quarta-feira, 27 de maio de 2020

URÂNIO EMPOBRECIDO

Urânio empobrecido, arma de extermínio da humanidade

Entrevista de Leuren Moret,
conduzida por W. Leon Smith
e Nathan Diebenow [*]

Atualmente trabalha como cientista independente e especialista em radiação em comunidades de todo o mundo, e contribuiu para a subcomissão das Nações Unidas que investiga o urânio empobrecido (depleted uranium, DU).
Segundo a enciclopédia online Wikepedia, Moret depôs no Tribunal Criminal Internacional sobre o Afeganistão, no Japão, em 2003, esteve presente na World Depleted Uranium Weapons Conference em Hamburgo, Alemanha, e participou do Tribunal Mundial das Mulheres no Fórum Social Mundial em Bombaim, Índia, em Janeiro de 2004.

(NOTA DO BLOG - URÂNIO EMPOBRECIDO: O urânio empobrecido, também conhecido como urânio exaurido, urânio esgotado ou DU (do inglês depleted uranium), basicamente composto do isótopo 238 U (urânio-238), de difícil fissão, é um subproduto do processo de enriquecimento ou do reprocessamento de urânio para obtenção do isótopo 235 U (urânio-235), que é usado para fissão em reatores e armas nucleares. Assim, especificamente em reatores de usinas para obter energia elétrica, resta esse perigoso subproduto que é conhecido também como lixo atômico ou lixo nuclear que tem de ser descartado, Porém, os gênios do mal, descobriram um modo de dar conta dele. Criaram essas armas que lançam projéteis que contêm esse material, que produze os efeitos que a autora tão claramente expõe a seguir).

Pergunta: Quais os últimos desenvolvimentos quanto à redução nas exposições ao urânio empobrecido das tropas americanas?

MORET: Uma jovem veterana chamada Melissa Sterry, de Connecticut, propôs um projeto de lei ao Legislativo de Connecticut que exigisse testes independentes aos veteranos retornados do Afeganistão e da Guerra do Golfo. Ela afirmou que tomou essa iniciativa porque está doente, e os seus amigos estão mortos, e que é por terem servido no conflito de 2003. Tenho acompanhado o projeto de lei e a conversar com ela. Ontem ela testemunhou duas vezes nas Nações Unidas. Eu lhe disse: "Por que não levamos este projeto de lei a todos os Estados Unidos, aos legislativos estaduais para que eles informem o público e obtenham audiência local junto aos media?".
Os EUA bloquearam qualquer contabilidade em níveis internacional e nacional. Há um encobrimento total, assim como em relação ao Agente Laranja, aos veteranos atômicos, ao MKULTRA, aos experimentos feitos pela CIA com o controle da mente. Isto é mais do mesmo, mas a questão é muito, muito pior porque o futuro genético de todos os que foram contaminados está perturbado. Agora, vastas regiões por todo o nosso mundo, assim como a nossa atmosfera, estão contaminadas com o urânio empobrecido. Elas foram demasiado utilizadas. É o número de átomos equivalente, como calculou o professor japonês, a mais de 400 mil bombas de Nagasaki libertadas para a atmosfera. Isto é realmente uma subestimação.
Fui à Louisiana em Abril. Fui convidada a falar na Universidade de Nova Orleans durante três dias. Um dos veteranos pediu-me para estar na sua manifestação de protesto e comício de 19 de Abril através da cidade de Nova Orleans. Ele levou o projeto de lei de Connecticut diretamente ao Legislativo e pediu a dois legisladores para apresentá-lo, e disse: "Apenas risque o nome 'Connecticut' e substitua por 'Louisiana' no projeto de lei". Você não vai acreditar. Ele foi aprovado ontem por 101 votos contra 0 na Louisiana House.
Quero que escreva acerca disto porque queremos que o projeto de lei do teste de DU (depleted uranium, ou seja, urânio empobrecido) também no Texas. Nevada está em vias de apresentá-lo. O congressista Jim McDermott vai propô-lo ao legislativo de Washington. Queremos que o governador de Montana faça isto porque foi o primeiro governador a exigir que a sua Guarda Nacional retornasse. Penso que metade deles estão de volta. "Preciso deles no estado", afirmou ele.
A questão do DU é realmente absolutamente horrenda. Não penso que haja qualquer tragédia maior na história mundial do que isto que eles têm feito.

P.: Há algum perigo de o urânio empobrecido que está sendo utilizado em armamentos do lado de lá difundir-se pelo ar até aqui?

