quinta-feira, 25 de junho de 2020

ÁGUA...

A água refrescava, sutil e clara, os meus lábios descuidados. Lentamente, fora-se... descendo para o íntimo... desfazendo-se, imperceptível e certa. Fugira, enfim, de completo, ao meu arbítrio...
E então, na magia do espírito, seus mistérios se me foram desvelando... Por onde teria pervagado? Entre nuvens e em incógnitas correntes indomáveis, circundando o planeta, visitara o mundo, sem que o soubessem tantos...
Em mananciais, fecundara campos e searas. Cantando em fontes e riachos, discretamente desalterara gentes e iluminara o estro dos poetas, da Grécia mágica, na Fonte de Castália, à cacimba tosca de tosco mato...
E agora, por fim, repousava, serena e boa, no vidro do meu copo...

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