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domingo, 30 de março de 2014
BRISOLARA NO JÔ SOARES
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segunda-feira, 24 de março de 2014
LITERATURA ALEMÃ - DEUTSCHE LITERATUR - BERTOLT BRECHT
POEMAS DE AMOR
Nunca te Amei Tanto
Nunca te amei tanto, ma soeur,
Como quando de ti parti naquele por-de-sol.
O bosque engoliu-me, o bosque azul, ma soeur,
Sobre que já pousavam as estrelas pálidas a oeste.
Não me ri nem um pouco, nada, ma soeur,
Eu que a brincar ia ao encontro dum destino escuro —
Enquanto os rostos já atrás de mim
Devagar empalideciam no anoitecer do bosque azul.
Tudo era belo naquele anoitecer único, ma soeur,
Nunca mais depois e nunca antes assim —
Verdade é: só me ficaram as grandes aves
Que ao anoitecer têm fome no céu escuro.
Bertold Brecht, in 'Do Pobre B.B.'
Ich habe dich nie je so geliebt
Ich habe dich nie je so geliebt, ma soeur
Als wie ich fortging von dir in jenem Abendrot.
Der Wald schluckte mich, der blaue Wald, ma soeur
Über dem immer schon die bleichen Gestirne im Westen standen.
Ich lachte kein klein wenig, gar nicht, ma soeur
Der ich spielend dunklem Schicksal entgegenging –
Während schon die Gesichter hinter mir
Langsam im Abend des blauen Walds verblaßten.
Alles war schön an diesem einzigen Abend, ma soeur
Nachher nie wieder und nie zuvor –
Freilich: mir blieben nur mehr die großen Vögel
Die abends im dunklen Himmel Hunger haben.
I never loved you more
I never loved you more, ma soeur
Than as I walked away from you that evening.
The forest swallowed me, the blue forest, ma soeur
The blue forest and above it pale stars in the west.
I did not laugh, not one little bit, ma soeur
As I playfully walked towards a dark fate –
While the faces behind me
Slowly paled in the evening of the blue forest.
Everything was grand that one night, ma soeur
Never thereafter and never before –
I admit it: I was left with nothing but the big birds
And their hungry cries in the dark evening sky.
BERTHOLT BRECHT
Eugen Berthold Friedrich Brecht nasceu em Augsburg, em dez de fevereiro de 1898 e faleceu em Berlim Leste em catorze de agosto de 1956. Foi um destacado dramaturgo, poeta e encenador alemão do século XX. Seus trabalhos artísticos e teóricos influenciaram profundamente o teatro contemporâneo, tornando-o mundialmente conhecido a partir das apresentações de sua companhia de teatro Berliner Ensemble realizadas em Paris durante os anos de 1954 e 1955.
Ao final dos anos 1920 Brecht torna-se marxista, vivendo o intenso período das mobilizações da República de Weimar, desenvolvendo o seu teatro épico. Sua práxis é uma síntese dos experimentos teatrais de Erwin Piscator e Vsevolod Emilevitch Meyerhold, do conceito de estranhamento do formalista russo Viktor Chklovski, do teatro chinês e do teatro experimental da Rússia soviética, entre os anos1917 e 1926. Seu trabalho como artista concentrou-se na crítica artística ao desenvolvimento das relações humanas no sistema capitalista.
Brecht nasceu no Estado Livre da Baviera, no extremo sul da Alemanha, estudou medicina e trabalhou como enfermeiro num hospital em Munique durante a Primeira Guerra Mundial. Era filho de Berthold Brecht, diretor de uma fábrica de papel, católico, exigente e autoritário, e de Sophie Brezing (em solteira),protestante, que fez seu filho ser batizado nesta igreja.
Suas primeiras peças, Baal (1918 e 1926) e Tambores na Noite (Trommeln in der Nacht) (1918 e 1920), foram encenadas na vizinha Munique. Em sua participação no teatro Brecht conhece o diretor de teatro e cinema Erich Engel, com quem veio a trabalhar até o fim da sua vida.
Depois da primeira grande guerra mudou-se para Berlim, onde o influente crítico, Herbert Ihering, chamou-lhe a atenção para a apetência do público pelo teatro moderno. Trabalha inicialmente com Erwin Piscator, famoso por suas cenas Piscator, como eram chamadas, cheias de projeções de filmes, cartazes, etc. Em Berlim, a peça Im Dickicht der Städte, protagonizada por Fritz Kortner e dirigida por Engel, tornou-se o seu primeiro sucesso.
O nazismo afirmava-se como a força renovadora que iria reerguer o país, pretendendo reviver o Sacro Império Romano Germânico. Mas, ao mesmo tempo, chegavam à Alemanha influências da recém formada União Soviética.
Com a escolha de Hitler para chanceler da Alemanha, em 1933, Brecht exila-se primeiro na Áustria, depois Suíça, Dinamarca, Finlândia, Suécia, Inglaterra, Rússia e finalmente nos Estados Unidos.
Seus textos e montagens o fizeram conhecido mundialmente. Brecht é um dos escritores fundamentais deste século: revolucionou a teoria e a prática da dramaturgia e da encenação, mudou completamente a função e o sentido social do teatro, usando-o como arma de consciencialização e politização.
Teve três filhos com Helene Weigel: Stefan Brecht, Barbara Brecht-Schall e Débora Destefani Brecht.
CULTURA CHINESA - LAO TSE - TAOISMO
Lao Tse, em chinês 老子, é um pensador, místico, filósofo e alquimista chinês. Alguns creem que é apenas uma lenda. Diz-se ter ele nascido com aparência de velho. Por essa razão, teria recebido o nome de Lao Tzi, uma das variantes de seu nome, o que significa “criança velha”. É fundador de uma filosofia conhecida como taoismo. Teria vivido por volta de 1300 a. C. Outras fontes afirmam ter ele vivido entre os séculos VII e VI a. C., chegando mesmo algumas fontes a situá-lo no século IV a. C.
Há uma tradição na China, segundo a qual teria sido ele inicialmente bibliotecário real. Depois teria sido responsável pelos arquivos judiciais do império, na cidade de Lovang, estado de Ch’u. O seu contato com os livros e sua sabedoria pessoal induziram-no a criar uma doutrina de caráter panteísta segundo a qual Tao ou caminho, é o princípio material e espiritual criador e ordenador do mundo. No terreno prático, preconizou a vida contemplativa e a supressão de qualquer desejo. Desgostoso com as intrigas e disputas da vida na corte, decidiu abandoná-la, seguindo para o oeste, em direção à Índia.
Ao chegar à fronteira, o guarda Yin-hsi reconheceu sua sabedoria, reverenciou-o conforme a tradição chinesa, pedindo para tornar-se seu discípulo. Pediu mais, que antes de deixar a China, fizesse um registro de seus ensinamentos por escrito. Assim, antes de partir, Lao Tse escreveu os oitenta e uns pequenos poemas que receberam de Tao Te Ching.
Obra de Lao Tse
Tao Te Ching (Livro do Caminho da Virtude)
Segundo uma antiga tradição, Lao Tse teria nascido na província de Ha Hue, na cidade de Guo Yang, de acordo com o ano chinês, no vigésimo quinto dia da segunda lua do ano de Ken-Tzen da era Wu-Tin (entre 1324 e 1408 a. C.) Seu pai seria alquimista de renome no período da dinastia San que durou mais de cem anos.
Sua mãe, que teria sido também sua mestra, o teria concebido ao engolir uma pérola de luz e sua gestação teria durado oitenta e um anos. Lao Tse teria nascido do lado esquerdo das costelas de sua mãe, no jardim da família, sob uma planta chamada Li (ameixeira), com cabelos brancos e orelhas grandes. Essa é a razão de seu nome Lao Tse (filho velho) e Li (orelha grande de ameixeira). A união dos ideogramas chineses para velho e criança, em seu nome, originaram seu título de “Senhor do Fim e do Princípio”.
