Mudança climática e ressaca cria ‘nova praia’ no Leblon e ‘encolhe’ outra em Copacabana
Posted by Thoth3126 on 02/08/2019
Em mais um dia de inverno que deu praia no Rio, com termômetros ultrapassando os 30 graus, nesta quinta-feira, os cariocas se depararam com uma novidade no Leblon, na altura do mirante: uma nova faixa de areia mudou completamente o cenário onde antes só havia rochas e mar. O fenômeno de fato é raro. E, de acordo com o professor do curso de oceanografia da Universidade Estadual do Rio (UERJ) David Zee, é um alerta, fruto da mudança climática, consequência do aquecimento global. Ele também alerta que as autoridades devem estar atentas para estas mudanças do perfil meteorológico, e diz que, nas próximas ressacas que estão por vir, pode acontecer, inclusive, do mar chegar à Avenida Atlântica.
Edição e imagens: Thoth3126@protonmail.ch
Ressaca e mudança climática fazem ‘nova praia’ aparecer no Leblon, no Rio de Janeiro
Em mais um dia de inverno que deu praia no Rio, com termômetros ultrapassando os 30 graus, nesta quinta-feira, os cariocas se depararam com uma novidade no Leblon, na altura do mirante: uma nova faixa de areia mudou completamente o cenário onde antes só havia rochas e mar. Uma “nova praia” atraiu pessoas em busca de um bronze mais reservado e, também, atletas de slackline, que viram ali o local perfeito para a prática do esporte radical.
Pratico slackline há 1 ano e 4 meses, e foi uma surpresa. Eu nunca tinha visto isso acontecer antes. O pessoal me disse que é um fenômeno raro, que tinha tempo que não viam — contou Erika Sedlacek de Almeida, de 27 anos, uma das atletas do grupo que aproveitava a nova paisagem.
Ressaca cria nova praia no Leblon, na altura do mirante: uma nova faixa de areia mudou completamente o cenário onde antes só havia rochas e mar.
— Nós ficamos muito felizes. Há dois anos, quando nosso grupo começou, aqui estava com areia. E agora, todo esse tempo depois, voltamos a ver areia por aqui de novo. Uma praia particular, só para a gente praticamente — comemorou Caio Henrique Matos, de 24 anos, também atleta de slackline.
O fenômeno de fato é raro. E, de acordo com o professor do curso de oceanografia da Universidade Estadual do Rio (UERJ) David Zee, é um alerta, fruto da mudança climática, consequência do aquecimento global. Ele afirma, através de sua tese, que o padrão de entrada dos ventos que carregam as frentes frias durante o inverno no Rio estão mudando, e, com isto, a paisagem muda também.
— O padrão de entrada das frentes frias mudou. Antes vinham ao longo do continente, e agora pelo mar. Além de alterar a intensidade das ressacas, este vento está entrando em sul e sudeste, e não mais em sudoeste. Essa “nova praia” não é algo comum. É uma variação do padrão do clima, uma consequência do aquecimento global. Essa areia conseguiu passar pelas pedras e foi jogada exatamente em cima delas, formando essa nova faixa de areia — explicou o professor.
Reconhece? Essa poderá ser a cara futura na região da Candelária, no centro do Rio de Janeiro, com o aumento do nível do oceano pelo acelerado descongelamento da Antártida e outros eventos climáticos.FONTE
Ele diz que o fenômeno aconteceu por meio das grandes ressacas que se formaram na orla do Rio nas últimas semanas. Zee alerta que as autoridades devem estar atentas para estas mudanças do perfil meteorológico, e diz que, nas próximas ressacas que estão por vir, pode acontecer, inclusive, do mar chegar à Avenida Atlântica. A tendência, de acordo com o professor, é que a “nova praia” do Leblon se amplie ainda mais, antes de desaparecer.
— “A tendência é que, com as próximas ressacas, que estão por vir, possa subir água na Avenida Atlântica, em Copacabana. Pode destruir parte do calçadão, dependendo da intensidade. Essa praia (no Leblon) vai ficar ainda mais cheia de areia. Na Barra, a nova direção do vento já fez o mar atingir e derrubar a ciclovia, próximo ao Corpo de Bombeiros. As autoridades competentes precisam olhar com mais seriedade para essas mudanças. Elas já nos avisam que o Rio está muito exposto a estas ressacas”.
