Prof. Dr. Oscar Luiz Brisolara
O atual presidente dos Estados Unidos da América Donald Trump tem como um dos principais assessores intelectuais e mentores de sua política internacional Stephen Kevin "Steve" Bannon, um ex-oficial da marinha estadunidense, empresário, banqueiro e estrategista da campanha à eleição do novo presidente.
O novo conselheiro é admirador do historiador grego Tucídides (460-400 a. C), que escreveu a “História da Guerra do Peloponeso”, entre Esparta e Atenas, acontecida no século V a.C.
Como afirmou Tucídides, “foi a ascensão de Atenas e o medo que isto inspirou em Esparta que tornou a guerra inevitável”. Foi um ciclo de ameaças e contra-ameaças que produziu a competição, a confrontação e finalmente o conflito. Depois de 27 anos de guerra, Esparta e Atenas estavam destruídas.
Guerra e destruição são comuns nesta dinâmica de potência dominante e potência ascendente. Como observa o professor Graham Allison, da Universidade de Harvard, em 11 de 15 casos de 1500 até agora, quando o poder ascendente desafiou a o poder vigente ocorreu a guerra. Basta lembrar que depois da unificação, a Alemanha ultrapassou a Grã-Bretanha como a maior potência econômica na Europa. Ocorreu, então, o Brexit (saída do Reino Unido da União Europeia). É preciso lembrar que da agressão alemã e da resposta britânica resultaram em duas guerras mundiais no século 20.
Seis meses depois da vitória do Brexit , a globalização e o livre comércio sofreram novo revés. Menos de 72 horas após tomar posse, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou o decreto que retira o país de acordo com nações do Pacífico. Costurado por Barack Obama como um freio à crescente influência econômica e política da China na Ásia, a Parceria Transpacífico (TPP, na sigla em inglês) inclui 12 países que representam 40% da economia e um terço do comércio global. Para o Brasil, que estava fora do acordo, o recuo americano tem impacto indireto.
Seria essa saída do acordo Transpacífico o primeiro passo para uma atitude mais agressiva em relação à China? Esse é o perigo que indivíduos passionais, pouco dados à reflexão, oferecem ao mundo, quando se lhes permite o poder da decisão em grandes causas.
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