Teria sido convidado pelo rei When para ser responsável pela biblioteca real, tendo assumido o cargo de historiador real até o décimo nono dia da lua de vigésimo quinto ano da era do rei Zhao, ano em que iniciou sua grande viagem para o ocidente, com o intuito de chegar aos reinos da atual Índia.
Durante a viagem, teria permanecido algum tempo na fronteira de Yü Men e aceitado o oficial chefe da fiscalização como discípulo. Ditou-lhe os princípios fundamentais de sua doutrina e filosofia que ficou conhecido como Tao Te Ching.
Muito tempo depois, subiu ao deserto de Gobi. Aí, seu corpo passou a emitir raios de luz em cinco cores, tendo desaparecido no céu logo a seguir. Após essa ascensão maravilhosa, teria retornado à terra reencarnado como filho único do senhor Li Po Yang da província de Shu.
O oficial de fronteira, seu primeiro discípulo, Yi Shi, reencontrou-o na sua aldeia natal. Uma criança de três anos de idade revelou sua verdadeira identidade. Então, seu corpo cresceu, transformando-se me luz dourada e branca. Nessa ocasião, Lao Tse pronunciou um discurso em que manifestou seus novos ensinamentos. Essa revelação é conhecida como “Tratado Maravilhoso do Princípio Solar do Tesouro do Espírito” (Ling Bao Yuan Yang Miao Ching). Após concluir seu ensinamento, os duzentos membros da família Li subiram para o infinito, seguidos por Lao Tse e Yi Shi. Isso se deu em vinte e oito de abril de 118 a. C..
Depois desse evento, segundo nascimento e ascensão, Lao Tse teria retornado muitas outras vezes para transmitir novos ensinamentos e para ordenar novas tradições. Por essa razão, é conhecido entre os taoistas como “Sublime Patriarca do Caminho”.
O grande dramaturgo alemão Bertolt Brecht escreveu um belo poema sobre o guardião de fronteiras e seu papel na transmissão desse legado para a humanidade. Escrito em 1938, está inserido em sua obra Poemas de Svendborg, publicado em Copenhague, em 1939 . Termina assim:
Taoismo
O conjunto de princípios religiosos e filosóficos conhecido como taoismo, daoismo ou tauismo originou-se na China presta. Enfatiza a vida em harmonia com o Tao, às vezes dito também como Dao. O significado desse termo corresponde a um ideograma chinês assim representado 道, cujo significado é caminho, que poderia ser traduzido também por via ou princípio. É um conceito muito comum em outras doutrinas religiosas e filosóficas chinesas.
No taoismo, especificamente, assume a dimensão de força motriz que está por trás de tudo o que existe. Afirma seus estudiosos que se trata de um princípio indefinível.
No decorrer do tempo, o taoismo institucionalizou-se como as demais religiões e originou diferentes escolas de pensamento religioso e filosófico. Surgiram, então os Naturalistas, apresentando conceitos como yin-yang, ou a teoria básica de que os cinco elementos que formam o mundo material seriam a madeira, o fogo, a terra, o metal, e a água.. Criaram-se também rituais de exorcismo e adivinhação e práticas para atingir o êxtase, obter longevidade e até mesmo a imortalidade.
A busca fundamental do sistema taoista é a serenidade. Procuram-na pela moderação dos desejos, pela simplicidade, espontaneidade, contemplação da natureza. Seus três tesouros fundamentais são a compaixão, a moderação e a humildade.
A cultura chinesa está impregnada dos princípios do taoismo. A própria alquimia chinesa, sua astrologia, mesmo o zen-budismo, diversas artes marciais, a medicina tradicional chinesa foram profundamente influenciados pelos princípios da filosofia e religião taoista. Da China, esses conhecimentos migraram para todo o leste asiático. Por diversos reinados, o taoismo foi religião oficial do estado. Alguns pensadores fazem uma distinção entre o taoismo filosófico e o taoismo religioso.
Fragmentos do Tao te Ching:
Cap.1
O Tao de que se pode falar não é o verdadeiro e eterno Tao.
O nome que pode ser dito não é o verdadeiro nome.
O que não tem nome é a origem do Céu e da Terra
E o nomear é a mãe de todas as coisas.
Sem a intenção de o considerar,
Podemos apreender o mistério e as suas subtilezas,
Através da sua ausência de forma.
Tentando considerá-lo, só podemos ver a sua manifestação
Nas formas que definem o limite das coisas.
Ambos provêm da mesma fonte e são o mesmo.
Diferem apenas devido ao aparecimento dos nomes.
São o mistério mais profundo,
a porta para todos os mistérios.
Cap.3
Não exaltar os homens com habilidade superior
Evita que as pessoas rivalizem entre si;
Não dar valor às coisas raras
Evita que surjam ladrões;
Não lhes mostrar o que pode excitar os seus desejos
É o modo de manter os seus corações em paz.
Por isso, o sábio governa simplificando-lhes as mentes,
Enchendo-lhes a barriga,
Enfraquecendo-lhes a ambição
Fortalecendo-lhes os ossos,
Mantendo-os sem conhecimentos e desejos que os desviem do Caminho,
De modo a que os que têm nunca ousem sequer interferir.
Se nada for feito, tudo estará bem.
Cap.4
O Tao é como o espaço vazio dentro de um vaso;
Mas, por mais que o enchamos, nunca ficará cheio.
É incomensurável, como se fosse o Antepassado de todas as coisas.
Cap.11
Trinta raios convergem para o meio de uma roda
Mas é o buraco em que vai entrar o eixo que a torna útil.
Molda-se o barro para fazer um vaso;
É o espaço dentro dele que o torna útil.
Fazem-se portas e janelas para um quarto;
São os buracos que o tornam útil.
Por isso, a vantagem do que está lá
Assenta exclusivamente
na utilidade do que lá não está.
Cap.40
As dez mil coisas nascem a partir do que existe (e tem nome)
E o que existe nasce do que não existe (e não tem nome).
Cap.41
Quando um estudioso mais sábio ouve falar no Tao,
Abraça-o com zelo.
Quando um estudioso médio ouve falar no Tao,
Pensa nele de vez em quando.
Quando um estudioso inferior ouve falar no Tao,
Ri-se às gargalhadas.
Se ele não risse
O Tao não seria o Tao (o Caminho).
Cap.48
Na busca do conhecimento, todos os dias algo é adquirido,
Na busca do Tao, todos os dias algo é deixado para trás.
E cada vez menos é feito
até se atingir a perfeita não-ação.
Quando nada é feito, nada fica por fazer.
Domina-se o mundo deixando as coisas seguirem o seu curso.
E não interferindo.
Cap.60
Governa-se um estado
Como se frita um peixe pequeno.
(Para fritar um peixe pequeno, é só deixá-lo fritar; não é preciso virá-lo ou interferir de outro modo qualquer. E usa-se lume brando.)
Abaixo segue a Lenda sobre o surgimento do livro Tao Te Ching durante o caminho de Lao Tse à emigração.
Lao Tse
(Poema de Bertolt Brecht sobre Lao Tse, versão portuguesa, tradução do original alemão de Marcus V. Mazzari):
O que está por trás dessa água, velho?"
Deteve-se o velho: "Isso te interessa?"
Falou o homem: "Eu sou apenas guarda de aduana
Mas quem vence a quem, isto também a mim interessa
Se tu o sabes, então fala!
Anota-o para mim! Dita-o a este menino!