MORET: A atmosfera está globalmente contaminada com ele. Ele está completamente misturado no espaço de tempo de um ano. Sou uma perita em poeira atmosférica. Sou uma geocientista, uma geóloga, e foi acerca disso que estudei e investiguei. É realmente um assunto fascinante. Temos enormes tempestades de pó que têm um milhão de milhas quadradas (2,59 milhões de km 2 ) e transportam milhões de toneladas de pó e areia todos os anos por todo o mundo.
Os principais centros destas tempestades de poeira são o Deserto de Gobi, na China, que foi o local onde os chineses fizeram testes atmosféricos, de modo que está tudo contaminado com radiação, e ela foi transportada diretamente sobre o Japão, e vem através do Pacífico e deposita toda a sua areia e pó nos EUA, América do Norte. Está carregada com isótopos radioativos, fuligem, pesticidas, produtos químicos, poluição — há de tudo nela — fungos, bactérias, vírus.
O Deserto do Saara é outro enorme centro de poeira, e ela sobe para a Europa e atravessa o Atlântico, para o Caribe, para a Costa Leste. Naturalmente, você conhece o Texas com aqueles furacões. Todos eles originados no Deserto do Saara.
(NOTA DO BLOG - Essas tempestades de areia dos desertos, especialmente as do deserto do Saara são levadas pelos ventos e são responsáveis pela adubação da nossa Floresta Amazônica.).
A terceira região é o Ocidente dos Estados Unidos, que é onde está localizado o sítio de testes de Nevada. Fizemos 1200 testes de armas nucleares ali, de modo que toda esta radiação que já está lá, que é bastante má, tem provocado uma epidemia global de cancro desde 1945. Toda aquela radiação foi o equivalente a 40 mil bombas de Nagasaki. Estamos falando de cerca de 10 vezes mais.
Em Abril de 2003 a Organização Mundial de Saúde disse que esperava um aumento de 50 por cento nas taxas de cancro global no ano 2020.
A mortalidade infantil está aumentando outra vez por todo o mundo. Isto é um indicador do nível de poluição radioativa.
Quando os EUA e a Rússia assinaram o tratado que baniu parcialmente os testes, em 1963, a taxa de mortalidade infantil começou a cair outra vez, o que é normal.
E agora ela está subindo mais uma vez. É a poluição global com esta radiação.

P.: Um dos nossos correspondentes enviou-me uma série de fotografias da tempestade de poeira Al-Asad, no Iraque, em 28 de Abril.

MORET: Era a esta poeira a que me referia.

P.: Na foto, pode-se ver uma gigantesca parede de areia.

MORET: Tenho 16 fotos daquela tempestade. Elas foram postadas junto com fotos feitas por médicos iraquianos de crianças com cancro e leucemia. Assim, o que pensou você daquela tempestade de pó?

P.: Que era realmente dramático.

MORET: Ela remobiliza toda a radiação, mas estes são os bocados maiores. O DU queima a altas temperaturas. É um metal pirofórico, o que significa que incendeia. As balas e as bombas (shells) de grande calibre estão realmente em chamas quando saem do cano da arma porque são incendiadas pela fricção dentro do cano. Setenta por cento do metal DU torna-se um metal vaporizado. É realmente uma arma de gás radioativo e um contaminante do terreno.
Enviarei por e-mail para você a URL do memorando de 1943 ao General Leslie Grove do Manhattan Project. É o plano (blueprint) para o urânio empobrecido. Eles deixaram cair as bombas atômicas, mas não utilizaram as armas DU porque pensaram serem demasiado horríficas.
Viajei por todo o Japão com um pediatra de Bassorá e um oncologista, um especialista em cancro. Pobres médicos — todas as suas famílias estão morrendo de cancro. Ele tem 10 membros da sua família com cancro neste momento, de que está tratando, e isto é apenas devido à Primeira Guerra do Golfo. Eles utilizaram muita, muitíssima mais em 2003. Sobre todo o país.

P. O que os soldados podem esperar quando voltam para casa?

MORET: Se estavam em Veículos de Combate Bradley, voltam para casa com cancro retal por se terem sentado sobre caixas de munições. As mulheres jovens estão relatando problemas terríveis com endometriose. Isto é o mau funcionamento da mucosa do útero, e elas simplesmente sangram e sangram e sangram. Algumas delas têm cancro uterino — com idades de 18, 19 e 20 anos.
O Exército nem sequer o diagnosticará. Eles enviam-nas de volta aos campos de batalha. Eles não vão tratá-las ou diagnosticá-las. Um grupo de 20 soldados foi do Kuwait para Bagdá em 2003, em meio a combates. Oito daqueles 20 soldados têm tumores malignos.

P.: Será que a exposição ao urânio empobrecido lhes afeta o fundo psicológico quando voltam para casa?

MORET: Urânio empobrecido são aquelas partículas que se formam a temperaturas muito elevadas. Elas são óxidos de urânio que são insolúveis. Elas são pelo menos 100 vezes mais pequenas do que uma célula branca de sangue, de modo que, quando os soldados respiram, inalam-nas. As partículas entram pelo nariz e vão através dos nervos olfativos para dentro do cérebro, e isto desarruma as suas capacidades cognitivas, os processos de pensamento.
Isto prejudica o mecanismo de controle de temperamento no cérebro. Quatro soldados em Fort Bragg voltaram do Afeganistão   e, num par de meses, aqueles quatro haviam assassinado suas esposas. Isto é parte do dano ao cérebro provocado pela radiação e pelas partículas.
Entre soldados da I Guerra do Golfo, um grupo de 67 soldados que voltou, havia DU no seu equipamento, nas suas roupas, nos seus corpos, no seu sémen, e eles tinham bebés normais antes de irem para a guerra. Eles voltaram, e o VA (Veteran Affairs Department) fez um estudo. De 251 veteranos do Mississipi da I Guerra do Golfo, em 67 por cento deles cujos bebês nascidos após a guerra, apresentavam malformações graves. Nuns não existia cérebro, noutros eram os olhos ou os membros que faltavam. Tinham gravíssimas doenças de sangue. É horrífico!


