AGHARTA – 4 – No Mundo no Interior da Terra
Livro “The Smoky God” ou Uma Viagem ao Mundo Interior do reino de AGHARTA – QUARTA PARTE: No Mundo no Interior da Terra
Temo que essa história aparentemente incrível, que eu vou relatar será considerada como o resultado de um intelecto distorcido e superexcitado, pelo glamour de desvendar um mistério maravilhoso, mais do que um registro verdadeiro das experiências incomparáveis relatadas por Olaf Jansen, cuja eloquente loucura então apelou para a minha imaginação em que todo pensamento e crítica analítica foram efetivamente dissipados pela beleza da sua História …
“Aquele que controla os outros pode ser poderoso, mas aquele que domina a si mesmo é mais poderoso ainda.” – Lao Tsé–600 a.C./531 a.C.(Filósofo chinês, fundador do Taoísmo, escreveu o “Tao Te Ching” )
Tradução, edição e imagens: Thoth3126@protonmail.ch
“The Smoky God, or A Voyage Journey to the Inner Earth“, é
um “romance” publicado em 1908 por Willis George Emerson, que o
apresenta como um relato verdadeiro de um marinheiro norueguês chamado
Olaf Jansen, e explica como o saveiro dele navegou através de uma
entrada no polo norte para o interior da Terra onde ele entrou em contato com uma outra civilização.
Fonte: http://www.ourhollowearth.com/PartFour.htmQUARTA PARTE: O Mundo do Interior da Terra
Aprendemos
que na civilização da “Terra Interior” os homens não se casam antes de
estarem entre os 75-100 anos de vida, e que a idade em que as mulheres
entram na fase do casamento é apenas um pouco menor, e que no mundo da
“Terra Interior” os homens e as mulheres freqüentemente vivem entre os
seiscentos à oitocentos anos de idade, e em alguns casos, atingem idade
muito mais avançada. (1)
(1)
O historiador judeu Josefo diz: “Deus prolongou a vida dos patriarcas
que precederam o dilúvio, tanto por conta de suas virtudes e para lhes
dar a oportunidade de aperfeiçoar as ciências da geometria e astronomia,
que eles haviam descoberto, o que eles não poderiam ter feito se eles
não tivessem vivido 600 anos, porque é só depois de decorrido o prazo de
600 anos que o grande ano (astronômico) é percebido ” – Flammarion,
Astronomical Myths, Paris p. 26
Durante o ano seguinte, visitamos muitas aldeias e vilas, proeminentes entre eles, sendo as cidades chamadas de Nigi, Delfi e Hectea,
e meu pai foi chamado nada menos do que uma meia dúzia de vezes para
revisar os mapas da superfície que tinham sido feitos a partir dos
esboços brutos que ele tinha dado originalmente das divisões da terra e
da água na superfície “fora” da terra interior.
Lembro-me
de ouvir a observação do meu pai de que a raça de pessoas gigantes na
terra interior do “The Smoky God” tinha uma ideia quase tão precisa da
geografia da superfície “fora” da terra como a teria um professor
universitário médio em Estocolmo.
Em nossas
viagens, chegamos a uma floresta de árvores gigantescas, perto da cidade
de Delfi. A Bíblia disse que havia árvores altas com mais de 300 pés
(91 metros) de altura, e mais de trinta metros de diâmetro, que cresciam
no Jardim do Éden, Ingersoll, Tom Paines e Voltaire sem dúvida teriam
pronunciado que essa declaração seria mais um mito. No entanto, essa é a
descrição também de uma gigantesca árvore sequóia da Califórnia; mas
estes gigantes da Califórnia são insignificantes quando comparados com
os Golias florestais encontrados no continente “no interior da Terra”,
onde abundam árvores poderosas com cerca de 800-1000 pés (240 a 304
metros) de altura, e 100-120 pés (30,40 a 36 metros) de diâmetro;
incontáveis em número e que formam florestas que se estende terra à
detro centenas de quilômetros de distância do mar.
As pessoas
são extremamente musicais, e nós aprendemos um grau notável de suas
artes e ciências, especialmente geometria e astronomia. Suas cidades são
equipadas com vastos palácios de música, onde não raro, até vinte e
cinco mil vozes luxuriosos desta raça gigante se mesclam em poderosos
coros de sinfonias das mais sublimes. As crianças não devem frequentar
uma instituição de ensino (escola), antes de completarem 20 anos de
idade. Então sua vida escolar começa e continua por cerca de 30 anos,
dez dos quais são uniformemente dedicados por ambos os sexos para o
estudo da música.