Coisa dessas não se leva embora consigo.
Papel há em casa, e também tinta
E um jantar igualmente haverá: ali moro eu.
E então, é a tua palavra?"
Por sobre o ombro, o velho mirou
O homem: jaqueta remendada. Descalço.
E a testa, uma ruga só.
Ah, não era um vencedor que dele se acercava.
E ele murmurou: "Também tu?"
Para recusar um pedido gentil
O velho, como parecia, já estava demasiado velho.
Então disse em voz alta: "Os que algo perguntam
Merecem resposta." Falou o menino: "Também vai ficando frio."
"Está bem, uma pequena estada."
E o sábio apeou do seu boi
Por sete dias escreveram a dois.
E o aduaneiro trazia comida (e nesse tempo todo apenas
Praguejava baixo com os contrabandistas).
E então chegou-se ao fim.
E o menino entregou ao aduaneiro
Numa manhã oitenta e uma sentenças
E agradecendo um pequeno presente
Entraram pelos rochedos atrás daquele pinheiro.
Dizei agora: é possível ser mais gentil?
Mas não celebremos apenas o sábio
Cujo nome resplandece no livro!
Pois primeiro é preciso arrancar do sábio a sua sabedoria.
Por isso agradecimento também se deve ao aduaneiro:
Ele a extraiu daquele.
Poema original de Brecht em alemão:
Lao Tzu
Was ist das mit diesem Wasser, Alter?"
Hielt der Alte: "Intressiert es dich?"
Sprach der Mann: "Ich bin nur Zollverwalter
Doch wer wen besiegt, das intressiert auch mich.
Wenn du's weisst, dann sprich!
Schreib mir's auf! Diktier es diesem Kinde!
Sowas nimmt man doch nicht mit sich fort.
Da gibt's doch Papier bei uns und Tinte
Und ein Nachtmahl gibt es auch: ich wohne dort.
Nun, ist das ein Wort?"
Über seine Schulter sah der Alte
Auf den Mann: Flickjoppe. Keine Schuh.
Und die Stirne eine einzige Falte.
Ach, kein Sieger trat da auf ihn zu.
Und er murmelte: "Auch du?"
Eine höfliche Bitte abzuschlagen
War der Alte, wie es schien, zu alt.
Denn er sagte laut: "Die etwas fragen
Die verdienen Antwort." Sprach der Knabe: "Es wird auch schon kalt."
"Gut, ein kleiner Aufenthalt."
Und von seinem Ochsen stieg der Weise
Sieben Tage schrieben sie zu zweit.
Und der Zöllner brachte Essen (und er fluchte nur noch leise
Mit den Schmugglern in der ganzen Zeit).
Und dann war's so weit.
Und dem Zöllner händigte der Knabe
Eines Morgens einundachtzig Sprüche ein
Und mit Dank für eine kleine Reisegabe
Bogen sie um jene Föhre ins Gestein.
Sagt jetzt: kann man höflicher sein?
Aber rühmen wir nicht nur den Weisen
Dessen Name auf dem Buche prangt!
Denn man muss dem Weisen seine Weisheit erst entreissen.
Darum sei der Zöllner auch bedankt:
Er hat sie ihm abverlangt.
Verão do poema em inglês:
Lao Tzu
Bertolt Brecht (Legend of the origin of the book Tao Te Ching on Lao-Tzu's road into exile)
Once he was seventy and getting brittle
Quiet retirement seemed the teacher's due.
In his country goodness had been weakening a little
And the wickedness was gaining ground anew.
So he buckled on his shoe.
And he packed up what he would be needing:
Not much. but enough to travel light.
Items like the book that he was always reading
And the pipe he used to smoke at night.
Bread as much as he thought right.
Gladly looked back at his valley, then forgot it
As he turned to take the mountain track.
And the ox was glad of the fresh grass it spotted
Munching, with the old man on its back
Happy that the pace was slack.
Four days out among the rocks, a barrier
Where a customs man made them report.
‘What valuables have you to declare there?'
And the boy leading the ox explained: ‘The old man taught'.
Nothing at all, in short.
Then the man, in cheerful disposition
Asked again: ‘How did he make out, pray?'
Said the boy: ‘He learnt how quite soft water, by attrition
Over the years will grind strong rocks away.
In other words, that hardness must lose the day.'
Then the boy tugged at the ox to get it started
Anxious to move on, for it was late.
But as they disappeared behind a fir tree which they skirted
Something suddenly began to agitate
The man, who shouted: ‘Hey, you! Wait!'
‘What was that you said about the water?'
Old man pauses: ‘Do you want to know?'
Man replies: ‘I'm not at all important
Who wins or loses interests, though.
If you've found out, say so.’
‘Write it down. dictate it to your boy there.
Once you've gone, who can we find out from?
There are pen and ink for your employ here
And a supper we can share; this is my home.
It's a bargain: come!'
Turning round, the old man looks in sorrow
At the man. worn tunic. got no shoes.
And his forehead just a single furrow.
Ah, no winner this he's talking to.
And he softly says: `You too?'
Snubbing of politely put suggestions
Seems to be unheard of by the old.
For the old man said: ‘Those who ask questions
Deserve answers.' Then the boy; ‘What's more, it's turning cold.’
‘Right. then get my bed unrolled.'
Stiffly from his ox the sage dismounted.
Seven days he wrote there with his friend.
And the man brought them their meals (and all the smugglers were astounded
At what seemed this sudden lenient trend).
And then came the end.
And the boy handed over what they'd written -
Eighty-one sayings - early one day.
And they thanked the man for the alms he'd given
Went round that fir and climbed the rocky way.
Who was so polite as they?
But the honour should not be restricted
To the sage whose name is clearly writ.
For the wise man’s wisdom needs to be extracted.
So the customs man deserves his bit.
It was he who called for it.
domingo, 23 de março de 2014
CULTURA LATINA - LATIN CULTURE - SUETÔNIO, HISTORIADOR DOS CÉSARES
CULTURA LATINA – LATIN CULTURE
GAIUS SUETONIUS TRANQUILLUS
Foi um
escritor latino que viveu entre 69 d. C. e 141 d. C. Filho de um tribuno da 13ª
legião, dedicou-se ao exército e à literatura.
Obras:
De Vita Caesarum (A Vida dos Doze Césares)
De Ludis Graecorum (Sobre os Jogos Gregos)
De Spectaculis et Certaminibus Romanorum (Sobre os
Espetáculos e Certames Romanos)
De Anno Romano (Sobre o Ano Romano)
De Nominibus Propriis et de Generibus Vestium
(Sobre os Nomes Próprius e os Tipos de Vestimenta)
De Roma et eius Institutis (Sobre Roma e suas
Instituições)
Stemma Illustrium Romanorum (Árvore Genealógica de
Romanos Ilustres)
De Claris Rhetoribus
(Sobre Ilustres Oradores)
Sua obra de maior destaque é De Vitis
Caesarum, em que descreve com detalhes a vida de Júlio César, Augusto, Tibério,
Calígula, Cláudio, Nero, Galba, Otão, Vitélio, Vespasiano, Tito e Domiciano.
Inclui Júlio César os imperadores e inclui os flavianos, Vespasiano, Tito e
Domiciano junto à dinastia Júlio-Claudiana. Embora essa posição se justifique,
pois o título de César se manteve sempre aplicado a todos os demais
imperadores. Migrou até mesmo para fora do império romano nos títulos de Keiser
e Czar.
Viveu na época dos imperadores Nerva,
Trajano, Adriano, Antonino Pio, Marco Aurélio e Domiciano. Foi secretário
particular de Adriano por um certo período. Depois, dedicou-se à história.