Se quiser ver algo, a revista Life efetuou um ensaio fotográfico que ainda está na Internet. Chama-se As pequenas vítimas da Tempestade do Deserto .
Convém olhar para aquilo — oh, meu Deus, os bebés pós-Guerra do Golfo brincando com os seus irmãos e irmãs normais.
Basicamente, é como fumar crack, só que você está fumando crack radioativo. Ele vai diretamente pela corrente sanguínea para todo o corpo, para dentro dos ossos, da medula óssea, do cérebro. Ele vai para dentro do feto. É um veneno sistémico e um veneno radioativo.

P.: O que dizer acerca das pessoas aqui nos EUA? Diz você que o DU está a ser misturado e difundido globalmente?

MORET: Sim, está sendo misturado globalmente. Estamos receberndo fumo secundário. É o efeito secundário do fumo. Sabe das pessoas que convivem numa sala com fumantes? Estão apanhando aquele fumo secundário, e assim estamos nós.

P. Será que o fumo secundário está ficando mais espesso enquanto conversamos?

MORET: Sim, a concentração das partículas de urânio empobrecido na atmosfera por todo o globo está aumentandoHá indicações de que os EUA avançarão em Junho e bombardearão um inferno no Irã. Estamos monitorando as fábricas americanas de munição. Elas têm grandes encomendas daquelas enormes bombas destruidoras de bunkers com 5000 libras (2268 kg) de DU na ogiva.

P.: Então o prognóstico para a América não é realmente bom?

MORET: Não, é realmente mau.

P.: E se isto continuar?

MORET: Vamos aniquilar a população do mundo. Já estamos, e não afeta apenas pessoas. Afeta todos os sistemas vivos. As plantas, os animais, as bactérias. Afeta todas as coisas.

P.: Assim, as coisas que comemos, por exemplo, se tiverem DU dentro delas introduzimo-lo dentro dos nossos sistemas, e assim estamos poluindo os oceanos, de modo que podíamos afetar toda a vida marinha?

MORET: Sim, está no ar, na água, no solo. A semivida do DU, Urânio 238, é de 4,5 mil milhões de anos, a idade da Terra.

P.: Com os danos atingindo este ponto, poderemos nós voltar para trás? Não podemos fazer a limpeza?

MORET: Não há nenhum modo de fazer a limpeza. O que acontece é que estas pequenas partículas flutuam em torno da Terra. Ainda há plutónio e urânio a flutuar em torno da Terra, devido aos testes de bombas. Estas partículas são tão pequenas que moléculas a chocarem-se com elas mantêm-nas lançadas no ar, e assim, o único modo de elas saírem da atmosfera, é a chuva, a neve, o fog, a poluição, o que as retirará do ar e as depositará no ambiente. O que acontece é que a superfície destas partículas fica humedecida pela mistura no ar. Elas caem e aterram sobre coisas e cravam-se nelas como uma cola. Você não pode conseguir que as partículas saiam do que quer que seja a que estejam aderidas, tal como sempre colocamos um pingo de água sobre uma lamela de microscópio e a seguir colocamos outra sobre a primeira. Será que se pode separá-las?

P. Não.

MORET: OK, é o mesmo efeito que acontece com as partículas radioativas. Uma vez removidas da atmosfera, aderem a quaisquer superfícies sobre as quais aterram. De um modo, elas são removidas da circulação atmosférica. Você não pode lavá-las. Se se mantiver na chuva ou estiver num riacho, se estiver sobre rochas ou pedras ou em alguma coisa num riacho, elas não irão mesmo ser lavadas. Você não sabia que isto era tão mau, não é?

P.: Não, eu sabia que era mau, mas pensava que estava razoavelmente isolado.

MORET: Não. O que está sobre eles (no Iraque) estará aqui em cerca de quatro dias. Não sei se você acompanhou Chernobyl. Aquela grande bolha de radiação deu várias vezes a volta ao mundo, mas isto é pó. Tornou-se uma parte do pó atmosférico. Tal como a tempestade que poeira que você viu naquela foto, isto vai a toda parte.

P.: Estará nas camadas altas da atmosfera ou nos níveis mais baixos?

MORET: Está no espaço orbital mais baixo.
Eles trouxeram a nave espacial Mir de volta à Terra depois de utilizá-la, e havia algo chamado um mosquito do espaço (space midge), que cobria os dispositivos eletrônicos do lado de fora da nave e protegia-a da radiação que vinha do sol, pois a eletrônica é vulnerável à radiação. Analisaram a superfície daquela rede do espaço e descobriram urânio e produtos decaídos do urânio que, disseram, vinham de testes atmosféricos ou materiais nucleares queimados na nave ou de reatores nucleares a bordo. O urânio também pode vir de supernovas, mas eles pensam que as fontes mais prováveis foram testes atmosféricos e os materiais nucleares que nós colocamos no espaço.

