segunda-feira, 11 de novembro de 2019

FOI-SE O TEMPO DE EVO MORALES NA BOLÍVIA

Foi-se o tempo de Evo Morales na Bolívia
Posted by Thoth3126 on 11/11/2019

O presidente da Bolívia, Evo Morales, renunciou neste domingo (10/11), após as Forças Armadas “sugerirem” que ele deixasse o cargo. Morales governava o país desde janeiro de 2006. “Houve um golpe cívico, político e policial. Meu pecado é ser indígena, líder sindical e plantador de coca”, disse o agora ex-presidente boliviano, ao comunicar sua decisão em um pronunciamento na televisão ao lado do seu então vice-presidente, Álvaro García Linera. Morales justificou sua renúncia para evitar a continuação da violência no país após três semanas de confrontos entre seus apoiadores e críticos. “A vida não acaba aqui, a luta continua”, afirmou no final de seu discurso.
Edição e imagens: Thoth3126@protonmail.ch
Foi-se o tempo de Evo Morales

“Líder” boliviano sacudiu o país ao convocar novas eleições. O anúncio, porém, chegou com pelo menos dez dias de atraso. Agora, as ruas celebram a sua renúncia, opina Johan Ramírez.


O presidente Evo Morales não soube entender a crise pela qual passa a Bolívia. Algo surpreendente para um homem que esteve no poder desde 2006. Ele não apenas não compreendeu que a sua imagem se desgastou ao longo desses quase 14 anos de governo, mas também não conseguiu interpretar o atual momento, o que, em política, é implacável.

Morales ignorou o resultado do referendo de 21 de fevereiro, no qual os bolivianos disseram “não” à sua intenção de ser reeleito para um quarto mandato consecutivo. Aquele foi o primeiro sinal que o então presidente não compreendeu: mais da metade do país queria uma transição. E isso, em uma democracia, é sagrado.

As pessoas imediatamente foram às ruas de La Paz para celebrar a renúncia de Evo Morales. Mais um SUPEREGO chutado do poder ….

O líder boliviano não soube avaliar que o seu tempo como autoridade máxima do país exigia uma mudança. Em vez de propor uma nova candidatura dentro do seu próprio partido – o MAS, sigla para Movimiento al Socialismo (Movimento para o Socialismo) –, que certamente teria permanecido no Palácio Quemado, ele buscou contornar a barreira legal, a fim de concorrer nas eleições.

Durante a campanha, as manifestações contra ele não cessaram. E então chegou o dia 20 de outubro. Não apenas determinado a vencer, Morales queria vencer em primeiro turno. O relatório preliminar da Organização dos Estados Americanos (OEA) revelou uma série de graves irregularidades, como “manipulações no sistema de informática”, o que traiu a confiança do voto popular. Foi algo que, em um país profundamente conservador, com tradições indígenas que contemplam até mesmo a transição de poderes, seria difícil de perdoar.

Depois de um primeiro turno no qual Morales foi declarado “vencedor”, a oposição saiu às ruas para exigir segundo turno. E o presidente não foi capaz de ouvir essa mensagem. Poucos dias depois, o pedido evoluiu, e a oposição passou a demandar a anulação das eleições e a realização de um novo pleito. Essa mensagem, Morales também não soube interpretar.

A exigência cresceu e, durante uma semana, a oposição pediu a renúncia de Morales com veemência cada vez maior. No sábado (09/11), ele dirigiu-se à nação de uma forma que provou, mais uma vez, que não estava entendendo nada: denunciou um golpe de Estado, chamou suas bases para se mobilizarem e defenderem seu governo, falou de racismo, não se referiu às demandas da polícia, amotinada em quase todo o país, e, embora tenha pedido diálogo, não incluiu nesse diálogo os comitês cívicos, os verdadeiros líderes oposicionistas nesta conjuntura.

Não reconhecer esses comitês e sua enorme força política, sua autoridade legitimada pelo apoio popular e o seu vigor do que agora se mostra um movimento social foi o último erro político de Morales. Seu discurso radicalizou ainda mais os protestos da oposição, que foram reforçados pelo pronunciamento da OEA.

Bolivianos participam da segunda semana de greve cívica contra os resultados das eleições presidenciais de 20 de outubro em La Paz Bolívia em 31 de outubro AIZAR RALDES / AFP VIA GETTY IMAGES

Neste domingo, Evo Morales achou que poderia “sacudir” o país com seu chamado para novas eleições. Mas, senhor presidente, o seu anúncio chegou com pelo menos dez dias de atraso. Agora, as ruas celebram a sua saída do poder. A crise alcançou um ponto sem volta: a Polícia e as Forças Armadas viraram-lhe as costas. Dificilmente, esses órgãos irão reprimir a população. Estamos presenciando um momento histórico, no qual (mais um) um presidente encurralado não teve mais tempo para resistir.

O que disse a OEA?