Dedicou-se especialmente ao estudo dos
costumes dos romanos e escreveu obras mais históricas do que propriamente
literárias. Devassou a intimidade da vida dos homens ilustres do seu tempo e do
passado ligados à corte romana. Denunciou mesmo seus vícios e fraquezas e as
disputas palacianas.
sábado, 22 de março de 2014
A MORTE DE NERO , IMPERADOR ROMANO - DEATH OF NERO (text in Portuguese, Latin, English, Spanish, French and German)
CULTURA LATINA –
LATIN CULTURE
SUETÔNIO
AMORTE DE NERO
Entrementes,
como lhe fosse anunciada, enquanto almoçava, a deserção dos exércitos
restantes, Nero rasgou a carta, virou a mesa, jogou ao chão dois copos dos
quais gostava de se servir e que chamava homéricos por trazerem, esculpidas, cenas
dos poemas de Homero; e, tendo encerrado num cofrezinho de ouro um veneno que
lhe dera Locusta, dirigiu-se para os jardins sevilianos. Tendo daí mandado a
Óstia os mais fieis libertos para que preparassem uma frota, procurou saber se
os tribunos e centuriões do pretório queriam acompanhá-lo na fuga. Mas uns
mostraram-se hesitantes, outros recusaram-se abertamente e um deles chegou a
gritar: “É tão grande infelicidade morrer?” Nero formou então vários projetos:
apresentar-se suplicante aos persas ou a Galba, ou aparecer em público vestido
de preto e, do alto dos rostros, pedir perdão para o seu passado em tom mais
patético possível; e, se não comovesse os corações, solicitar-lhe que lhe fosse
ao menos concedida a prefeitura do Egito. Encontrou-se, mais tarde, no seu
escrínio, um discurso preparado sobre esse assunto. Mas abandonou a ideia por
receio de ser feito em pedaços antes que chegasse ao foro. Deixou, pois, a
decisão para o dia seguinte, mas manteve-se desperto até quase meia noite e,
como o informassem de que o piquete de guardas se havia retirado, saltou do
leito e mandou buscar os seus amigos.
Visto que ninguém o atendeu, ele mesmo,
com uns poucos companheiros, foi pedir hospitalidade a cada um. Como, porém,
encontrasse fechadas as portas de todos e ninguém lhe respondesse, voltou para
o seu quarto, de onde, também, os guardas já haviam fugido, roubando até as
cobertas e levando mesmo a caixinha de veneno.
Imediatamente procurou o gladiador
Epículo ou qualquer outro assassino por cuja mão perecesse; não encontrando
ninguém, disse: “Então eu não tenho nem amigo nem inimigo?” E saiu correndo
como se fosse lançar-se no Tibre. Abandonando, porém, este primeiro impulso, desejou um esconderijo
secreto para ordenar seus pensamentos.
O liberto Faonte ofereceu-lhe sua casa
de campo situada entre a via Salária e a Nomentana, a quatro milhas de Roma; como
estava descalço e apenas de túnica, pôs por cima um pequeno manto desbotado,
cobriu a cabeça, estendeu um lenço diante do rosto e montou a cavalo
acompanhado apenas por quatro homens, entre os quais também esporo. E logo,
atemorizado por um tremor de terra e por um clarão que se fez à sua frente,
ouviu, vindo dos acampamentos próximos, o clamor dos soldados, que elevavam
votos contrários a ele e a favor de Galba.
Um dos caminhantes que encontraram diz:
“Esses persegue a Nero”. E um outro pergunta: “Há na cidade alguma novidade a respeito
de Nero?” Como, porém, o cavalo se espantasse devido ao cheiro de um cadáver
lançado na estrada, Nero descobriu o rosto, sendo reconhecido por um pretoriano
reformado, que o saudou.
Quando chegaram a um desvio, deixaram
os cavalos e, caminhando pelo meio do mato e dos espinheiros e por uma vereda
margeada de caniços, Nero chegou penosamente à parte posterior da casa, não sem
ter estendido as vestes sob os pés. Ali, como Faonte o convidasse a se esconder
um momento num buraco feito na areia, disse que não queria ir vivo para debaixo
da terra. E, detendo-se um pouco enquanto preparavam uma entrada secreta para a
casa, tirou com a mão, para beber, a água de um charco que estava a seus pés e
disse: “Eis o refresco de Nero.”
Depois, com o pequeno manto rasgado
pelos espinhos e, andando de gatinhas, pela estreita passagem que haviam
cavado, recolheu-se ao compartimento mais próximo e deitou-se num leito
guarnecido de um colchão modesto e coberto por um velho manto; e como o
importunasse a fome e, novamente, a sede, rejeitou o pão grosseiro que lhe era
ofertado, mas bebeu grande quantidade de água morna.
Então, como cada um de seus
companheiros o aconselhasse, por sua vez, a furtar-se quanto antes às injúrias
que o esperavam, mandou cavar diante dele um fosso com as dimensões de seu
corpo e colocar em redor, se o encontrassem, pedaços de mármore e trazer água e
lenha para que se cuidasse logo do cadáver.
A cada ordem, chorava e repetia, de
quando em quando: “Que grande artista vai perecer comigo.” Enquanto se
demoravam nesses preparativos, um mensageiro trouxe uma carta a Faonte. Nero tomou-a
precipitadamente e leu que o senado o considerava inimigo público e o procurava
para puni-lo segundo o costume dos antepassados; perguntou qual era o gênero de
castigo e, como fosse informado de que o condenado era despido, sua cabeça
posta numa forquilha e seu corpo fustigado com varas até a morte, aterrorizou-se,
agarrou dois punhais que trouxera consigo, experimentou o corte de um e de
outro, e novamente os guardou, pretextando que ainda não chegara o momento
fatal.
Ora incitava Esporo a começar as
lamentações e prantos, ora pedia que alguém o encorajasse, com seu exemplo, a
procurar a morte; às vezes censurava a própria fraqueza com estas palavras: “Estou
me portando de maneira vergonhosa, ignóbil; isto é indigno de Nero; é indigno;
é preciso ter coragem nessas ocasiões; vamos, levanta-te.”
Mas já se aproximavam os cavaleiros aos
quais fora ordenado que o conduzissem para Roma. Quando o percebeu, disse tremendo:
“O galope dos cavalos de pés rápidos fere meus ouvidos.” E, ajudado por Epafrodito,
o encarregado dos requerimentos, enterrou o ferro no pescoço.
Estava ainda agonizante quando um
centurião entrou precipitadamente e, fingindo que vinha em seu socorro,
comprimiu a ferida com a mão. Nero apenas respondeu: “É tarde” e “este é fiel.”
A estas palavras, expirou.
Seus olhos salientes e fixos incutiam
nos presentes espanto e medo. O que primeiro e principalmente pedira aos
companheiros fora que ninguém se apossasse de sua cabeça mas, de qualquer
maneira, o cadáver fosse inteiramente queimado. Isto foi permitido por Icelo,
liberto de Galba, não muito antes libertado da prisão em que fora lançado no
começo do levante.
Os funerais de Nero custaram duzentos
mil sestércios. Foi envolvido em lençóis brancos bordados a ouro, dos quais se
utilizara nas calendas de janeiro. Suas amas Egloge e Alexandria, ajudados por
Acte, sua concubina, encerraram seus restos mortais no túmulo da família dos
Domícios, que se avista do Campo de Marte, sobre a colina dos Jardins.
Há nesse monumento um sarcófago de
pórfiro encimado por um altar em mármore de Luna e cercado por uma balaustrada
em pedra de Tassos.
