segunda-feira, 20 de agosto de 2018

LE MONDINE - TRIO FEMININO DE CANTORAS ITALIANAS CONTEMPORÂNEAS QUE RECUPERAM GRANDE PARTE DAS CAÇÕES FOLCLÓRICAS TRADICIONAIS DA ITÁLIA


Le Mondine - Quel Mazzolin di fiori (Video Ufficiale) - YouTube

Il Coro delle Mondine - É um trio feminino de cantoras populares italianas.Surgiu como um coral de música popular e folclórica italiana  em Turim, na década de setenta, de um grupo de jovens que cresceram juntas. Porém, no ano 2000, com a morte do diretor, o conjunto entra em crise, depois de ter viajado pela Itália e por diversos países. 
No início, era um coro composto de muitas jovens: Giulia Berni, Annarosa Cesaretti, Gabriella Braioni, Italia Pignoli, Diva Lazzaretti, Silva Manicardi, Adriana Paltrinieri, Manuela Rossi, Annunciata Lavagnini, Catia Fiori, Cesarina Mantovani, Assunta Palermo, Rosella De Faveri, Delmina Cesaretti, Rina Cipolli, Nadia Patelli, Lina Pizzetti, Deanna Bertoni, Laura Bertoni, Margherita Pizzano, Margherita Paltrinieri, Renata Sala, Agnes Kergan Mc.Williams, Lidia Cavazzoni, Manuela Cavazzoni, Vivilde Cavaletti, Anna Maria Bernini, Lidia Ascari, Anna Salardi, Maria Giulia Contri.
Porém, o coral, devido ao grande número de componentes e à falta de um líder, se desfez. No entanto, ressurge menor, na forma de um trio, em 2011. Lideradas pelo produtor de televisão Valerio Pisano, as jovens Letizia Borgaro, Barbara Leva e Josiane Pinet, iniciaram apresentando-se na TV italiana. Depois, passaram a gravar uma numerosa coletânea de canções, produzindo uma coleção de CDs. O grupo mudou suas componentes durante os anos.
O termo "mondina" provém de atividades agrícolas exercidas pelas jovens camponesas italianas. Uma mondina (do verbo "mondare", para limpar) era uma trabalhadora sazonal dos campos de arroz. O trabalho ocorria durante o período de inundação dos campos, realizado no final de abril até o início de junho para proteger as delicadas mudas de arroz do choque térmico entre o dia e a noite, durante os estágios iniciais de seu desenvolvimento.
O trabalho consistia no transplante das mudas no campo de arroz (do termo trapiantè, no dialeto piemontês ) e no monda (mundè), mudar a plantinha de arroz do canteiro para o campo definitivo onde deveria produzir. Mondina era, inicialmente, uma moça que trabalhava mudando arroz.
Era um trabalho muito difícil, praticado por pessoas de baixo nível social, geralmente provenientes de Emilia-Romagna, Vêneto e Lombardia, que emprestavam seu trabalho especialmente nos campos de arroz das províncias de Vercelli, Novara e Pavia. Nos campos de arroz de Molinella houve os primeiros protestos de mondine para obter melhores condições de vida.
As roupas delas consistiam em meias de algodão e lenço puxado no rosto, para proteger contra as picadas dos numerosos insetos que infestam esses ambientes pantanosos, chapéu de abas largas para proteger do sol com um lenço (a sua escolha) e saias longas para proteger as pernas. As condições de trabalho eram ruins: o horário era pesado e os salários das mulheres eram muito inferiores aos dos homens. Isso fez com que o descontentamento crescesse, o que no início de 1900, resultou em numerosos tumultos. A alegação principal, bem resumida pela canção 'se oito horas são muito poucas', visou limitar o dia útil a oito horas e conseguiu obter alguns resultados entre 1906 e 1909, quando municípios inteiros de Vercelli aprovaram regulamentos que confirmaram essa afirmação. Além disso, elas se
 arriscaram a inúmeras doenças por causa dos mosquitos, que eram abundantes nos campos de arroz, e das sanguessugas que molestavam mãos e pernas.
O trabalho da 'monda', muito comum no norte da Itália entre o final do século XIX e o início do século XX, consistiu em passar dias inteiros com água até os joelhos, descalças e com as costas dobradas para remover as ervas daninhas que cresciam nos campos de arroz e perturbavam o crescimento das mudas dom cereal.
Este trabalho e as lutas pelos direitos trabalhistas atingiram o maginário popular e inspiraram muitas canções que se tornaram conhecidas no mundo inteiro, bem como foram temas de muitas obras literárias. 
No cinema, alguns filmes abordaram o tema. São exemplos "Rizo Amaro" (Arroz Amargo), do diretor Giuseppe de Santis, e "La Rizaia" (O Campo de Arroz), lançado em 1956, por Rafaello Matarazzo.
O nome conferido ao conjunto "Le Mondine" vincula-se a estas atividades agrícolas e às lutas trabalhistas dessa classe de trabalhadoras. Fizeram parte do conjunto "Le Mondine" Letizia Borgaro, Barbara Leva e Giulia Zingales e também Chiara Finotti.


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