Posted by Thoth3126 on 16/07/2016
Fracassou tentativa de golpe na Turquia
Ancara afirma que tentativa de golpe de Estado está amplamente debelada. Segundo o governo, número de mortos chega a mais de 265 pessoas, entre golpistas, militares e civis. Para especialistas, presidente Erdogan sai fortalecido. O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, disse na manhã deste sábado que seu governo resistiu à tentativa de golpe militar que na noite de sexta-feira causou caos no país.
Edição e imagens: Thoth3126@protonmail.ch
Militares golpistas dizem ter tomado o controle da Turquia
Fontes: http://dw.com/p/1JQ0r
O governo turco declarou neste sábado (16/07) que ao menos 265 pessoas morreram na tentativa de golpe de Estado na noite de sexta-feira por parte de membros do Exército. Após um momento inicial, os insurgentes acabaram sendo reprimidos por tropas leais ao Presidente Recep Tayyip Erdogan.
Militares turcos geraram caos ao declarar que tomaram “totalmente o comando” de Ancara. As autoridades locais, porém, negaram ter perdido o controle, e uma onda de ataques, manifestações e conflitos se iniciaram em Istambul e na capital. A confusão adentrou a madrugada e, na manhã do dia seguinte, sábado, o presidente Erdogan declarou ter retomado o controle da situação e fracassado o golpe.
Inicialmente, poucas horas após o início da rebelião militar, o Exército sublevado indicou controlar o país e estabeleceu a lei marcial, ao mesmo tempo em que acusava Erdogan de ser um “traidor” e de ter estabelecido um “regime autoritário de medo”.
Cerca de quatro horas depois das primeiras informações, os Serviços de Inteligência Turca (MIT) anunciaram que a tentativa de golpe de Estado havia fracassado, admitindo, porém, que ainda persistem alguns focos de resistência de revoltosos.
De acordo com o primeiro-ministro Binali Yildirim, entre os mortos, estão 161 membros das forças fiéis ao governo ou civis. O número de golpistas que perderam a vida chega a 104, informaram fontes do governo em Ancara.
Tanques permaneciam próximos ao Palácio Presidencial, em Ancara, na manhã de sábado
Yildirim disse ainda que há 1.140 feridos e que 2.839 golpistas, pertencentes ás Forças Armadas do país, estão presos. Indagado sobre a aplicação da pena de morte, o premiê turco respondeu que tal sentença teria sido retirada da Constituição turca, mas que “medidas adicionais” estariam sendo discutidas para impedir que tais “loucuras” se repitam no futuro.
Erdogan fortalecido
No momento do golpe, o Presidente turco se encontrava de férias num hotel em Marmaris, estância turística na costa do Mar Egeu e que foi bombardeado esta madrugada pouco depois de Erdogan ter saído do edifício. O presidente culpou pelo golpe de Estado os apoiadores do seu arqui-inimigo, Fethullah Gülen, um imã exilado há anos nos Estados Unidos.
O movimento que apoia Gülen (Hizmet) já condenou o golpe, num comunicado em que sublinha que “há mais de 40 anos que Fethullah Gulen e o Hizmet têm defendido e demonstraram o seu compromisso com a paz e a democracia”.
Presidente da Turquia fala a repórteres na noite de sexta-feira
A tentativa de golpe de Estado foi condenada por várias das principais organizações internacionais, como a União Europeia (UE) e a Otan, bem como pelos Estados Unidos, Rússia, França, Irã e Grécia, que apelaram à calma e ao regresso à normalidade constitucional.
Segundo o diretor do escritório da Fundação Heinrich Böll em Istambul, Kristian Brakel, a tentativa fracassada de golpe deverá fortalecer a posição de Erdogan. Segundo Brakel, o chefe de Estado turco vê agora confirmada a sua “paranoia” de que há forças que queriam tirá-lo do governo.
Reação internacional
O presidente americano, Barack Obama, se manifestou por meio de nota sobre a situação e fez um apelo para todos os partidos da Turquia apoiarem “o governo democraticamente eleito e evitar qualquer violência ou derramamento de sangue”.
Bravura incrível na noite passada. Muitos turcos arriscaram suas vidas e alguns preço final foi pago por muito para ficar contra o golpe
No Brasil, o ministro das Relações Exteriores, José Serra, também soltou uma nota pedindo “respeito às instuições e à ordem constitucional”.
“Em relação aos acontecimentos em curso na Turquia, o governo brasileiro insta todas as partes a se absterem do recurso à violência e recorda a necessidade de pleno respeito às instituições e à ordem constitucional.” O ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, disse que é importante “evitar um banho de sangue”.
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