Abelhas podem aumentar a produtividade na agricultura, dizem especialistas
Abelhas podem aumentar a produtividade na agricultura, dizem especialistas
Segundo analistas e estudiosos no assunto, os apicultores recebem pólen e mel das abelhas. Ao mesmo tempo, a polinização poderia render colheitas lucrativas para os agricultores. A prestação de serviço com abelhas para polinização ainda é incipiente na Europa.
Edição e imagens: Thoth3126@protonmail.ch
Aa abelhas podem aumentar a produtividade na agricultura, dizem especialistas no assunto.
Fonte: http://www.dw.de/
As reclamações de apicultores, ambientalistas e pesquisadores sobre o sumiço em
massa das abelhas e o temor pela perda de espécies de frutas e legumes
que não seriam mais polinizados parece, inicialmente, paradoxal. Pois,
ao mesmo tempo, no mundo inteiro, a população de abelhas produtoras de
mel cresceu cerca de 7% nos últimos anos.
Segundo o
biólogo Peter Rosenkranz, da Universidade de Hohenheim (sul da
Alemanha), a razão desse crescimento é o aumento do número de
apicultores. Em “95% das colmeias pertence à apicultura”, conta. Dessa maneira, os apicultores podem determinar quantas abelhas estão livres para voar sobre gramados e campos.
Em
contrapartida, eles precisam conviver com grandes perdas todos os anos,
pois muitos desses insetos voltam debilitados devido a produtos químicos
e ao parasita conhecido como Varroa Destructor. E,
no inverno, uma grande quantidade desses insetos morre. Em determinados
anos, essa taxa chega a 30% da população total. Na primavera, ela
precisa der substituída.
A quantidade
populacional nas espécies selvagens também é um grande problema. Somente
na Alemanha, existem mais de 500 espécies selvagens, entre elas estão
também os zangões (conhecidos também como mamangabas em países como
Brasil e Portugal). Principalmente em regiões de atividade agrícola
intensa, onde são usadas grandes quantidades de pesticidas, quase não há
mais abelhas.
Lucro para todos
Com a polinização das
plantas pelas abelhas, os apicultores recebem pólen e mel. Ao mesmo
tempo, o processo rende colheitas lucrativas para os agricultores.
Segundo Rosekranz, essa é uma situação onde todos lucram, mas ainda há
“um potencial inexplorado para aumentar a produtividade” sem o uso de
pesticidas ou adubo, ou seja, “sem poluir o meio ambiente.” Para isso,
são necessárias mais abelhas.
E justamente esse é o objeto de pesquisadores que publicaram recentemente um artigo na revista científica Plos One. Eles
reivindicam mais desses insetos nas plantações destinadas à produção de
biocombustíveis, ou seja, de milho, de girassol e de colza.
Para
Rosenkranz, essa medida seria bastante útil. A produtividade de colza
pode ser incrementada entre 30 e 40 %, “quando colmeias são formadas
seguindo um plano determinado.” Ou seja, os agricultores deveriam
comprar de apicultores a quantidade de abelhas que necessitam para
polinizar o campo.
Os insetos
ficam encarregados do resto. A polinização como prestação de serviço é
uma tendência que está começando na Europa, afirma o biólogo. Em outros
países, como Estados Unidos ou China, essa prática já é conhecida há
vários anos.
Mel e biocombustível
Nesse
processo, a principal questão é o tipo de plantação onde se deve usar as
populações de abelhas para polinização. Um bom mel é produzido a partir
de colza ou girassol. Mas milho “não é uma planta particularmente
desejada pelas abelhas”, conta Rosenkranz. Assim, os apicultores também
não ganham dinheiro com esse cereal.
Abelhas são ótimas “prestadoras de serviço”
Por isso,
eles defendem que as plantas escolhidas para a produção de
biocombustíveis sejam também “uma fonte de alimento para insetos
polinizadores e interessantes para a apicultura”.
Segundo o
especialista, existem alternativas. Teoricamente, é possível plantar
flores entre as plantações de cereais destinadas à produção de
combustível. Mas essa opção diminuiria entre 30 e 40% a produtividade.
Porém, em vez da monocultura, o campo teria mais variedade de espécies e
por isso ficaria mais saudável para as abelhas.
Entretanto,
para Rosenkranz, os agricultores não veem a variação de espécies como
algo positivo. Segundo ele, é difícil convencê-los a desistir de 5 até
10% dos seus lucros em favor de um campo ecológico florido.
Pesquisadores
do Centro Tecnológico Agrícola Augustenberg, em Karlsruhe (LTZ, da
sigla em alemão), testam diversas combinações de flores. Por um lado,
para ter um significado ecológico, elas precisam ser atraentes para as
abelhas. Por outro, para uma maior produtividade, devem poder ser
utilizadas na produção de energia. DW.DE
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