Suas
principais vocações são a arquitetura, a agricultura, a horticultura, a
criação de grandes manadas de gado e a construção de meios de transporte
peculiares a esse país, para viagens em terra e água. Por algum
dispositivo que eu não posso explicar, eles mantem uma integração na
comunicação com as outras partes mais distantes do seu país, através de
correntes de ar (n.t. via rádio?).
Todos os
edifícios são erguidos com especial atenção para a resistência,
durabilidade, beleza e simetria, e com um estilo de arquitetura muito
mais atraente para os olhos do que qualquer outro que eu já tenha
observado em outros lugares na superfície da Terra.
Cerca de
três quartos da superfície do mundo “interior” é composto da terra e
cerca de um quarto da água. Existem inúmeros rios de enorme tamanho,
alguns que flui em direção ao norte e outros ao sul. Alguns destes rios
tem até 30 milhas (48 quilômetros) de largura, e é a partir dessas
grandes vias fluviais, nas partes extremas do norte e sul da superfície
“dentro” da terra, em regiões onde as baixas temperaturas são
persistentes, que os icebergs são formados de água doce. Em seguida, são
empurrados para o mar exterior como enormes línguas de gelo, pelas
inundações de águas turbulentas que, duas vezes por ano, varrem tudo
diante deles.
Vimos
incontáveis exemplares de pássaros não maiores do que aquelas espécies
encontradas nas florestas da Europa ou da América do Norte. É bem
conhecido que nos últimos anos algumas espécies inteiras de aves
deixaram de existir na terra. Um escritor em um artigo recente sobre
este assunto diz: (2)
(2)
“Quase todos os anos testemunhamos a extinção final de uma ou mais
espécies de aves. Das quatorze variedades de pássaros encontrados um
século antes em uma única ilha – a ilha de St. Thomas nas Antilhas –
oito agora têm de ser contados entre as espécies desaparecidas”.
Não é
possível que essas espécies de aves desaparecendo encerrem sua história
no mundo sem encontrar um asilo no mundo do “interior daTerra” ?
Não
importa se no interior entre as montanhas, ou à beira-mar, encontramos
prolíficas espécies de aves. Quando elas levantam voo abrindo suas
grandes asas algumas das aves pareceram medir até 30 pés (9 metros de
envergadura) de ponta a ponta de cada asa. Eles são de grande variedade e
de muitas e variadas cores. Fomos autorizados a subir na borda de uma
rocha e examinar um ninho com ovos. Havia cinco no ninho, cada um dos
quais tinha, pelo menos, dois pés (60 centímetros) de comprimento e
cerca de quinze polegadas (37,5 centímetros) de diâmetro.
Depois que
estivemos na cidade de Hectea durante uma semana, o nosso instrutor
Galdea nos levou a uma enseada, onde se via milhares de tartarugas ao
longo da costa arenosa. Eu hesito em afirmar o tamanho dessas grandes
criaturas. Eles tinham entre 25-30 pés (7.5 a 9 metros de comprimento),
de cinco a seis pés (1,5, a 1,8 metros) de largura e totalmente sete pés
(2,10 metros) de altura. Quando uma delas projetou a sua cabeça para
fora do casco tinha a aparência de um monstro do mar hediondo.
As
condições estranhas existentes no “mundo interior” são favoráveis não
só para vastos prados de gramíneas luxuriantes, florestas de árvores
gigantes, e todo o tipo de vida vegetal, mas é preenchido com
maravilhosa vida animal também.
Um dia,
vimos uma grande manada de elefantes. Devia haver cerca de quinhentos
desses monstros com voz de trovão, com suas inquietas e ondulantes
trombas. Eles estavam arrancando enormes galhos das árvores e pisoteando
arbustos menores transformando-os em pó. Eles teriam em média de mais
de 100 pés (30 metros) de comprimento e de 75 a 85 pés (22,50 a 25,5
metros) de altura.