P.: Essencialmente, então, está dizendo que estamos conduzindo uma guerra nuclear.

MORET: Sim, é exatamente isso. Conduzimos quatro guerras nucleares desde 1991. Sim, trata-se de guerras nucleares. O DU (urânio empobrecido)  é uma arma nuclear.

P.: Do ponto de vista de um cientista, o que é preciso acontecer para corrigir isto?

MORET: Bem, precisamos parar de utilizar disto. Temos de construir um movimento internacional para travar a utilização, a fabricação, a armazenagem, as vendas e a instalação de armas de urânio empobrecido.

P.: Será que as munições que vendemos a outros países contêm urânio empobrecido?

MORET: Sim, contêm. Em 1968, os primeiros sistemas de armas com urânio empobrecido de que descobrimos patente apareceram subitamente no U.S. Patent Office. Era para a Marinha. O sistema era uma espécie de arma de repetição (Gatling gun) que você montava nos navios. Aquilo dispara tão rapidamente como 2500 balas por minuto. Há mais de 3000 agora. Eles melhoraram a concepção. Assim, em 1973, demos sistemas de armas de urânio empobrecido aos israelenses e supervisionámos a sua utilização. Eles utilizaram-nas na guerra árabe-israelense e exterminaram completamente os árabes em cinco dias. Desde então o show está em andamento. Aquela foi a primeira demonstração real em campo de batalha deste novo sistema de armas.
A Hughes Aircraft desenvolveu o sistema em toda extensão para a U.S. Navy. Aquilo é um sistema da arma de repetição. Eles ainda o utilizam. Foi produzido em 1974 e testado. Dentro de seis meses, o governo americano havia vendido o sistema de armas de DU a 12 entidades, as quais incluíam muitos ramos das forças armadas dos EUA e de outros países. Nós vendemos sistemas de armas DU a cerca — não sabemos exatamente com toda certeza — de 12 ou 17 países. A boa notícia é que, normalmente, tais sistemas de armas poderiam ter sido vendidas a 80, 100 ou 120 países — mas devido ao risco radiológico, biológico e ambiental, os países não só estavam receosos em comprá-las como alguns que as compraram temiam utilizá-las. Os únicos países que sabemos terem utilizado o DU são a Grã-Bretanha e Israel.
Em 1996, as Nações Unidas aprovaram uma resolução no sentido de que as armas de urânio empobrecido são armas de destruição em massa, e elas são ilegais sob todas as leis e tratados internacionais.
Em 2001, o Parlamento Europeu aprovou uma resolução sobre o DU (urânio empobrecido). O que aconteceu foi que as forças da NATO atacaram a Jugoslávia em 1998 e 1999, fizeram 39 mil incursões aéreas e bombardearam completamente o país com lixo radioativo. A Alemanha e os EUA ganharam a maior parte do dinheiro com a destruição da Jugoslávia, e eles asseguraram que países que não sabiam acerca do DU — aqueles que faziam a manutenção da paz tais como a Itália e Portugal — fossem enviados às regiões mais contaminadas dentro da Jugoslávia. Os alemães e os americanos não enviaram as suas próprias tropas àquelas áreas. Estes pobres soldados de outros países voltavam e morriam dentro de semanas ou num par de meses. Os parentes em Portugal e na Itália estão furiosos e foram ao Parlamento e aos media, e houve uma enorme tempestade nos media com artigos acerca do DU. [1]
O gato saiu do saco em 1998 devido à invasão da Jugoslávia pela NATO. O gato estava fora do saco, mas tropas japonesas foram enviadas a Somawa. Eram forças de autodefesa. Foram para as áreas mais contaminadas, onde se verificaram os mais pesados combates no Iraque. Podemos esperar que estes soldados fiquem realmente doentes.

P.: E quanto ao próprio Iraque? O que tem de ser feito então no futuro?

MORET: É inabitável. Todo o país. A Jugoslávia, o Iraque e o Afeganistão estão completamente inabitáveis.

P.: Mas lá vivem pessoas, então elas irão sofrer?

MORET: Bem, você pode ver os defeitos de nascença e as doenças que são severas. A cada ano, o número de defeitos de nascença e as doenças aumentarão devido aos níveis de contaminação total em todas as coisas vivas, pois eles estão respirando aquele ar, bebendo água e ingerindo comida de solos contaminados. É simplesmente uma sentença de morte lenta. O mesmo se passa com a Jugoslávia e o Afeganistão.
O urânio empobrecido é uma arma biológica muito, muito efetiva. Este é o objetivo primário do seu uso. Marion Falk (um químico-físico aposentado que construiu bombas nucleares durante mais de 20 anos no laboratório Lawrence Livermore), que é o cientista do Manhattan Project, com que trabalhei, ensinou-me tudo muito bem acerca de radiação, partículas e DU. Ele disse que o objetivo das armas utilizadas pelos militares não é só ferir e matar os soldados inimigos, o objetivo é matar, aleijar e tornar doente a população civil, porque isto reduz a produtividade de um país e dentro em pouco uma parte dos seus recursos tem de ser utilizada para cuidar de pessoas doentes. Eles terão cada vez menos trabalhadores saudáveis.
Naturalmente, uma vez que você provoca mutação no DNA, este dano é passado às gerações futuras das pessoas ou animais ou plantas afetados. O DNA não se repara a si próprio.