Nero era de estatura quase mediana,
tinha o corpo cheio de manchas e malcheiroso, o cabelo um tanto loiro, o rosto
mais belo do que agradável, os olhos azulados e lânguidos, o pescoço grosso, o
abdômen proeminente, as pernas finíssimas, a saúde excelente: conquanto
desregradíssimo, adoeceu apenas três vezes em quatorze anos e não precisou
abster-se de vinho nem dos outros costumes.
Quanto a seus hábitos e apresentação,
era de tal modo ignóbil que sempre arrumava o cabelo formando degraus e, durante
sua viagem pela Acádia, deixou-o mesmo cair por detrás da nuca; e, muitas
vezes, mostrava-se em público vestindo roupas de dormir, com um lenço amarrado
ao pescoço, sem cinto e descalço.
Gaius Suetonius Tranquillus, De Vitis
Caesarum. Nero, 47-51.
XLVII. Nuntiata interim etiam ceterorum
exercituum defectione litteras prandendi sibi redditas
concerpserit, mensam subvertit, duos scyphos gratissimi usus, quos Homericos a
caelatura carminum Homeri vocabat, solo inlisit ac sumpto a Lucusta veneno et
in auream pyxidem condito transiit in hortos Servilianos, ubi praemissis
libertorum fidissimis Ostiam ad classem praeparandam tribunos centurionesque
praetorii de fugae societate temptavit. 2 Sed partim tergiversantibus, partim
aperte detrectantibus, uno vero etiam proclamante: "Usque adeone mori
miserum est?" varie agitavit, Parthosne an Galbam supplex peteret, an
atratus prodiret in publicum proque rostris quanta maxima posset miseratione
veniam praeteritorum precaretur, ac ni flexisset animos, vel Aegypti praefecturam
concedi sibi oraret. Inventus est postea in scrinio eius hac de re sermo
formatus; sed deterritum putant, ne prius quam in Forum perveniret
discerperetur.
3 Sic cogitatione in posterum diem dilata ad mediam fere noctem excitatus, ut
comperit stationem militum recessisse, prosiluit e lecto misitque circum
amicos, et quia nihil a quoquam renuntiabatur, ipse cum paucis hospitia
singulorum adiit. Verum clausis omnium foribus, respondente nullo, in cubiculum
rediit, unde iam et custodes diffugerant, direptis etiam stragulis, amota et
pyxide veneni; ac statim Spiculum murmillonem vel quemlibet alium percussorem,
cuius manu periret, requisiit et nemine reperto "Ergo ego" inquit
"nec amicum habeo, nec inimicum?" procurritque, quasi praecipitaturus
se in Tiberim.
XLVIII. Sed
revocato rursus impetu aliquid secretioribus latebrae ad colligendum animum
desideravit, et offerente Phaonte liberto suburbanum suum inter Salariam et
Nomentanam viam circa quartum miliarum, ut erat nudo pede atque tunicatus,
paenulam obsoleti coloris superinduit adopertoque capite et ante faciem optento
sudario equum inscendit, quattuor solis comitantibus, inter quos et Sporus
erat. 2 Statimque tremore terrae et fulgure adverso pavefactus audiit e
proximis castris clamorem militum et sibi adversa et Galbae prospera
ominantium, etiam ex obviis viatoribus quendam dicentem: 'Hi Neronem
persequuntur', alium sciscitantem: 'Ecquid in urbe novi de nerone?' Equo autem
ex odore abiecti in via cadaveris consernato detecta facie agnitus est a quodam
missicio praetoriano et salutatus. 3 Ut ad deverticulum ventum est, dimissis
equis inter fruticeta ac vepres per harundineti semitam aegre nec nisi strata
sub pedibus veste ad aversum villae parietem evasit. Ibi hortante eodem
Phaotne, ut interim in specum egestae harenae concederet, negavit se vivum sub
terram iturum, ac parumper commoratus, dum clandestinus ad villam introitus
pararetur, aquam ex subiecta lacuna poturus manu hausit et 'Haec est' inquit,
'Neronis decocta.' 4 Dein divolsa sentibus paenula traiectos surculos rasit,
atque ita quadripes per angustias effossae cavernae receptus in proximam cellam
decubuit super lectum modica culcita, vetere pallio strato, instructum; fameque
et iterum siti interpellante panem quidem sordidum oblatum aspernatus est,
aquae autem tepidae aliquantum bibit.
XLIX. Tunc
uno quoque hinc inde instante ut quam primum se impendentibus contumeliis
eriperet, scrobem coram fieri imperavit dimensus ad corporis sui modulum,
componique simul, si qua invenirentur, frustra marmoris et aquam simul ac ligna
conferri curando mox cadaveri, flens ad singula atque identidem dictitans:
'Qualis artifex pereo!'. 2 Inter moras perlatos a cursore Phaonti codicillos
praeripuit legitque se hostem a senatu iudicatum et quaeri, ut puniatur more
maiorum, interrogavitque, quale id genus esset poenae; et cum comperisset nudi
hominis cervicem inseri furcae, corpus virgis ad necem caedi, conterritus duos
pugiones, quos secum extulerat, arripuit temptataque utriusque acie rursus
condidit, causatus nondum adesse fatalem horam. 3 Ac modo Sporum hortabatur, ut
lamentari ac plangere inciperet, modo orabat, ut se aliquis ad mortem
capessendam exemplo iuvaret; interdum segnitiem suam his verbis increpabat:
'Vivo deformiter, turpiter - οὐ
πρέπει Νέρωνι, οὐ
πρέπει - νήφειν δεῖ
ἐν τοῖς τοιούτοις - ἄγε ἔγειρε σεαυτόν.'.
Iamque equites appropinquabant, quibus praeceptum erat, ut vivum eum
adtraherent. Quod ut sensit, trepidanter effatus: 'Ἵππων μ᾽ ὠκυπόδων ἀμφὶ κτύπος οὔατα βάλλει' ferrum
iugulo adegit iuvante Epaphrodito a libellis. 4 Semianimisque adhuc irrumpenti
centurioni et paenula ad vulnus adposita in auxilium se venisse simulanti non
aliud respondit quam 'Sero' et 'Haec est fides'. atque in ea voce defecit,
exstantibus rigentibusque oculis usque ad horrorem formidinemque visentium.
Nihil prius aut magis a comitibus exegerat quam ne potestas cuiquam capitis sui
fieret, sed ut quoquo modo totus cremaretur. Permisit hoc Icelus, Galbae
libertus, non multo ante vinculis exsolutus, in quae primo tumultu coniectus
fuerat.
L. Funeratus
est impensa ducentorum milium, stragulis albis auro intextis, quibus usus Kal.
Ian. fuerat. Reliquias Egloge et Alexandria nutrices cum Acte concubina gentili
Domitiorum monirnento condiderunt quod prospicitur e campo Martio impositum
colli Hortulorum. In eo monimento solium porphyretici marmoris, superstante
Lunensi ara, circumsaeptum est lapide Thasio.
LI. Statura
fuit prope iusta, corpore maculoso et fetido, subflavo capillo, vultu pulchro
magis quam venusto, oculis caesis et hebetioribus, cervice obesa, ventre
proiecto, gracillmis cruribus, valitudine prospera; nam qui luxuriae
immoderatissimae esset, ter omnino per quattuordecim annos languit, atque ita
ut neque vino neque consuetudine reliqua abstineret; circa cultum habitumque
adeo pudendus, ut comam semper in gradus formatam peregrinatione Achaica etiam
pone verticem summiserit ac plerumque synthesinam indutus ligato circum collum
sudario in publicum sine cinctu et discalciatus.