Parecia,
enquanto eu contemplava essa maravilhosa manada de elefantes gigantes,
que eu estava novamente vivendo na biblioteca pública em Estocolmo, onde
eu tinha passado muito tempo estudando as maravilhas da época do
período Mioceno. Eu estava cheio de espanto mudo, e meu pai também ficou
mudo de espanto. Ele segurou meu braço com um aperto de proteção, como
se um mal terrível nos ultrapassasse. Éramos dois átomos nesta grande
floresta, e, felizmente, não fomos observados por este vasto rebanho de
elefantes enquanto eles perambulavam, seguindo os passos de um líder
como o faz um rebanho de ovelhas. Eles procuravam por forragem e comiam
as que encontravam enquanto viajavam, e de vez em quando estremeciam o
firmamento com seus profundos bramidos. (3)
(3)
“Além disso, havia um grande número de elefantes naquela ilha: e havia
abundância de provisão para os animais de todos os tipos e também tudo
do que perfumado existe na terra, sejam raízes ou forragem, madeiras, ou
para destilação de flores ou frutos, tudo crescia e prosperava naquela
terra “. – The Cratyluo de Platão.
Há uma
névoa obscura que sobe da terra, todas as noites, e invariavelmente,
chove uma vez a cada 24 horas. Esta grande umidade do ar e a luz
elétrica e o calor sejam, talvez, revigorantes para a vegetação ser tão
luxuriante, enquanto o ar altamente carregado de energia e a
regularidade das condições climáticas podem ter muito a ver com o
crescimento gigante e a longevidade de toda a vida animal.
Em alguns
lugares os vales estendem-se por muitos quilômetros em todas as
direções. “O Smoky God” (a divindade enfumaçada, enevoada), em sua luz
branca clara, olhava calmamente para baixo. Havia uma brisa no ar
eletricamente carregado que tão suavemente passava pelo nosso rosto como
um sussurro de fuga. A natureza cantava uma canção de ninar no débil
murmúrio dos ventos cujo hálito era doce com a fragrância dos brotos e
das flores.
Depois de
ter passado muito mais do que um ano visitando algumas das principais
cidades do “mundo interior” e uma grande quantidade de idas ao interior
do país, mais de dois anos se passaram desde o momento em que tínhamos
sido resgatados pelo grande navio em excursão pelo rio, quando decidimos
lançar nossa sorte mais uma vez sobre o mar, e nos esforçarmos para
voltar ao nosso “mundo” na superfície “fora” da terra interior.
Demos a
conhecer os nossos desejos à nossos anfitriões gigantes, e eles foram
relutante, mas prontamente atendidos. Nossos anfitriões deram para meu
pai, a seu pedido, vários mapas que mostravam toda a superfície do
“mundo interior” da Terra, suas cidades, oceanos, mares, rios, golfos e
baías. Eles também se ofereceram para nos dar tantos sacos de pepitas de
ouro – alguns deles tão grandes como um ovo de ganso – que estivéssemos
dispostos a tentar levar conosco em nosso pequeno barco de pesca.
No devido
tempo, voltamos a cidade de Jeú, onde passamos um mês em consertar e
reformar nosso pequeno barco saveiro de pesca. Depois que tudo estava
pronto, o mesmo navio “Naz” que originalmente nos descobriram, nos levou
a bordo e navegou conosco até a foz do rio Hiddekel.
Depois que
nossos irmãos gigantes tinham lançado nossa pequena embarcação no mar
para nós, eles foram muito cordiais e efusivos em nossa despedida, e
evidenciaram muito solicitude para com a nossa segurança. Meu pai jurou
pelos deuses Odin e Thor que ele certamente voltaria novamente dentro de
um ou dois anos e lhes faria mais uma visita. E, assim, dissemos-lhes
adeus. Nos fizemos prontos e içamos as nossas velas, mas havia pouca
brisa. Entramos em um estado de calma dentro de uma hora depois que os
nossos amigos gigante nos deixaram e começaram em sua viagem de retorno.
Os ventos
estavam soprando constantemente para o sul, ou seja, eles estavam
soprando a partir do (polo) norte desde a abertura da Terra em direção
ao que sabíamos ser o sul, mas que, segundo apontava a agulha da nossa
bússola, estava diretamente para o norte.