P.: Assim, as mutações provavelmente seriam mais destrutivas do que construtivas.

MORET: As mutações estão causando aqueles nascimentos defeituosos.

P.: Elas são doenças não evolutivas?

MORET: Não, elas são evolutivas. Elas são herdadas por todas as gerações futuras e passadas mais adiante. É como se você tivesse cabelo ruivo e todos os seus descendentes futuros terem aquele gene.

P.: Assim, se eu tivesse uma propensão para doença do coração devido à radiação, então a geração que viesse depois de mim teria o mesmo problema?

MORET: Bem, se você danificar a célula ou partes da célula ou o funcionamento de células, isto não danifica necessariamente o DNA. Há duas espécies de danos: uns danificam as células do organismo vivo, e isto não pode ser passado adiante, mas se você danificar o DNA no ovo ou no esperma, isto é passado a todas as gerações futuras.

P.: De modo que,  nos rapazes que estão retornando da guerra, o seu esperma provavelmente está afetado.

MORET: Danificado. Sim. Eles também têm urânio empobrecido no seu sémen. Quando se relacionam com as suas parceiras, eles contaminam-nas internamente com urânio empobrecido. As mulheres também ficam doentes. Elas têm urânio empobrecido nos seus corpos e há algo chamado síndrome queimante (burning syndrome). É absolutamente horrível. Pode ler acerca disto num artigo de David Rose no número de Dezembro de Vanity Fair . Está na Internet.
Uma amiga minha é viúva de um veterano canadense da Guerra do Golfo. David Rose entrevistou-a, e ela queixou-se acerca do sémen queimante. Ela afirmou: "Tenho 20 preservativos cheios de ervilhas congeladas no meu frigorífico todo o tempo, e depois de nos relacionarmos eu inseria um dentro da minha vagina, e isto era o único meio para eu poder suportar o sofrimento do sémen queimante". E ele atravessa preservativos, também.

P.: Oh Deus!

MORET: Sim, você deveria ver as turmas nas escolas secundárias, quando falo acerca do sémen queimante e da contaminação interna. As bocas das garotas abrem-se em grande Os, e os rapazes começam a entrar em pânico e dizem "Nunca ficarei doente!" (risos). O nome deste artigo é "Armas de auto-destruição" .

P.: Quanto DU será preciso para matar toda a vida conhecida sobre este planeta?

MORET: A quantidade de radiação libertada vai certamente ter um impacto global muito, muito, profundo, e já estamos  vendo a mortalidade infantil aumentando globalmente. O feto é o mais susceptível ao dano por radiação, porque todas as células estão rapidamente dividindo-se, os membros e os corpos desenvolvem-se, de modo que quando se começa a introduzir produtos químicos tóxicos e radiação, isto realmente danifica o processo natural de desenvolvimento fetal.
O motivo porque foram capazes de convencer o Senado a assinar o tratado de 1963 que baniu parcialmente os testes foi o aumento da mortalidade infantil. Ela esteve caindo e declinou dois ou três por cento ao ano durante um longo tempo devido a melhores cuidados pré-natais e à educação das mães.
A mortalidade infantil começou a subir depois de despejarem as bombas sobre Hiroshima e Nagasaki, especialmente nos anos 50 quando começaram os grandes testes de bombas.
Por volta de 1963, era realmente óbvio que testar bombas globalmente estava a ter um impacto real sobre os recém-nascidos. Eles assinaram o tratado de banimento parcial dos testes. A Rússia e os EUA cessaram os testes atmosféricos, e a seguir a taxa de mortalidade infantil começou a ir para baixo. Agora, está subindo  outra vez. Isto é uma poluição radioativa global, e quanto tempo levaria para eliminar toda a vida é algo que ninguém sabe, mas o urânio empobrecido é uma arma biológica muito, muito, efetiva.
Existem duas finalidades na utilização de armas pelos militares. Uma é destruir os soldados inimigos, e a outra, que é tão importante quanto esta, é destruir a população civil inimiga. Causar enfermidades e doenças, enfermidades prolongadas, realmente impacta a produtividade e a economia de um país. Foi Chernobyl e outros desastres nucleares que realmente destruíram a União Soviética porque a antiga URSS está muito, muito, doente com toda a radiação que foi libertada. Eles foram muito mais negligentes do que nós.
Tenho um inquérito sobre a saúde mundial da Organização Mundial de Saúde que foi publicado pelo Journal of American Medical Association em Junho último. O impacto dos testes atmosféricos é muito visível pela porcentagem de população em cada país que eles investigaram quanto a alguma forma de doença mental. Por exemplo: no Japão é 8,8 por cento. Na Nigéria é muito baixa — 4,7 por cento. Eles quase não têm radiação na Nigéria. Na Ucrânia, onde houve o acidente de Chernobyl, é de 20,4 por cento. Na Espanha está em 9,2 por cento. Na Itália é de 8,2 por cento. É bem baixa porque ela não têm fábricas de ogivas (nukes). A França confia em 75 por cento na energia nuclear, de modo que há doenças mentais em 18,4 por cento da população. O México está em 12,2 por cento, e nos Estados Unidos em 26,3 por cento — a mais elevada taxa de doenças mentais do mundo.
George Bush e seus irmãos foram todos expostos no útero à ocorrência (fallout) dos testes de bombas nos Estados Unidos. Ele teve uma irmã recém-nascida que morreu de leucemia quando tinha cerca de três anos.
Trabalhei com um grupo chamado Radiation And Public Health Project. O seu sítio web está em http://www.radiation.org . Todos nós somos especialistas em radiação, cientistas bem conhecidos e cientistas independentes. Colecionamos 6000 dentes de leite de crianças que vivem em torno de centrais nucleares e medimos a radiação nos mesmos, e um dos nossos membros é o vizinho da mulher que trabalhou com todos os filhos de Bush, incluindo o próprio presidente Bush, porque eles têm severas deficiências de aprendizagem.

