Posted by Thoth3126 on 26/09/2020
Região famosa no Ocidente devido à visita dos Beatles, Rishikesh é uma cidade estritamente vegetariana e revela a essência das práticas espirituais do Hinduísmo. A primeira vez que ouvi sobre Rishikesh foi quando os Beatles visitaram, em 1968, a cidade indiana a convite do guru Maharishi Mahesh Yogi para participarem de um curso de meditação.
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Famosa no Ocidente devido à visita dos Beatles, Rishikesh é uma cidade estritamente vegetariana e revela a essência das práticas espirituais do Hinduísmo
Haroldo Castro (Texto e fotos) | desde RISHIKESH, na INDIA
Fonte: http://epoca.globo.com
Ringo Starr passou dez dias no retiro espiritual Chausari Kutia, mas John Lennon e George Harrison ficaram seis semanas no belo local às margens do rio Ganges e entre as árvores do Parque Nacional Rajaji.
A passagem dos Beatles por Rishikesh não aconteceu sem controvérsias e a relação entre a banda e o guru ficou estremecida durante alguns anos. Mas todos os registros indicam que esse curto período de tempo no norte da Índia foi extremamente produtivo para os Beatles. Entre meditações, palestras e passeios na mata, o grupo teria criado cerca de 40 novas músicas, 15 delas escritas por Lennon. Quase todas as canções do Álbum Branco foram compostas nesse rincão da Índia.
A presença dos Beatles deu muita visibilidade à Rishikesh – principalmente na Europa e nos Estados Unidos – e muitos jovens ocidentais passaram a dar atenção à prática de ioga e de meditação.
A cidade banhada pelo Ganges é considerada sagrada há milênios, sua origem estando ligada aos primórdios da religião hinduísta. Rama, o sétimo avatar do deus Vishnu, teria pago sua penitência em Rishikesh após ter matado o demoníaco rei Ravana que havia sequestrado sua esposa Sita. Uma lenda conta que Lakshmana, irmão mais novo de Rama, atravessou o Ganges em Rishikesh usando apenas duas cordas de juta.
No mesmo local onde Lashkamana teria cruzado o rio, existe hoje uma ponte pênsil de 150 metros de comprimento. A ponte de metal, usada para pedestres, motos e vacas sagradas, leva o nome de Lakshman Jhula, para lembrar os feitos do irmão de Rama. Inaugurada em 1930, ela substituiu uma ponte extremamente instável feita apenas de cordas. De fato, jhula em hindi não significa ponte, mas sim o ato de balançar.
Quase meio século depois de os Beatles terem passado por aqui, estou afinal em Rishikesh. Desço uma ruela sinuosa e logo chego a uma extremidade da ponte, na margem direita do Ganges. Apesar de Lakshman Jhula ter 86 anos de idade, considero a estrutura bem segura e avanço sem medo. O único cuidado a ser tomado é com os macacos – também sagrados – que correm soltos pela cidade e pelos cabos da ponte. Qualquer garrafinha de plástico ou embrulho de papel que possa conter petiscos é imediatamente confiscado por um primata mais ousado.
No meio da travessia paro para admirar o ambiente e olhar para baixo. Estou 25 metros acima da correnteza. Nessa época do ano – início da primavera e degelo do Himalaia –, as águas do Ganges são de um verde turquesa impactante e parecem estar extremamente limpas. As montanhas ao redor, com árvores de folhas jovens, e o céu azul limpo completam a paisagem quase bucólica. Mas acordo de minhas ponderações quando percebo que um macaco parece estar interessado na minha bolsa fotográfica!
Do outro lado do rio está um dos maiores e mais famosos templos hinduístas da cidade, Tera Manzil. Também chamado de Trimbakeshwar, o prédio de cor ocre tem 13 andares e possui uma torre central de onde se observa toda a cidade e o rio. Ao contrário do que acontece com a maioria dos templos hinduístas, Tera Manzil não é dedicado a apenas uma divindade, mas sim a quase todo o panteão da religião. Em cada cubículo há uma estátua de uma divindade, sempre decorada e pintada com cores vivas.
Ao alcançar o sétimo andar, depois de já ter prestado minhas reverências à Vishnu, Durga, ao elefante Ganesha e ao macaco Hanuman, resolvo parar para fotografar a belíssima vista do alto. Estou concentrado no enquadramento e no ângulo da luz quando sou interrompido por um estridente apito, como se um juiz de futebol estivesse marcando um pênalti. “Pronto, devo ter feito alguma besteira, algum sacrilégio”, pensei. Procuro a origem do som e descubro um jovem dentro de um cubículo, protegido por uma estátua de Shiva. “Você não vem saudar o deus Shiva?”, pergunta o sacerdote.
Imediatamente me sento em frente ao jovem sorridente. Ele começa a proclamar algumas rezas incompreensíveis, faz o desenho de um tridente entre meus dois olhos com tinta vermelha e me oferece um minúsculo pote fechado de cobre. “Contém a água do rio Ganges. Leve com você”, afirma. Fica evidente que preciso deixar uma contribuição em troca de tantas bênçãos e assim o faço. Afinal, possuir um potinho selado com água do rio mais sagrado do mundo não tem preço.