The Lives of the
Twelve Caesars
Nero Claudius Caesar (XLVII-LI) NERO’S DEAD
XLVII. Meanwhile, on
the arrival of the news, that the rest of the armies had declared against him,
he tore to pieces the letters which were delivered to him at dinner, overthrew
the table, and dashed with violence against the ground two favourite cups,
which he called Homer's, because some of that poet's verses were cut upon them.
Then taking from Locusta a dose of poison, which he put up in a golden box, he
went into the Servilian gardens, and thence dispatching a trusty freedman to
Ostia, with orders to make ready a fleet, he endeavoured to prevail with some
tribunes and centurions of the pretorian guards to attend him in his flight;
but part of them showing no great inclination to comply, others absolutely
refusing, and one of them crying out aloud,
Usque adeone mori miserum est?
Say, is it then so sad a thing to die? 625
he was in great
perplexity whether he should submit himself to Galba, or apply to the Parthians
for protection, or else appear before the people dressed in mourning, and, upon
the rostra, in the most piteous manner, beg pardon for his past misdemeanors,
and, if he could not prevail, request of them to grant him at least the
government of Egypt. A speech to this purpose was afterwards found in his
writing-case. But it is conjectured that he durst not venture upon this
project, for fear of being torn to pieces, before he could get to the Forum.
Deferring, therefore, his resolution until the next (376) day, he awoke about
midnight, and finding the guards withdrawn, he leaped out of bed, and sent
round for his friends. But none of them vouchsafing any message in reply, he
went with a few attendants to their houses. The doors being every where shut,
and no one giving him any answer, he returned to his bed-chamber; whence those
who had the charge of it had all now eloped; some having gone one way, and some
another, carrying off with them his bedding and box of poison. He then
endeavoured to find Spicillus, the gladiator, or some one to kill him; but not
being able to procure any one, "What!" said he, "have I then
neither friend nor foe?" and immediately ran out, as if he would throw
himself into the Tiber.
XLVIII. But this
furious impulse subsiding, he wished for some place of privacy, where he might
collect his thoughts; and his freedman Phaon offering him his country-house,
between the Salarian 626 and Nomentan 627 roads, about four miles from
the city, he mounted a horse, barefoot as he was, and in his tunic, only
slipping over it an old soiled cloak; with his head muffled up, and an
handkerchief before his face, and four persons only to attend him, of whom
Sporus was one. He was suddenly struck with horror by an earthquake, and by a
flash of lightning which darted full in his face, and heard from the
neighbouring camp 628 the shouts of the soldiers,
wishing his destruction, and prosperity to Galba. He also heard a traveller
they met on the road, say, "They are (377) in pursuit of Nero:" and
another ask, "Is there any news in the city about Nero?" Uncovering
his face when his horse was started by the scent of a carcase which lay in the
road, he was recognized and saluted by an old soldier who had been discharged
from the guards. When they came to the lane which turned up to the house, they
quitted their horses, and with much difficulty he wound among bushes, and
briars, and along a track through a bed of rushes, over which they spread their
cloaks for him to walk on. Having reached a wall at the back of the villa,
Phaon advised him to hide himself awhile in a sand-pit; when he replied,
"I will not go under-ground alive." Staying there some little time,
while preparations were made for bringing him privately into the villa, he took
up some water out of a neighbouring tank in his hand, to drink, saying,
"This is Nero's distilled water." 629 Then his cloak having been
torn by the brambles, he pulled out the thorns which stuck in it. At last,
being admitted, creeping upon his hands and knees, through a hole made for him
in the wall, he lay down in the first closet he came to, upon a miserable
pallet, with an old coverlet thrown over it; and being both hungry and thirsty,
though he refused some coarse bread that was brought him, he drank a little
warm water.
XLIX. All who
surrounded him now pressing him to save himself from the indignities which were
ready to befall him, he ordered a pit to be sunk before his eyes, of the size
of his body, and the bottom to be covered with pieces of marble put together,
if any could be found about the house; and water and wood 630, to be got ready for immediate use
about his corpse; weeping at every thing that was done, and frequently saying,
"What an artist is now about to perish!" Meanwhile, letters being
brought in by a servant belonging to Phaon, he snatched them out of his hand,
and there read, "That he had been declared an enemy by the senate, and
that search was making for him, that he might be punished according to the
ancient custom of the Romans." He then inquired what kind of punishment
that was; and being told, that the (378) practice was to strip the criminal
naked, and scourge him to death, while his neck was fastened within a forked
stake, he was so terrified that he took up two daggers which he had brought
with him, and after feeling the points of both, put them up again, saying, "The
fatal hour is not yet come." One while, he begged of Sporus to begin to
wail and lament; another while, he entreated that one of them would set him an
example by killing himself; and then again, he condemned his own want of
resolution in these words: "I yet live to my shame and disgrace: this is
not becoming for Nero: it is not becoming. Thou oughtest in such circumstances
to have a good heart: Come, then: courage, man!" 631 The horsemen who had received
orders to bring him away alive, were now approaching the house. As soon as he
heard them coming, he uttered with a trembling voice the following verse,
Hippon m' okupodon amphi ktupos ouata
ballei; 632
The noise of swift-heel'd steeds assails my
ears;
he drove a dagger
into his throat, being assisted in the act by Epaphroditus, his secretary. A
centurion bursting in just as he was half-dead, and applying his cloak to the
wound, pretending that he was come to his assistance, he made no other reply
but this, "'Tis too late;" and "Is this your loyalty?"
Immediately after pronouncing these words, he expired, with his eyes fixed and starting
out of his head, to the terror of all who beheld him. He had requested of his
attendants, as the most essential favour, that they would let no one have his
head, but that by all means his body might be burnt entire. And this, Icelus,
Galba's freedman, granted. He had but a little before been discharged from the
prison into which he had been thrown, when the disturbances first broke out.
L. The expenses of
his funeral amounted to two hundred thousand sesterces; the bed upon which his
body was carried to the pile and burnt, being covered with the white robes,
interwoven with gold, which he had worn upon the calends of January preceding.
His nurses, Ecloge and Alexandra, with his concubine Acte, deposited his
remains in the tomb belonging (379) to the family of the Domitii, which stands
upon the top of the Hill of the Gardens 633, and is to be seen from the Campus
Martius. In that monument, a coffin of porphyry, with an altar of marble of
Luna over it, is enclosed by a wall built of stone brought from Thasos. 634
LI. In stature he was
a little below the common height; his skin was foul and spotted; his hair
inclined to yellow; his features were agreeable, rather than handsome; his eyes
grey and dull, his neck was thick, his belly prominent, his legs very slender,
his constitution sound. For, though excessively luxurious in his mode of
living, he had, in the course of fourteen years, only three fits of sickness;
which were so slight, that he neither forbore the use of wine, nor made any
alteration in his usual diet. In his dress, and the care of his person, he was
so careless, that he had his hair cut in rings, one above another; and when in
Achaia, he let it grow long behind; and he generally appeared in public in the
loose dress which he used at table, with a handkerchief about his neck, and
without either a girdle or shoes.
LA MUERTE DE NERÓN
CLAUDIO
XLVII. Se difundió, entre tanto, el rumor de haberse sublevado también los
demás ejércitos, y enfurecido rasgó las cartas que le trajeron durante la
comida, derribó la mesa, rompió contra el suelo dos vasos, que llamaba
homéricos por estar esculpidos en ellos asuntos tomados de los poemas épicos de
Homero y a los que tenía en gran estima; acto seguido hizo que Locusta le diese
veneno, lo encerró en una caja de oro y marchó a los jardines de Servilio. Una
vez allí, mientras sus libertos más fieles iban a Ostia para disponer naves,
trató de conseguir que los tribunos y centuriones del Pretorio le acompañasen
en su fuga; unos se excusaron y otros se negaron abiertamente, llegando uno a
decirle:
¿Tanta desgracia es morir?