P.: Como podemos saber que os filhos de Bush foram expostos?

MORET: Pelo ano de nascimento. O ano em que estiveram na barriga da sua mãe. Você tem de ver quanto material de testes de bomba foi libertado para a atmosfera, e há uma correlação direta entre o declínio nos resultados do SAT (scholastic aptitude test) para todos os adolescentes nos EUA e a quantidade de radiação que foi libertada para a atmosfera no ano em que as suas mães os tinham no ventre. Estes são os efeitos retardados da exposição à radiação no útero.

P.: Então eles viviam no Connecticut, mas sentiam os efeitos da radiação em Nevada?

MORET: Dois anos atrás, o governo americano admitiu que toda a pessoa a viver nos Estados Unidos entre 1957 e 1963 foi exposta internamente a radiação. Assim, para qualquer mulher grávida durante aqueles anos, o seu feto esteve exposto.

P.: De que tipo de níveis de radiação estamos a falar?

MORET: De níveis baixos, e os principais caminhos são a água de beber e os produtos lácteos. Isto matou mesmo peixes bebê no Atlântico. O estrôncio-90 é um isótopo feito pelo homem que sai de bombas nucleares e de reatores nucleares. Mediram os níveis de estrôncio-90 na Noruega desde a década de 1950 até a de 1970, e mediram o declínio na captura de pescado durante o mesmo período, e assim como o estrôncio-90 no leite aumentou na Noruega, a captura de pescado declinou.
Por volta de 1963, quando os EUA testaram uma bomba nuclear quase todo dia (fizeram 250 testes em um ano porque o tratado estava prestes a ser assinado), as capturas de pescado declinaram 50 por cento. No Pacífico, declinaram 60 por cento porque havia testes russos, chineses, franceses e americanos ali.

P.: De modo que, ainda estamos comendo hoje aquele peixe contaminado. O código genético foi alterado?

MORET: Os oceanos estão recebendo tudo o que chove ou neva da atmosfera. Isto fica dentro dos oceanos. A grande mortandade de rãs, que é global, está certamente relacionada com a radiação na água da chuva. É um holocausto nuclear global. Afeta todos os seres vivos. É por isso que chamam-no de "omnicídio", o que significa que mata todas as coisas vivas — as plantas, os animais, as bactérias. Tudo.

P.: Pensa você que podemos ter o relato do Weather Channel sobre as condições da atual tempestade de areia no Iraque de modo a que possamos nos preparar com quatro dias de antecipação para a radiação?

MORET: Contarei a você o que fiz quando aconteceu o 11 de Setembro.

Telefonei a todos os médicos do Radiation And Public Health Project e disse-lhes: "Saiam da cidade e não voltem até que tenha chovido três vezes". Uma vivia a 12 milhas (19,3 km) na direção do vento do Pentágono. Ela foi ao seu terraço com o contador geiger. Eu lhe disse: "Ponha esse contador fora da sua bolsa". Nós havíamos acabado de fazer uma conferência de imprensa em São Francisco e eu sabia que ela o guardava na sua bolsa. Bem, os níveis de radiação eram 8-10 vezes mais elevados do que dentro de casa.
Telefonamos ao EPA (Environmental Protection Agency), HAZMAT (Hazardous Material), FBI e dissemos: "Arranjem todos os trabalhadores para respostas de emergência adequados. Eles precisam ser protegidos". Dois dias após o 11 de Setembro, o perito da EPA em radiação para aquela região telefonou-nos e disse: "Sim, os destroços do choque no Pentágono eram radioativos, e acreditamos que é urânio empobrecido, mas não estamos preocupados acerca disto. Ele só é prejudicial se for inalado".

Disse ele: "Nós estamos preocupados acerca da soldadura de chumbo no avião". Bem, você sabe o que há nos mísseis Tomahawk? Eles têm ogivas com urânio empobrecido. Os destroços radioativos do choque contaminados com DU são a prova de uma ogiva DU.

P.: Não pensei nisso, mas retornando à minha pergunta original: Deveria o Weather Channel relatar para nós as tempestades de pó tóxico no Iraque?