— “A começar pela Ciclovia Tim Maia que caiu três vezes. Depois, a própria avenida Niemeyer, que foi interditada. Daqui a pouco é interdição da Avenida Atlântica e da Vieira Souto, e aí a cidade vai funcionar como? É preciso ter um plano de contingência, de prevenção, chamar quem entende para começar a participar do gabinete de gestão de risco. Não adianta depois que acontecer um acidente, todos se reunirem no Centro de Operações, como já aconteceu” — concluiu.
Copacabana, na altura do Posto 5, a areia da praia desapareceu
O professor revelou ainda que esta mudança no perfil climático também foi o que causou o encolhimento da faixa de areia da praia do posto 5 em Copacabana, na semana passada.
— Ali no Posto 5 de Copacabana, também é uma área exposta a essas mudanças. Ela é voltada para sul e sudeste. Leblon e Ipanema, é uma área voltada mais para leste e oeste. Então, acontece um efeito inverso nessas duas praias: onde numa aparece uma faixa de areia que não existia, em outra, encolhe a que já existe.
“Essa ‘nova praia’ não é algo comum. É uma variação do padrão do clima, uma consequência do aquecimento global” – Davi d Zee, Oceanógrafo, professor do curso de oceanografia da Universidade Estadual do Rio (UERJ)
Orla da Barra da Tijuca foi afetada pela ressaca — Foto: Globocop
Os efeitos da última ressaca no litoral do Rio
Em Cabo Frio, na Região dos Lagos, a Superintendência de Defesa Civil da cidade vistoriou no dia 22 as áreas mais atingidas pela ressaca do mar. O Forte São Mateus, está interditado por questões de segurança. “O mar continua batendo com força nas pedras, inviabilizando o acesso ao Forte. Mas as pessoas continuam desobedecendo e retiraram a fita de isolamento e subindo no acesso ao Forte. Esse trecho está perigoso.
As ondas são fortes é melhor não arriscar”, disse o superintendente João Velloso. Na Praia do Forte a força das ondas deslocou a base de pedras sob o deck de madeira e danificou algumas rampas de acesso à praia. Na Praia das Dunas, o Corpo de Bombeiros retirou dois postos de salva vidas por causa da força das ondas.
Em Armação de Búzios, também na Região dos Lagos, houve ondas fortes em Geribá e Tucuns. No Rio de Janeiro, a calçada da Praia do Pepê, na Barra da Tijuca, na zona oeste, foi destruída pelas ondas. Em Ipanema, na zona sul, uma parte do calçadão também foi destruído.
As praias da Baía de Guanabara, que tem sempre mar calmo, porque não estão numa região de mar aberto, tiveram ondas de até 3 metros de altura, como na Praia do Flamengo. Os surfistas aproveitaram as ondas. O mesmo aconteceu na Praia de Icaraí, em Niterói, que ficou com ondas enormes, convidativas para a prática do surf.
Marinha do Brasil emite alerta de nova ressaca para este final de semana no Rio
A Marinha do Brasil emitiu um alerta de ressaca para o final de semana. De acordo com o comunicado, ondas com até 3 m de altura novamente podem atingir a orla carioca. Na praia do Pepê, por exemplo, ondas fortes destruíram parte da ciclovia na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro. O trecho foi interditado pela Prefeitura.
Isto é tudo pessoal, o Tempo acabou!
“Haverá muitas mudanças dramáticas no clima do planeta, muitas mudanças nas condições meteorológicas na medida em que o tempo da grande colheita se aproxima muito rapidamente ao longo dos próximos anos. Você vai ver a velocidade do vento em tempestades ultrapassando 300 milhas (480 quilômetros) por hora, às vezes. Deverão acontecer fortes tsunamis e devastação generalizada NAS REGIÕES COSTEIRAS, e emissão de energia solar (CME-Ejeção de Massa Coronal do Sol) que fará importante fusão e derretimento das calotas de gelo nos polos, e subsequente aumento drástico no nível do mar, deixando muitas áreas metropolitanas submersas em todo o planeta“. SAIBA MAIS no LINK
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