Criptomoeda made in Brasil: governo quer lançar moeda digital até 2022
Edição e imagens: Thoth3126@protonmail.ch
Bitcoin made in Brasil: governo federal quer lançar moeda digital até 2022: Grupo que debate o tema está finalizando pesquisas para viabilizar a criação do novo tipo de dinheiro
No rastro do aumento da popularidade das moedas digitais, o Brasil estuda lançar a sua própria moeda digital em 2022, o que para especialistas pode ajudar na recuperação da economia, facilitando o comércio on-line.
“A gente vai para um processo de ter uma moeda digital em algum momento. E acredito que esse processo foi acelerado na pandemia pela quantidade de pagamentos a distância e pelas compras on-line”, afirmou. Uma pesquisa da Mastercard e Americas Market Intelligence (AMI) mostrou que 46% dos brasileiros aumentaram o volume de aquisições pela internet no decorrer da crise sanitária.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, também apoia a iniciativa. Em evento no Palácio do Planalto em novembro, Guedes adiantou que o “Brasil está à frente de muitos países” nessa corrida para ter uma moeda digital. Os estudos sobre como será a moeda digital brasileira ainda são mantidos em sigilo, mas o BC pontua que o modelo não é o mesmo das criptomoedas, como bitcoin, uma vez que esses ativos “não são regulados” pela instituição [ou seja, a Bitcoin não pode ser controlada pelos Rothschild].
Nas criptomoedas, como o bitcoin, por exemplo, não há intermediários na transferência de dinheiro entre pessoas. É um algoritmo que passa o valor de um para o outro. Ou seja, esses recursos não são regulados pelo Banco Central. As operações são realizadas por Exchanges, que funcionam como corretoras, permitindo a compra e venda da moeda virtual entre os usuários, dentre outras transações.
Não é a única forma de operar moedas como o bitcoin. Também é possível fazer as transações sem intermédio de corretoras, de pessoa para pessoa. No caso das moedas digitais que os bancos centrais do mundo discutem, ocorre o oposto. O “estado” tem o registro de todo o dinheiro que está circulando. Na prática, as regras são as mesmas para o dinheiro de papel, mas, nesse caso, a moeda é virtual.
A discussão não é exclusiva do Brasil. O Banco de Compensação Internacionais (BIS) e outras instituições financeiras pelo mundo já produziram um documento com princípios básicos comuns e características essenciais de uma moeda digital. Convencionou-se que a emissão não pode comprometer a efetividade da política monetária, nem a estabilidade financeira; a moeda digital do BC deve coexistir e complementar as outras formas de dinheiro e deve promover a inovação e a eficiência. O Brasil é signatário desse documento.
Para Daniel Coquieri, especialista no setor criptoativo brasileiro, a criação de uma moeda digital impactará positivamente a economia do país, ainda mais em tempos de crise fiscal. “O sistema é muito mais barato para o Banco Central, do ponto de vista contábil, uma vez que os custos de imprimir dinheiro, tirar do papel e tantas outras etapas já seriam eliminados”, disse.
Em seu diagnóstico, a moeda digital também é mais acessível a todas as classes sociais do que o dinheiro em papel. “A moeda digital é democrática, porque aumenta a penetração de pessoas que não têm acesso aos serviços bancários ou que não estão envolvidas no mundo econômico”, afirmou.
Mas a iniciativa está longe de ser unanimidade. Para Daniel Cavagnari, coordenador do curso de criptomoedas da Uninter, a moeda digital “não teria nenhum impacto na economia”, e a possibilidade de sua criação “parece mais especulação” do governo. “A moeda digital não é algo que você lança e controla, ela precisa ser livre. Veja o bitcoin, quem é o dono ? Não tem. Se tivesse, seria um problema”, observou.
Segundo o BC, “uma eventual moeda digital não faria concorrência ao real, mas seria uma nova forma de representação da atual moeda, tendo garantia do governo e estando sujeita à política monetária, tendo a circulação diminuída quando os juros sobem e elevada quando as taxas caem”.
Receita
É justamente por causa da natureza das criptomoedas que a Receita Federal decidiu que as operações com esse ativo devem ser informadas ao fisco. O órgão seguiu um movimento que tem se intensificado em vários países, após a constatação de que grupos estariam se utilizando do sistema para cometer crimes, como lavagem de dinheiro, sonegação e financiamento ao tráfico de armas e terrorismo [e aumento na corrupção de políticos e outros agentes de governo].
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