MORET: Mas como as pessoas poderiam escapar delas? Estas tempestades de poeira têm um milhão de milhas quadradas (2,59 milhões de km 2 ). Elas são enormes e vêm através do Atlântico, do Caribe, da linha costeira do Texas e da Costa Leste. Há pessoas que abandonam o estado todas as vezes em que há um furacão. Está na comida, água de beber, produtos lácteos, e então o problema com o Urânio 238, o qual é 99,39 por cento DU, é que ele decai em mais de 20 passos em outros isótopos radioativos.
Eis porque chamo a isto o "Cavalo de Troia". É a arma que se mantém, mantém-se a matar. Isto é como fumar crack radioativo. Ele segue através do seu nariz. Ele cruza o bulbo olfatório para dentro do seu cérebro. É um veneno sistêmico. Ele vai a todo lado. Estas partículas, que se formam a temperaturas muito altas — 5000 a 10000 graus C — são nanopartículas. Elas têm um décimo de um mícron ou ainda menos. Um décimo de um mícron é 100 vezes menor do que uma célula branca de sangue. Elas ficam presas nos lipídios e, provavelmente, no colesterol e atravessam diretamente as membranas da célula. Elas desordenam os processos celulares. Elas desordenam a sinalização entre as células porque as células todas conversam umas com as outras e coordenam o que estão  fazendo. Elas desorientam a função cerebral.

P.: Sabe você o que era o Iraque antes da primeira Guerra do Golfo?

MORET: O Iraque, antes de 1991, era o país mais avançado de todo o Médio Oriente. Eles tinham meticulosas bases de dados dos problemas de saúde e das taxas de doença, razão pela qual os EUA bombardearam todos os gabinetes do Ministério da Saúde. Destruímos todos aqueles registos de modo a que não pudesse ser estabelecido um quadro da saúde anterior à Guerra do Golfo a fim de mostrar quanto aumentaram estas doenças. Isto preocuparia os EUA, em termos de compensação por crimes de guerra.
Nestas horríveis sanções da ONU, eles (os iraquianos) nunca podiam conseguir todos os remédios padrão para o tratamento da leucemia. A ONU lhes dizia: "Estes passos do tratamento da leucemia são os componentes de armas, de modo que você não pode ter disto". Eles nunca deram ao povo o tratamento completo, prescrito nas regras, de que precisavam para livrar-se da leucemia. Isto escondeu os efeitos do urânio empobrecido porque as crianças estavam morrendo de fome. Estavam desnutridas. Eles tinham a população mais saudável do Médio Oriente (antes da I Guerra do Golfo).

P.: Vamos conversar acerca das crianças do Iraque.

MORET: Após a Guerra do Golfo, pode ser que tivessem um bebê  por semana nascendo com defeitos nos hospitais de Bassorá. Agora, estão  terndo10 a 12 por dia, com efeitos do urânio. Os níveis de urânio na população estão aumentando a cada ano. Todos os dias as pessoas comem e bebem quando todo o ambiente está contaminado. Exatamente o que se poderia esperar. Há mais bebês vindos à luz com defeitos de nascença, e estes estão ficando cada vez mais severos.
Uma médica iraquiana contou-me que os bebês que nascem agora são pedaços de carne. Disse ela que não têm cabeça ou pernas ou braços. São apenas um pedaço de carne. Isto também aconteceu às populações que não foram removidas de ilhas no Pacífico quando ocorreram os testes de bombas. Basicamente, os governos estavam  utilizando-as como cobaias.

P.: De modo que todos os países que foram equipados com armas nucleares são culpados destas atrocidades.

MORET: Todos eles estavam fazendo isso. A França, a Rússia, a China e os EUA. E não estou certa de que a Grã-Bretanha tenha feito testes de bomba. Eles foram realmente reservados acerca disto.

P.: Onde estão os pontos quentes de radiação nos Estados Unidos?

MORET: Nos Estados Unidos, seria dentro de umas 100 milhas (161 km) de centrais nucleares. Temos 110 centrais nucleares nos EUA. Temos a maioria em relação a qualquer país do mundo, mas somente umas 103 estão operando. Quase todas da Costa Leste.
O que fizemos foi obter dados do governo a partir dos Centros de Controle de Doença sobre mortes por cancro da mama entre 1985 e 1989. Dois terços de todas a mortes por cancro da mama nos EUA entre 1985 e 1989 verificaram-se em lugares dentro das 100 milhas de uma central nuclear.

Verificaram-se também em torno de laboratórios de armas nucleares. Estes seriam Los Alamos no Novo México, o Idaho Nuclear Engineering Lab em Idaho, e Hanford no estado de Washington, que é onde eles obtêm o plutónio para todas as bombas. Eles contaminaram toda a bacia do Rio Columbia e quase todo o estado de Washington.
Aquilo fica na água, dentro das plantas e da vegetação. Se você comer moluscos, mariscos ou caranguejos ou coisas como estas, mesmo certas espécies de peixe que comem na lama do leito do rio, você terá níveis de radiação muito mais elevados nos seus tecidos. Isto depende de cada pessoa e de quão saudável ela é, mas aquele homem do estado de Washington morreu subitamente. Ele tinha cerca de 40 anos. Fizeram-lhe uma autópsia e estava cheio de zinco radioativo. Perguntaram: "Onde raios ele obteve isto? Isto vem de bombas nucleares e de reatores nucleares". Estudaram a sua dieta e descobriram que gostava de comer ostras. Descobriram onde comprava as suas ostras e acharam o viveiro das ostras. Era a 200 milhas da costa do estado de Washington. A radiação estava sendo transportada para o mar a partir da linha costeira. Passava sobre este leito de ostras. As ostras estavam simplesmente as absorvendo.