De volta à rua que corre paralela ao rio, vejo que todo o comércio gira em torno da espiritualidade e da mística da cidade. Pode-se encontrar nas dezenas de estandes qualquer tipo de produto religioso, de incensos e estatuetas à colares e braceletes. Em todos os quarteirões também descubro anúncios de aulas de ioga e de meditação ou de sessões de astrologia e de massagem. Não há dúvida, estou na Capital Mundial da Ioga.
Depois de algumas barganhas nos mercadinhos, resolvemos ir a uma praia do Ganges. Caminhamos na rua principal rio acima e logo encontramos um barranco dando acesso às águas verdes. Como já previa dar um mergulho no rio sagrado, levo um calção por baixo da calça. Retiro os sapatos e a camiseta e estou pronto. Giselle havia escolhido a mesma estratégia.
Colocamos a pontinha dos pés no rio e temos uma surpresa: a água está muito mais gelada do que imaginávamos. Calculo uma temperatura de, no máximo, uns 14º C. Mas promessa é dívida: não há como fugir do compromisso.
Já dentro do rio, a segunda surpresa, bem mais positiva, é com a limpeza e a claridade da água. Não há nenhuma sujeira na superfície e dá para ver nossos pé e o fundo de areia com facilidade. Damos três mergulhos e honramos o sagrado Ganges, considerado uma Mãe para os fiéis hinduístas.
Pausa para o almoço. Nos restaurantes todos os menus são estritamente vegetarianos e nenhuma bebida alcóolica entra em Rishikesh. Uma refeição indiana completa, com entrada, prato principal, sobremesa e suco custa apenas 200 rupias (11 reais) e é uma delícia. Outra boa surpresa: pedimos os pratos com pouca pimenta e assim comemos!
A 2 km rio abaixo, na mesma margem esquerda do Ganges, existe outro polo de devoção, Swarg Ashram. O local místico é conectado com o centro da cidade de Rishikesh, do outro lado do rio, pela ponte Rama Jhula, irmã de Lakshman Jhula. Os ghats (escadarias) que dão acesso ao rio revelam uma constante atividade. No final da tarde – mulheres de um lado e homens de outro – acontece um importante ritual para todos os hinduístas que moram ou visitam a cidade: o banho. Os devotos acreditam que um mergulho nas águas da Mãe (o rio) Ganges limpa todos os pecados.
O maior centro espiritual do bairro Swarg Ashram é Parmath Niketan, fundado por Swami Shukdevanandji Maharaj em 1942. O ashram oferece mais de mil quartos para acomodar peregrinos indianos e estrangeiros em busca de ensinamentos hinduístas e práticas de orações, ioga e meditação. O atual chefe espiritual e presidente de Parmath Niketan é Swami Chidanand Saraswati.
Mais uma surpresa digna de Rishikesh. Logo que entro no recinto, aparece por uma porta lateral uma figura vestida de amarelo e vermelho com uma vasta cabeleira castanho-avermelhada. Pela reverência dos discípulos ao redor e pelo olhar zen de guru, não resta dúvida: é o próprio Swami Chidanand Saraswati em pessoa – ou Swamiji para os íntimos.
Swamiji Chidanand Saraswati está a frente de Parmath Niketan desde 1986 e fundou diversas instituições dedicadas a outras causas nobres. Uma delas é Ganga Action Parivar, que tem como objetivo preservar o rio Ganges. De fato, se o Ganges ainda é limpo e cristalino em Rishikesh, à medida que o rio deixa as montanhas dos Himalaias e flui pelas planícies, a poluição aumenta exponencialmente.
Assim, Swamiji, além de meditar, resolveu levantar a bandeira conservacionista. “Para nós Hindus, a natureza não é um recurso econômico, mas a fonte da vida”, diz o mestre. “É irônico fazer uma oração a uma imagem da Mãe Ganga em um templo e logo depois jogar bolsas plásticas e produtos químicos nas águas do rio.” Para o líder espiritual, “a natureza é considerada como um guru, a essência pura do Divino, não apenas uma mercadoria.”
Se a limpeza do Ganges em Rishikesh pode ser um bom exemplo dessa filosofia, ainda há muito trabalho a ser realizado durante o percurso rio abaixo de 2.500 km da Mãe Ganga pelas planícies do norte do país. Desgraçadamente, a partir de Rishikesh, milhões de galões de produtos tóxicos e de esgotos não tratados são despejados diariamente no rio mais sagrado da Índia.
“O néscio pode associar-se a um sábio toda a sua vida, mas percebe tão pouco da verdade como a colher do gosto da sopa. O homem inteligente pode associar-se a um sábio por um minuto, e perceber tanto da verdade quanto o paladar sabe do sabor da sopa”. – Textos Budistas
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