Durante
três dias, nós tentamos velejar, e batemos contra o vento, mas sem
sucesso. Ao que meu pai me disse: “Meu filho, para retornar pelo mesmo
caminho que viemos é impossível nesta época do ano e eu me pergunto por
que não pensei nisso antes. Estamos aqui no mundo interior já quase dois
anos e meio, portanto, esta é a época (verão no hemisfério sul) em que o
sol está começando a brilhar na abertura do (Polo) sul da Terra. A
grande noite fria (o inverno no hemisfério norte) está no país do
Spitzbergen “. “O que vamos fazer?” Perguntei.
“Só há uma
coisa que podemos fazer”, respondeu meu pai “, é nos dirigirmos para o
sul.” Assim, ele virou a embarcação sobre seu casco, deu velas cheias, e
começou a ir pelo norte indicado pela bússola, mas, de fato, a rumar
diretamente ao sul. O vento era forte, pareciamos ter atingido uma
corrente de ar que estava correndo com uma rapidez notável na mesma
direção em que queríamos ir.
Em apenas
40 dias chegamos a Delfi, uma cidade que visitáramos em companhia de
nossos guias Jules Galdea e sua esposa, perto da foz do rio Giom. Aqui
paramos durante dois dias, e foram mais uma vez recebidos com
hospitalidade e entretidos pelas mesmas pessoas que nos acolheram na
nossa visita anterior. Nós nos aprovisionamos com algumas provisões
adicionais e novamente partimos, seguindo nosso caminho com a agulha da
bússola apontando para o norte.
Em nossa
viagem em busca de uma saída para o nosso mundo exterior passamos
através de um canal estreito, que parecia ser um curso de água entre
dois corpos consideráveis de terra. Havia uma bela praia à nossa
direita, e decidimos fazer o reconhecimento desse terreno. Soltamos
âncora, e aportamos em terra para descansar por um dia antes de
continuarmos com a nossa perigosa empresa navegando para fora do “mundo
interior”. Nós fizemos uma fogueira com algumas varas de troncos secos.
Enquanto meu pai estava caminhando ao longo da costa, eu preparei uma
refeição tentadora dos suprimentos que nós tínhamos providenciado.
Havia uma
luz suave, luminosa que meu pai disse resultar do sol que brilhava no
sul a partir da abertura da terra (pelo polo sul). Naquela noite,
dormimos profundamente, e despertamos na manhã seguinte tão descansados
como se tivéssemos dormido em nossas próprias camas em Estocolmo.
Após um
bom café da manhã partimos em uma excursão para o interior da terra que
aportamos, mas nós não chegamos a ir muito longe quando avistamos
algumas aves que reconhecemos imediatamente serem da família dos
pinguins, existentes na região do polo sul. Eles são aves que não voam,
mas excelentes nadadores e grandes em tamanho, com peito branco, asas
curtas, cabeça preta, e os bicos muito repicados. Eles chegam a três pés
(cerca de um metro) de altura. Eles nos olharam com surpresa e
curiosidade, e se moviam gingando, ao invés de caminhar, em direção à
água, e nadram para longe em direção ao norte. (4)
(4)
“As noites nunca são tão escuras nos pólos como em outras regiões, pois
a luz da lua e das estrelas parecem possuir o dobro da luz e esplendor
habituais. Além disso, há uma luz contínua, em tons variados de cores
(auroras boreais) dos quais estão entre os fenômenos mais estranhos da
natureza “. – Astronomia de Rambrosson.
Os eventos
que ocorreram durante os próximos cem ou mais dias foram pobres em
acontecimentos para serem descritos. Nós estávamos em um mar aberto e
sem gelo. O mês que contávamos era para ser novembro ou dezembro, e nós
sabíamos que o chamado Pólo Sul estava agora banhado pelo sol. Portanto,
ao passar para fora e para longe da luz elétrica interna do sol “The
Smoky God” do mundo da Terra Interior e seu calor genial, então nós
seríamos atingidos pela luz e calor do sol, que brilha através da
abertura pelo polo sul da Terra. E nós não estavam enganados. (5)
(5) “O
fato que dá ao fenômeno da aurora polar (boreal no norte, austral no
sul) sua maior importância é que a terra se torna auto-luminescente;
que, além da luz que como um planeta é recebida do corpo solar, ele
mostra uma capacidade de sustentar um processo luminosa adequado a si
mesmo “. – Humboldt.