P.: Quais são os sintomas do envenenamento por DU?

MORET: Soldados no campo de batalha relataram um gosto metálico na suas bocas. Isto é o gosto real do urânio metal. A seguir, dentro 24-48 horas, os soldados no campo de batalha relataram que se sentiram doentes. Começaram a sentir dores nos músculos e perderam energia. Alguns deles tornaram-se incontinentes. Por outras palavras, adultos com fraldas.
Uma mulher relatou que na primeira noite em casa quis relacionar-se com o seu marido, mas que ela não tinha absolutamente nenhuma sensibilidade. Ela não podia sentir o que fosse da cintura para baixo. Estas partículas sólidas (particulate matter) danificam o sistema neuromuscular, os nervos, e isto estende-se a toda parte. E não há tratamento para isto. Estas partículas são muito, muito, insolúveis, assim elas não podem dissolver-se mesmo em corpos fluidos, de modo a que possam ser excretadas do corpo. Então mantêm-se a emitir. Mesmo quando o urânio decai ele torna-se outro isótopo radioativo. Assim, é uma partícula que simplesmente fica ali disparando tiros até que você morra.
Um outro problema é que os soldados têm dentes  que se esfarelam. Os dentes logo começam a cair. O urânio substitui o cálcio na estrutura cálcio-fosfato do dente. Alguns queixaram-se acerca de grande ataques de epilepsia, paralisia cerebral. Algumas das doenças relatadas em taxas muito elevadas nos soldados da Força Aérea e do Exército são a doença de Parkinson, a doença de Lou Gehrig e a doença de Hodgkin. Esta é uma danificação da mitocondrina nas células e nos nervos. A mitocondrina faz toda a energia para corpo, de modo que se se danifica a mitocondrina um sintoma é o síndrome da fadiga crónica. Simplesmente não há suficiente produção de energia para o corpo funcionar normalmente.
Descobri um estudo na newsletter dos empregados do SanDia Nuclear Weapons Laboratory de Setembro de 2003. Eles estão fazendo importantes estudos junto a veteranos da disfunção mitocondrial relacionada com as doenças de Lou Gehrig, Hodgkin e Parkinson. Uma vez que se trata de um laboratório de armas nucleares, estão plenamente conscientes dos danos para a saúde.

P.: Fale-me dos testes que detectam DU (urânio empobrecido) no corpo.

MORET: O teste do cromossoma é o melhor indicador. Custa US$5000. O teste da urina custa US$1000. Se você apresentar resultados positivos com o teste da urina saberá que está contaminado. Se apresentar resultados negativos isso não significa que não esteja contaminado. Significa apenas que você pode ou não estar contaminado mas que não tem bastante DU dissolvido no seu fluxo sanguíneo para ir até os seus rins a fim de ser excretado na sua urina. Qualquer pessoa que viaje agora ao Médio Oriente e ao Afeganistão não pode evitar ser contaminada. Toda e qualquer pessoa, qualquer um, que vá a esses lugares será contaminado.
A questão do DU afeta todo o ser vivo sobre este planeta. Que outra coisa tem tal impacto? Eles alteraram o genoma em todo o planeta para sempre com este DU. As pessoas do Pentágono dizem: "Você está a exagerar ou você utiliza a palavra urânio para assustar pessoas". Não me importa se as pessoas acreditam em mim ou não. Tudo o que posso dizer é que com o decorrer do tempo as minhas afirmações serão realmente uma subestimação dos efeitos a longo prazo.
[1] Nota de resistir.info : No que se refere a Portugal, Leuren Moret ignora o poder de encobrimento dos lamentáveis media aqui existentes. Os media portugueses nunca deram o destaque devido às doenças contraídas pelos soldados portugueses, como a do cabo Paulino que morreu após a sua missão na ex-Jugoslávia. O silenciamento por parte dos media portugueses (os mesmos que gostam de se apresentar como "de referência") mantêm-se de forma permanente. Eles nem sequer indagaram se as centenas de homens e mulheres da GNR que estiveram no Iraque foram submetidos ao teste da urina. A atitude generalizada de praticamente todos os media portugueses — TVs, jornais diários e semanários, revistas, etc. — é pior e mais covarde do que a dos seus congéneres italianos. Na Itália pelo menos houve notícias dos soldados italianos vitimados pelo DU. Em Portugal o silêncio é chocante, limitando-se os media a transcrever alguns comunicados oficiais.

Outros documentos acerca do DU:


A Military Perspective . Entrevista ao Dr. Doug Rokke, Ph.D, antigo Director do U.S. Army Depleted Uranium Project.

A Survivor's Perspective . Entrevista a Melissa Sterry, veterana da Guerra do Golfo que está a sobrevir aos efeitos do urânio empobrecido.


Esta entrevista encontra-se em http://resistir.info/ .

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