Concibió entonces diferentes proyectos; pensó en huir al territorio de los
partos, ir a arrojarse a las plantas de Galba, pensó también en presentarse
públicamente en la tribuna de las arengas con traje de luto y pedir allí, con
el acento más lastimero posible, que le perdonasen el pasado, o sí los
corazones permanecían insensibles, que le concediesen al menos la prefectura de
Egipto (148).
Entre sus papeles se encontró después el discurso que había compuesto para este
objeto, y se asegura que el único motivo que le impidió pronunciarlo fue el
temor de que lo despedazasen antes de llegar al Foro. Aplazó entonces para la
mañana siguiente el tomar una decisión, pero habiendo despertado a medianoche
se enteró de que le habían abandonado sus guardias. Salto del lecho y envió
aviso a casa de todos sus amigos; no recibió contestación, y fue entonces con
reducido séquito a pedir refugio a algunos de ellos. Todas las puertas
permanecieron cerradas y nadie le contestó. Regresó entonces a su cámara: los
centinelas habían huido, llevándose hasta las ropas de su lecho y la caja de
oro en que tenía guardado el veneno. Pidió en seguida que le llevasen al
gladiador Spículo u otro cualquiera para que le diesen muerte, y no encontrando
a nadie que quisiese matarle, exclamó: ¿Acaso no tengo amigos ni enemigos?. Y
corrió a precipitarse al Tíber.
XLVIII. A pesar de todo, se detuvo y buscó un refugio para meditar lo que podía
hacer. Su liberto Faón le ofreció su casa de campo, situada entre la vía
Salaria y la Nomentana, a cuatro millas de Roma. Vestido con la túnica y los
pies desnudos como se encontraba, montó a caballo; iba envuelto en un manto
viejo y desteñido; llevaba la cabeza cubierta y un pañuelo delante del rostro;
acompañábanle cuatro personas, entre ellas Sporo. En cierto momento, sintió
temblar la tierra, rasgó un relámpago la tiniebla y le invadió el terror; al
pasar cerca del campamento de los pretorianos, oyó los gritos de los soldados
que le lanzaban imprecaciones y hacían votos por Galba. Un viajero, al ver el
pequeño grupo, dijo: Estos persiguen a Nerón. Otro preguntó: ¿Qué hay de nuevo
en Roma, con respecto a Nerón? El hedor de un cadáver abandonado en el camino
hizo retroceder a su caballo; le cayó el pañuelo con que se ocultaba el rostro,
y un veterano pretoriano le reconoció y le saludo por su nombre; llegado a un
camino de traviesa, despidió los caballos, penetró entre abrojos y espinas, en
un sendero cubierto de zarzas en el que no podía avanzar más que haciendo
tender ropas bajos sus pies, y llegó así con gran trabajo a las tapias de la
casa de campo en una cantera de la que habían sacado arena, pero él replicó que
no quería enterrarse vivo, y habiéndose detenido para esperar que abriesen la
entrada secreta de la casa, cogió en la mano agua de una charca, y dijo antes de
beberla: He aquí los refrescos de Nerón. Comenzó después a arrancar las zarzas
que se habían enredado en su manto, y hecho esto, por un agujero abierto debajo
de la tapia, fue arrastrándose sobre las manos, hasta la habitación más
próxima, en la que se acostó sobre un jergón cubierto con una vieja manta.
Atormentábale de cuando en cuando el hambre y la sed, y le ofrecieron pan de
mala calidad, que rehusó, y agua templada, de la que bebió una poca.
XLIX Instábanle cuantos le acompañaban a que se substrajese sin tardanza a los
ultrajes que le amenazaban. y pidió que abriesen un foso delante de él, a la
medida de su cuerpo, que lo rodeasen con algunos pedazos de mármol, si se
encontraban, y que llevasen agua y leña para tributar los últimos honores a su
cadáver; a cada orden que daba se ponía a llorar, y repetía sin cesar: ¡Qué
muerte para tan grande artista! En medio de estos preparativos, llegó un correo
a entregarle una carta de Faón; la cogió y leyó en ella que el Senado le había
declarado enemigo de la patria, y le hacía buscar para castigarle de acuerdo
con las leves antiguas. Preguntó en qué consistía este suplicio, y le
contestaron que en desnudar al criminal, sujetarle el cuello en una horqueta y
azotarlo con varas hasta hacerle morir. Aterrado, cogió entonces dos puñales
que había llevado consigo, probó la punta y volvió a envainarlos, diciendo que
no había llegado aún la hora fatal. Unas veces exhortaba a Sporo a lamentarse y
llorar con él; otras pedía que alguno se matase, para, con su ejemplo, darle
valor para morir. También a veces se censuraba su cobardía, diciéndose:
Arrastro una vida vergonzosa y miserable, y añadía en griego: Esto no es propio
de Nerón; esto no le es propio; en tales momentos es necesario decidirse;
vamos, despierta. Acercábanse ya los jinetes que tenían orden de cogerle vivo,
y cuando los oyó, recitó temblando este verso griego:
Oigo el paso veloz de animosos corceles.
y se clavó en seguida
el hierro en la garganta, ayudado por su secretario Epafrodio. Respiraba aún
cuando entró el centurión; quiso vendarle la herida, fingiendo que llegaba para
socorrerle, y Nerón le dijo: Es tarde; y añadió: ¡cuánta fidelidad! Al
pronunciar estas palabras expiró con los ojos abiertos y fijos, despertando espanto
y horror en todos los que le contemplaban. Había recomendado con vivas
instancias a sus compañeros de fuga que no abandonasen su cabeza a nadie, y que
fuese como fuese, le quemasen entero. Icelo, liberto de Galba, que acababa de
salir del encierro donde le arrojaron al comenzar la insurrección, concedió la
autorización para hacerlo.
L. Los funerales de Nerón costaron doscientos mil sestercios; emplearon en
ellos tapices blancos bordados de oro, de que se había servido el día de las
calendas de enero. Sus nodrizas Eclogea y Alejandra, con su concubina Actea,
depositaron sus restos en la tumba de Domicio, que se ve en el campo de Marte,
sobre la colina de los jardines. El monumento es de pórfido, y está coronado
por un altar de mármol de Luna y lo circunda una balaustrada de mármol de
Paros.
LI. Era de mediana estatura; tenía el cuerpo cubierto de manchas, y hedía; los
cabellos eran rubios, la faz más bella que agradable; los ojos azules, y la
vista débil; robusto el cuello, el vientre abultado, las piernas sumamente
delgadas y el temperamento vigoroso. A pesar de sus desenfrenados excesos, sólo
se encontró indispuesto tres veces en el espacio de catorce años, y en ellas ni
siquiera tuvo que abstenerse del vino, ni que variar nada de sus costumbres. No
cuidaba del traje ni apostura, y durante su permanencia en Acaya, se le vio
dejar caer por detrás el cabello, que llevaba siempre rizado en bucles
simétricos; se presentó muchas veces en público con trajes de festín, un
pañuelo en torno al cuello, sin cinturón y descalzo.
LA MORT DE NÉRON
XLVII. Révolte des
autres armées. Néron est abandonné par tout le monde.