A OEA determinou ser estatisticamente improvável que Morales tenha vencido pela margem de 10% necessária para evitar um segundo turno, conforme determina a lei eleitoral do país. A auditoria do órgão internacional também encontrou registros com alterações e assinaturas falsificadas. O relatório de 13 páginas afirma que, em muitos casos, a cadeia de custódia das atas de votação não foi respeitada e que houve manipulação do sistema de computador.

“As manipulações ao sistema de computadores são de tal magnitude que devem ser profundamente investigadas pelo Estado boliviano para chegar ao fundo e negar as responsabilidades desse caso grave”, disse o relatório. Morales anunciou então novas eleições e a renovação de todos os membros do Supremo Tribunal Eleitoral (STE), que foram duramente criticados pela forma como foi feita a contagem dos votos, algo também recomendado pela OEA.



Auditoria da OEA detectou irregularidades na votação de 20 de outubro

Mas o procurador-geral da Bolívia, Juan Lanchipa, foi além e deu início a uma investigação por crimes comuns, eleitorais e de corrupção contra membros do Supremo Tribunal Eleitoral e pessoas envolvidas nos eventos “irregulares” mencionados pela OEA. Vários ministros e políticos ligados a Morales já haviam renunciado, incluindo o ministro de Minas, César Navarro, e o ministro de Hidrocarbonetos, Luis Alberto Sánchez, além do governador de Cochabamba, Iván Canelas, entre outros.

O candidato de oposição Carlos Mesa, que ficou em segundo na eleição de outubro, havia dito que Morales não deveria se candidatar novamente. Enquanto isso, o líder da oposição em Santa Cruz, Luis Fernando Camacho, insistiu que Morales deveria renunciar.

Candidatura contestada e acusações de fraude

No poder há mais de 13 anos, Morales foi o presidente boliviano que esteve no cargo por mais tempo na história do país — e o primeiro indígena a estar nesta posição. Uma mudança constitucional aprovada em 2009, que estabeleceu a possibilidade de reeleição presidencial para dois mandatos consecutivos de cinco anos cada, permitiu que ele disputasse a reeleição em 2010 e 2014.

Em 2016, os partidários de Morales convocaram um referendo para modificar a Constituição novamente, para permitir que ele concorresse a um quarto mandato em 2019. Mas a proposta foi rejeitada pela maioria dos eleitores por uma pequena margem.

Mas, um ano depois, o presidente conseguiu a liberação do Tribunal Constitucional para disputar a reeleição indefinidamente. A Corte determinou em novembro de 2017 que o limite de dois mandatos presidenciais era “uma violação dos direitos humanos”. A oposição acusou o tribunal de passar por cima do resultado do referendo.

Assim, ele concorreu ao quarto mandato consecutivo já com sua candidatura sendo inconstitucional e contestada por seus opositores. Os problemas de Morales começaram na mesma noite das eleições, quando o STE suspendeu a rápida contagem dos votos quando a apuração estava 83% concluída. Uma tendência indicava que haveria um segundo turno entre o presidente boliviano e Mesa.

Manifestantes em La Paz protestaram contra o que chamavam de ‘ditadura’ de Evo Morales

No dia seguinte, a apuração foi retomada com 95% dos votos contabilizados e indicando que Morales venceria no primeiro turno por uma margem estreita, mas suficiente para lhe garantir o quarto mandato. As suspeitas levantadas pelos estranhos movimentos do STE levaram a oposição a apontar ter ocorrido uma fraude nos resultados. Muitos bolivianos, que começaram a se mobilizar nas ruas. A OEA e a União Europeia pediram que fosse realizado um segundo turno.

Mas Morales insistiu que havia vencido as eleições e, em resposta às manifestações da oposição, pediu aos seus apoiadores que “defendessem a democracia” nas ruas e impedissem um “golpe de Estado”. Desde então, houve intensos protestos em todo o país. Críticos e apoiadores de Morales se enfrentaram nas últimas semanas. A violência deixou pelo menos três mortos e centenas de feridos.

Os distúrbios policiais foram relatados em vários lugares, incluindo La Paz, onde a polícia deixou o governo boliviano e a sede do Legislativo sem proteção. Por sua vez, as Forças Armadas haviam dito que não agiriam contra os manifestantes nas ruas das principais cidades do pais.


“Nos indivíduos, a loucura é rara, mas em grupos, partidos, nações e ÉPOCAS, é a regra”. – Friedrich Nietzsche


A Matrix (o SISTEMA de CONTROLE MENTAL): “A Matrix é um sistema de controle, NEO. Esse sistema é o nosso inimigo. Mas quando você está dentro dele, olha em volta, e o que você vê? Empresários, professores, advogados, políticos, carpinteiros, sacerdotes, homens e mulheres… As mesmas mentes das pessoas que estamos tentando salvar. “Mas até que nós consigamos salvá-los, essas pessoas ainda serão parte desse sistema de controle e isso os transformam em nossos inimigos. Você precisa entender, a maioria dessas pessoas não está preparada para ser desconectada da Matrix de Controle Mental. E muitos deles estão tão habituados, tão desesperadamente dependentes do sistema, que eles vão lutar contra você para proteger o próprio sistema de controle que aprisiona suas mentes …”

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