segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

E na 43ª Feira do Livro da FURG, o Patrono Oscar Brisolara lança o seu 3º livro: HÁ PÓ DE ESTRELAS PELAS ESTRADAS... - Postado por Equipe de Apoio

Entrevista com Oscar Brisolara

O meu terceiro livro, “Há Pó de Estrelas pelas Estradas...” constitui-se de uma coletânea de crônicas e contos produzidos nos últimos tempos. Aborda, desde situações específicas da região como a figura do carvoeiro antigo ou do posteiro de estância, situações pessoais como a história de uma professorinha do campo, minhas convivências com as formigas ou com os cupins do campo, vivências do seminário franciscano.

Conforme afirma meu prefaciador, o Prof. Dr. Mauro Nicola Póvoas:
 “As crônicas e os contos acolhem vários temas, dando um caráter plural ao livro. Um exemplo é a religiosidade, em textos que discutem a relação entre o homem e a natureza e a ponte que se pode estabelecer entre o humano e o divino. Derivada dos doze anos em que Oscar conviveu com os freis da Ordem dos Frades Menores, essa temática pode ser vista em ‘O vaga-lume e o monge’ e ‘O monge e o pintassilgo’, entre outros.”

Continua discorrendo o professor Mauro: 
“Um panorama da vida no campo, onde o autor passou a infância, pode ser observada em ‘A ciência e a professorinha do campo’ e ‘Il vecchio Giuseppe Pegoraro’, que mostram como funcionava o ensino na área rural, e em ‘Eu... e as formigas’ e ‘O misterioso universo dos cupins’, que estampam a sabedoria de quem aprende com a natureza e os animais; do relato sobre as formigas, pinça-se uma frase lapidar: ‘Grande parte do que aprendi em toda a minha vida foi com elas’. A natureza ressurge na bonita ‘O pintassilgo’, que repisa a tradição da crônica brasileira de tematizar pássaros, como se vê em Rubem Braga, por exemplo.”

Seguindo, ele afirma: 
“Derivada da vida campesina, avulta matéria muito discutida nos dias que correm, o consumo e o processamento de carne, os quais são tratados por meio de diversos vieses: humor, em ‘Crônica de uma ecologista’; nostalgia, em ‘A vida dos camponeses de outrora’; respeito, em “Culto à vida”; horror em “Dialética da vida e da morte”, texto no qual se analisa a “ritualística macabra” que envolve a morte de animais para o posterior consumo humano.”

Finaliza, Mauro: 
“Já ‘O espírito da casa’, ‘Posteiro’ e ‘O preto carvoeiro’ possuem a organização de um conto, com enredo, personagens e dimensão espaço-temporal delineados. São narrativas que abordam o trabalho duro do homem do campo e a vida desse peão moderno, verdadeiros ‘gaúchos a pé’, já sem o foro privilegiado concedido pela ficção gauchesca de cunho monárquico.” Há textos em que a estrutura de fábula mistura-se à crítica social, como em ‘O sonho de um pequeno lenhador’; em outros, discute-se o significado por trás de fábulas clássicas, como a da raposa e do bode, da famosa Seleta em prosa e verso de Clemente Pinto (em ‘De raposas e bodes’) e a do corvo e da raposa, de La Fontaine (em ‘Bichos falantes’). Por outro lado, existem textos que ganham ares de relatos de viagem, como ‘Mistérios de grande cemitério do Cairo’ e ‘Crônica do deserto’ em que Oscar traz um pouco daquela vivência de mundo insubstituível, que somente possui quem conhece ao vivo os hábitos e os costumes dos diferentes países.”




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