mais das vezes, velhas adagas enferrujadas…
mercado de Pelotas - Brasil
Pois nesses tempos, os mercados centrais de Pelotas e Rio Grande eram cercados de postes para amarrar cavalos e animais de tração de cargas… Pequenos armazéns e vendas de bebidas povoavam esses lugares...
Os líderes revolucionários formavam bandos de malfeitores que executavam as ordens de generais interesseiros, dotados de discursos políticos perversos e semeados de falsidades, de ódios e maldades… Nas campanhas revolucionárias, para aprimorar a polidez e afabilidade de seus peões-soldados, ele esvaziavam as prisões, levando consigo, para reforço de tropa, os mais bárbaros criminosos que aí encontrassem...
Pois, estando um bando desses, acampado em Pelotas, um menino (guri, dizia-se) chegou a um daqueles boliches e, colocando alguns tostões sobre o balcão, pediu um pedaço de toucinho. Um dos malvados da tropa, que estava no ambiente, ordenou ao pequeno:
- Compra uma garrafa de cachaça pr’a mim, guri!
O pobre respondeu amedrontado:
- Mamãe precisa do toucinho…
O bárbaro, levantou-o pelos cabelos. Decepou-lhe a cabeça… jogou-a num dos bebedouros das bestas… pediu a cachaça… saiu porta afora… (Fato real, narrativa oral do capitão Rui, que participou das revoluções todas desse tempo.)
Não estaremos nos aproximando disso? … Talvez mesmo tenhamos chegado lá.

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