Houve
momentos em que a nossa pequena embarcação, impulsionada pelo vento que
era contínuo e persistente, atravessou as águas, como uma seta. Na
verdade, se tivéssemos encontrado uma pedra ou obstáculo oculto, o nosso
pequeno navio iria ter sido esmagado e transformado em gravetos de
lenha.
Finalmente
estávamos conscientes de que a atmosfera circundante foi crescendo
intensamente para ficar muito mais fria, e, poucos dias depois, icebergs
foram avistados longe para a nossa esquerda. Meu pai argumentou, e com
razão, que os ventos que encheram nossas velas vieram do clima quente
da “Terra Interior”. A época do ano foi era dúvida a mais auspiciosa
para nós fazermos a nossa viagem para o nosso mundo “do exterior” e
tentar navegar com o nossa pequeno saveiro de pesca através dos canais
abertos da zona congelada que envolve a região polar do sul. Meu pai
gritou: “Rebentação em frente!”
Logo
estávamos em meio a enormes compressas de gelo, e como a nossa pequena
embarcação navegou através daqueles canais estreitos e escapou de ser
esmagada eu ainda não sei. A agulha da bússola se comportou da mesma
forma bêbada e não confiável, quando da passagem, sobre a curva sul ou
da borda do escudo da Terra, como o tinha feito na nossa viagem de
entrada pelo acesso via polo norte. A agulha da bússola girava,
mergulhou e parecia uma coisa possuída por um espírito ruim. (6)
(6)
O Capitão Sabine, na página 105 em “Voyages in the Arctic Regions,”,
diz: “A determinação geográfica da direção e intensidade das forças
magnéticas em diferentes pontos da superfície da Terra tem sido
considerada como um objeto de pesquisa especial para examinar, em
diferentes partes do globo, a declinação, inclinação e a intensidade da
força magnética, e seu periódico e variações seculares, e as relações e
dependências mútuas poderiam ser devidamente investigadas apenas em
observatórios Magnéticos fixos. “
Um dia,
quando eu estava preguiçosamente olhando por cima do lado do saveiro
navegando em águas claras, meu pai gritou: “Icebergs em frente!” Olhando
para cima, eu vi através de uma névoa se levantar um objeto branco que
se erguia várias centenas de pés de altura, impedindo completamente o
nosso avanço. Baixamos as velas do barco imediatamente, e paramos de
navegar muito em breve. Em um momento e já nos encontramos encravados
entre dois icebergs monstruosos. Cada um se encostando e arranhando
contra o seu companheiro, uma outra montanha de gelo.
Eram como
dois deuses da guerra em luta pela supremacia. Ficamos muito alarmados.
Na verdade, estávamos entre as linhas de uma batalha real; o trovão
sonoro da moagem do gelo era como que contínuas salvas de artilharia.
Blocos de gelo maior do que uma casa eram freqüentemente levantados uma
centena de pés pela poderosa força da pressão lateral; eles iriam tremer
e sacudir para lá e para cá por alguns segundos para, em seguida
desabar com um rugido ensurdecedor, e desaparecer mergulhando nas águas
espumantes e geladas. Assim, por mais de duas horas, a titânica luta dos
dois gigantes de gelo continuou.
Parecia
que o fim havia chegado para nós. A pressão do gelo era terrível, e
enquanto nós não fôssemos pegos na parte perigosa do encontro dos dois
icebergs, estaríamos a salvo, por enquanto, ainda que o roçar e rasgar
de toneladas de gelo, uma vez que caiam espirrando aqui e ali nas
profundezas das águas nos enchiam com agitação e medo.
Finalmente,
para nossa grande alegria, a moagem do gelo cessou, e dentro de algumas
horas a grande massa lentamente se dividiu, e, como se por um ato da
Providência houvesse sido realizado, bem diante de nós estava um canal
aberto. Deveríamos nos aventurar com a nossa pequena embarcação para
passar por esta abertura? Se a pressão viesse de novo, o nosso pequeno
saveiro, bem como nós mesmos seríamos esmagados em pedaços. Decidimos
aproveitar a oportunidade, e, consequentemente, içamos nossas velas a
uma brisa favorável, e logo começamos como um cavalo de corrida, a
correr desafiando este desconhecido estreito canal de águas abertas.
Continua na Parte V
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