(1) Bientôt on lui
annonça la défection des autres armées. Il déchira la lettre qu'on lui remit
pendant son dîner, renversa la table, brisa contre terre deux vases dont il
aimait à se servir, et qu'il appelait homériques, parce qu'on y avait sculpté
des sujets tirés d'Homère; puis il se fit donner du poison par Locuste, le mit
dans une botte d'or, et passa dans les jardins de Servilius. Là, il envoya à
Ostie ses plus fidèles affranchis pour y préparer une flotte, et voulut engager
les tribuns et les centurions du prétoire à l'accompagner dans sa fuite. (2)
Mais les uns hésitèrent, les autres refusèrent sans détour. L'un d'eux s'écria
même: "Est-ce un si grand malheur que de cesser de vivre?" Alors il
délibéra s'il se retirerait chez les Parthes, s'il irait se jeter aux pieds de
Galba, ou s'il paraîtrait en public avec des habits de deuil pour demander du
haut de la tribune aux harangues, de la voix la plus lamentable, qu'on lui
pardonnât son passé. Il espérait, s'il ne parvenait à toucher les coeurs,
obtenir du moins le gouvernement de l'Égypte. (3) On trouva même dans son écritoire un
discours sur ce sujet. Mais il fut détourné, dit-on, de ce dessein, par la
crainte d'être mis en pièces avant d'arriver au Forum. (4) Il remit donc au
lendemain à prendre un parti. Réveillé vers minuit, il s'aperçut que ses gardes
l'avaient abandonné. Il sauta de son lit et envoya chercher ses amis. Mais,
n'en recevant aucune réponse, il alla lui-même avec peu de monde se présenter
chez eux. (5) Il trouva toutes les portes fermées, et personne ne lui répondit.
Il revint dans sa chambre: les sentinelles avaient pris la fuite en emportant
jusqu'à ses couvertures et la boîte d'or où était le poison. Il demanda
aussitôt le gladiateur Spiculus ou quelque autre qui voulut l'égorger. Mais, ne
trouvant personne: "Je n'ai donc, dit-il, ni amis, ni ennemis," et il
courut comme s'il allait se précipiter dans le Tibre.
(1) Revenu de ce
premier mouvement, il chercha quelque retraite obscure pour reprendre ses
esprits. Phaon, son affranchi, lui offrit sa villa située vers le quatrième
milliaire, entre la voie Salaria et la voie Nomentane. Il monta à cheval, pieds
nus et en tunique, comme il était, enveloppé d'une casaque usée, la tête
couverte et un voile sur le visage, n'ayant pour suite que quatre personnes
parmi lesquelles était Sporus. (2) Un tremblement de terre et un éclair le
glacèrent d'effroi. Du camp voisin il entendit les cris des soldats qui
faisaient des imprécations contre lui et des voeux pour Galba. Un des passants
qu'on rencontra se mit à dire: "Voilà des gens qui poursuivent
Néron." Un autre demanda: "Que dit-on à Rome de Néron?" (3) Son
cheval s'étant effarouché de l'odeur d'un cadavre abandonné sur la route, il
découvrit son visage et fut reconnu par un ancien soldat prétorien qui le
salua. (4) Arrivé à la traverse, il renvoya les chevaux et s'avança avec tant
de peine à travers des taillis et des buissons dans un sentier planté de
roseaux, que, pour parvenir derrière la maison de campagne, il fut obligé de
mettre son vêtement sous ses pieds. (5) Phaon lui conseilla de se retirer dans
une carrière d'où l'on avait extrait du sable; mais il répondit qu'il ne voulait
pas s'enterrer tout vif. En attendant qu'on trouvât le moyen de pratiquer une
entrée secrète dans cette villa, il puisa de l'eau d'une mare dans le creux de
sa main et la but en disant: "Voilà donc les rafraîchissements de
Néron." (6) Puis il se mit à arracher les ronces dont sa casaque était
percée. Enfin il se traîna sur les mains par une ouverture étroite jusque dans
la chambre la plus voisine où il se coucha sur un lit garni d'un mauvais
matelas et d'un vieux manteau pour couverture. Quoique tourmenté par la faim et
la soif, il refusa le pain grossier qu'on lui présentait, et ne but qu'un peu
d'eau tiède.
(1) Cependant on le
pressait de tous côtés de se soustraire le plus tôt possible aux outrages qui
le menaçaient. Il fit donc creuser devant lui une fosse à la mesure de son
corps, voulut qu'on l'entourât de quelques morceaux de marbre, si l'on en
trouvait, et qu'on apportât de l'eau et du bois pour rendre les derniers
devoirs à ses restes. Chacun de ces préparatifs lui arrachait des larmes, et il
répétait de temps en temps: "Quel artiste va périr!" (2) Au milieu de
tous ces délais, un coureur remit un billet à Phaon. Néron s'en saisit, et y
lut que le sénat l'avait déclaré ennemi public, et qu'on le cherchait pour le
punir selon les lois des anciens. Il demanda quel était ce supplice. On lui dit
qu'on dépouillait le coupable, qu'on lui passait le cou dans une fourche, et
qu'on le battait de verges jusqu'à la mort. Épouvanté, il saisit deux poignards
qu'il avait sur lui, en essaya la pointe, et les remit dans leur gaine en
disant que son heure fatale n'était pas encore venue. (3) Tantôt il engageait
Sporus à entonner les lamentations et à commencer les pleurs, tantôt il
demandait que quelqu'un lui donnât l'exemple de se tuer; quelquefois enfin il
se reprochait sa lâcheté en ces termes: "Ma vie est honteuse et infâme.
Cela ne sied pas à Néron, non. Il faut être sage dans de pareils moments.
Allons, réveillons-nous." (4) Déjà approchaient les cavaliers qui avaient
ordre de l'amener vivant. Dès qu'il les entendit, il prononça en tremblant ce
vers grec: "Le galop des coursiers résonne à mes oreilles."; puis il
s'enfonça le fer dans la gorge, aidé par son secrétaire, Épaphrodite. (6) Il
respirait encore lorsqu'un centurion entra. Feignant d'être venu à son secours,
il appliqua sa casaque sur la blessure. Néron ne lui dit que ces mots: "Il
est trop tard", et ceux-ci: "Voilà donc la fidélité!". (7) Il
mourut en les prononçant. Ses yeux étaient hors de sa tête, et leur fixité
saisissait d'horreur et d'effroi tous les spectateurs. (8) Il avait surtout
expressément recommandé à ses compagnons qu'on n'abandonnât sa tête à personne,
mais qu'on le brûlât tout entier, de quelque manière que ce fût. (9) Ils
obtinrent cette grâce d'Icelus, affranchi de Galba, qui venait d'être délivré
de la prison où on l'avait jeté au commencement de l'insurrection.
(1) Ses funérailles
coûtèrent deux cent mille sesterces. On se servit pour l'ensevelir d'une étoffe
blanche brodée d'or, qu'il avait portée aux calendes de janvier. (2) Ses
nourrices Eglogé et Alexandra, avec sa concubine Acté, déposèrent ses restes
dans le monument des Domitii, que l'on aperçoit du Champ de Mars, au-dessus de
la colline des Jardins.(3) La tombe est de porphyre; elle porte un autel
de marbre de Luna, et est entourée d'une balustrade en marbre de Thasos.
(1) Néron avait une
taille ordinaire. Son corps était hideux et couvert de taches, sa chevelure
blonde, sa figure plutôt belle qu'agréable, ses yeux bleus et faibles, le cou
fort, le ventre gros, les jambes grêles, le tempérament vigoureux. Malgré
l'excès de ses débauches, il ne fut malade que trois fois en quatorze ans;
encore ne le fut-il pas au point d'être obligé de s'abstenir de vin, ou de rien
changer à ses habitudes. (2) Il avait si peu de décence et de tenue, que, dans son voyage en Grèce,
il laissa retomber derrière sa tête ses cheveux, qui d'ailleurs étaient
toujours disposés en étages, et que souvent il parut en public vêtu d'une
espèce de robe de chambre, un mouchoir autour du cou, sans ceinture ni
chaussures.
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