Posted by Thoth3126 on 01/02/2017
A eventual escalada do conflito entre China e EUA na região do Círculo Pacífico representa um perigo muito maior do que as relações entre Rússia e OTAN.
Eis o que escreve Theo Sommer, colunista do jornal Die Zeit: Nesse assunto, o autor se refere ao recente artigo do ex-presidente soviético, Mikhail Gorbachev, que compartilhou suas preocupações com tendências geopolíticas atuais.
Edição e imagens: Thoth3126@protonmail.ch
Opinião: o mundo se prepara para confronto entre EUA e China
Fonte: https://br.sputniknews.com
Sommer concorda que a nova corrida armamentista entre Rússia e OTAN (Europa) seja motivo de preocupação.
“A doutrina fundamental da Guerra Fria não foi esquecida nem por Moscou, nem por Washington: quem dispara primeiro, morre segundo. Vários incidentes são prováveis, mas ninguém quer uma guerra total, nem Vladimir Putin, nem Donald Trump, com toda a sua imprevisibilidade”, destaca o colunista.
Na opinião dele, a ameaça provém de outra parte do mundo – a partir do Círculo Pacífico, onde a China e os EUA lutam por superioridade. O colunista acredita que a retirada dos EUA do Acordo da Associação Transpacífico (TPP) representa uma tentativa de diminuir a influência da China.
Sommer analisa atenciosamente o mar do Sul da China onde os chineses se reforçam ao criar ilhas artificiais. Na opinião de Sommer, a ideia mais perigosa de Trump está relacionada ao questionamento das reclamações chinesas nesta região. A reação de Pequim era previsível, acha o autor do artigo, a postura do novo presidente dos EUA poderá provocar um confronto destrutivo.
Por sua vez, o jornal chinês Global Times deixou claro que, caso Trump e sua equipe não alterem suas políticas em relação a Pequim, eles deverão se preparar para confronto militar. Afinal, Trump se opõe à política Uma só China que significa o reconhecimento da independência de Taiwan. Se o presidente dos EUA pôr em dúvida esse curso, Pequim promete dar resposta, conclui Sommer.
China dá resposta firme às declarações dos EUA sobre o mar do Sul da China
Recentemente, Sean Spicer, representante oficial da Casa Branca, anunciou que a nova administração dos EUA vai defender o estatuto internacional dos territórios disputados no mar do Sul da China. Ao mesmo tempo, o porta-voz americano deixou claro que “os EUA pretendem proteger seus interesses nacionais nessa região”.
Em resposta a essa declaração dos EUA, a porta-voz da chancelaria chinesa, Hua Chunying, anunciou na terça-feira (24) que as ações chinesas no mar do Sul da China são legítimas e que Pequim possui a soberania incontestável sobre as ilhas e aquatórios do mar. Segundo Chunying, a postura da China em relação ao mar do Sul da China é clara, persistente e não mudou:
“A China é fiel às negociações de paz com os países respectivos [da região]”, frisou.
Segundo ela, a China defende a liberdade da navegação marítima e aérea no mar do Sul da China com base no direito internacional. De acordo com Chunying, os EUA não são participantes diretos das negociações quanto ao mar do Sul da China. Por isso Pequim pede para Washington observar seus compromissos e respeitar os esforços dos países da região na manutenção de paz e estabilidade, ressalta a porta-voz da chancelaria chinesa.
Shen Shishun, diretor do Centro de Estudos do Sul do Pacífico, parte integrante do Instituto de Problemas Internacionais da China, expôs à Sputnik China a sua visão do problema em torno do mar do Sul da China. Segundo ele, os EUA não têm pertinência territorial a este mar e não são parte do conflito:
“Durante muito tempo os EUA, através de pretextos da defesa dos princípios da navegação livre, interviram-se no problema do mar do Sul da China e até provocaram vários países da ASEAN, trazendo dor de cabeça para a China e limitando seu desenvolvimento”, destaca.
O especialista chinês defende a mesma opinião de Chunying sobre a permanência e incontestabilidade da postura da China em relação aos territórios no mar do Sul da China, mas acrescenta:
“Esse problema deve ser solucionado pelas partes que têm a ver com isso. Qualquer interferência vinda de um país que não tem relação a essa questão em termos territoriais, dificultará a situação na região”, destaca Shishun.
Segundo ele, a China, juntamente com outros países da região, “poderá promover a iniciativa do ‘Cinturão Econômico da Rota da Seda’, fomentar a cooperação com os países da ASEAN e fortalecer contatos nas zonas do livre comércio”.
Xi-Jinping
Ao mesmo tempo, o especialista destaca que a interferência dos EUA não tem sentido, pois os países vizinhos da China não vão querer se subjugar a ordens norte-americanas. O curso político perseguido pelo presidente filipino, Rodrigo Duterte, e a recente visita das autoridades vietnamitas à China confirmam, assinala. Em caso de ações provocatórias, a China poderá tomar medidas duras de resposta ao defender a sua soberania territorial, conclui.
A China e uma série de países da região, entre eles, Japão, Vietnã e Filipinas, divergem-se quanto às fronteiras e zonas de responsabilidade no mar do Sul da China e no mar do Leste da China. No terceiro trimestre do ano passado, o tribunal decidiu que os territórios disputados de Spratly não são nem ilhas nem zona econômica exclusiva. A China não reconheceu a decisão tomada pelo tribunal.
Mais informações sobre a China em:
Permitida a reprodução, desde que mantido no formato original e mencione as fontes.
Nenhum comentário:
Postar um comentário