José Mena Abrantes (31.01.2015 • 00h00 • atualizado às 18h33).
Por mais que nos esforcemos em duvidar das nossas próprias dúvidas, em ser espectadores crédulos de tudo o que a grande imprensa corporativa (jornais, televisões, rádios, filmes, etc.) nos impinge, notícias aparentemente inócuas voltam a fazer retinir aqueles sinais de alarme que nos condenam a ser classificados e descartados como adeptos de teorias conspirativas.
Várias vezes abordei neste espaço algumas das acções nebulosas da família Rothschild. Na crónica intitulada ‘O Império e a Terra Prometida’, escrevi por exemplo:
“A dinastia dos Rothschild, conhecidos como Bauer até 1760, mudou esse nome de família para um outro derivado do Escudo Vermelho (“rotes Schild”, em alemão) que representava essa ‘Casa’ na Alemanha,e que também é conhecido como ‘brasão de Salomão’ ou ‘estrela de David’. Não por acaso foi esse o símbolo escolhido para a bandeira de Israel, em vez daquele que foi sempre o mais representativo dos judeus – o ‘menorah’ (candelabro para sete velas).
A crónica incidia sobre a forma como a família Rothschild esteve directamente ligada à criação e fortalecimento do Estado de Israel, através da compra ou da usurpação de vastas extensões do território da Palestina para aí instalar colónias judaicas, que nunca pararam de se expandir através da violência e da intimidação, até desembocarem na injusta situação actual.
Referia também como os Rothschild armaram e financiaram em 1948 grupos como os Irgun, Haganah e Stern Gang, cujas acções terroristas, conduzidas por futuros altos dirigentes do Estado sionista, forçaram centenas de milhares de palestinos a abandonar a sua terra natal, numa autêntica limpeza étnica.
Numa crónica posterior, ‘O paraíso aqui tão perto’, chamava a atenção para o facto do desaparecimento do avião da Malaysia Airlines, até hoje envolvido em mistério, ter trazido enormes e suspeitos benefícios a um conhecido membro da família Rothschild. Transcrevo o que na altura escrevi:
“Ao que parece, a Freescale Semiconductor, empresa do banqueiro e multimilionário britânico, Jacob Rothschild, ficou com o exclusivo de um novo e importante semicondutor, pois os outros quatro detentores da patente, todos de nacionalidade chinesa, estavam a bordo do avião desaparecido. Um azar ao quádruplo!
“Sabe-se que, se um dos detentores da patente morresse, os restantes dividiriam de modo equitativo a sua parte. No caso de quatro morrerem ao mesmo tempo, a patente ficaria a cem por cento para o único sobrevivente, uma vez que os eventuais herdeiros dos falecidos só poderiam reivindicar a sua parte no caso da patente já estar aprovada. O que só viria a acontecer, por outro infeliz azar, quatro dias depois do sumiço do avião”.
Esta milagrosa capacidade dos Rothschild (ou de gente de algum modo a eles ligada) de adivinhar o futuro, colhendo disso vultosos benefícios, esteve também patente no atentado contra as torres gémeas em Nova Iorque, em 11 de Setembro de 2001.
Poucas semanas antes da destruição do World Trade Center, com efeito, dois proeminentes membros da Federação de Apelo à União Judaica, angariadora de fundos para Israel, adquiriram os direitos de exploração de todo o complexo, fazendo um seguro de mais de três mil e quinhentos milhões de dólares no caso de ele ser alvo de um ataque terrorista… Receberam o dobro dessa quantia logo a seguir ao atentado!
Um deles, Frank Lowy, havia estado ligado em meados dos anos 40 do século passado ao grupo terrorista Haganah, em Israel, financiado pelos Rothschild. O outro, Larry Silverstein, tinha sido antes funcionário do Goldman Sachs, banco controlado pelos Rothschild.
Vêm agora a revista económica holandesa ‘Quote’ e o jornal alemão ‘NeoPresse’ confirmar-nos que a família Rothschild ainda não perdeu esse dom profético, pois tinha acabado de comprar o jornal Charlie Hebdo no passado mês de Dezembro. Os ganhos imediatos da operação estão à vista. De uma modesta tiragem de algumas dezenas de milhares de exemplares, a edição do jornal posterior ao atentado atingiu a cifra de sete milhões, publicada em vinte países com versões em cinco línguas, incluindo o árabe e o turco.
Ficam ainda por quantificar e qualificar os ganhos futuros, mas antes talvez seja oportuno tentar perceber por que razão o império Rothschild se foi interessar por um simples jornal satírico, aparentemente tão distante dos seus interesses mais conhecidos, ligados à banca, à alta finança e à electrónica.
Recorde-se que a tal Freescale Semiconductor, de Jacob Rothschild, não está propriamente virada para o humorismo e continua a tratar de coisas mais sérias, como o fabrico de componentes electrónicos para transístores, microprocessadores e nanocircuitos, radares militares, sistemas de orientação de mísseis, armas electrónicas e métodos de identificação imediata de amigos e inimigos.
O que será então que no Charlie Hebdo fazia rir os Rothschild, ao ponto de terem querido tornar-se os seus patrões? Conhecendo a sua história, só podiam ser as caricaturas do profeta Maomé e o gozo com o Corão e com outros aspectos da religião muçulmana. Mas, para que essa linha editorial tivesse ainda maior impacto, era preciso antes superar a quase falência do jornal e aumentar o número dos seus leitores.
Como que por milagre as suas vendas dispararam menos de um mês depois, na sequência de um ataque atribuído a terroristas islâmicos, mas que um número crescente de analistas (seguramente mal intencionados!) afirma ter sido um “atentado de bandeira falsa”, ou seja, feito de forma a ocultar os verdadeiros responsáveis e a incriminar os ‘suspeitos do costume’. Vídeos que põem em causa a versão oficial têm estado a ser apagados da Internet, o que só faz aumentar as dúvidas a seu respeito.
Na entrevista dada ao ‘Quote’ na hora da compra do Charlie Hebdo, o barão Philippe de Rothschild tinha revelado que a aquisição não foi pacífica e provocou mesmo alguns desentendimentos dentro da família, porque “o tio Edouard não queria comprá-la, porque não se queria misturar em política, pelo menos não de uma maneira tão aberta”. Se calhar tinha razão, tinha dado menos nas vistas…
Entre as muitas hipóteses que levantei numa crónica anterior (‘WTC: Os atentados acontecem’) sobre quem no fundo beneficiava com o atentado de Paris, havia mencionado aqueles que fomentam a islamofobia e a animosidade contra o número crescente de imigrantes de países muçulmanos na Europa. Acrescentava que, de ‘esquebra’, o atentado permitia renovar o sentimento de repulsa pela morte de judeus inocentes e, embora de modo indirecto, favorecia a postura agressiva do regime sionista no Médio Oriente.
A revelação do ‘Quote’ e do ‘NeoPresse’ vem agora dar maior consistência a essa hipótese e tornar ainda mais irrelevante a simples teoria das coincidências. Senão vejamos:
Dois militantes a favor da causa isrealita fazem poucas semanas antes da destruição das torres gémeas um seguro super-milionário no caso de elas sofrerem um atentado terrorista… Com o misterioso desaparecimento do avião da Malaysia Airlines, um banqueiro judeu fica o único proprietário de uma importante patente de equipamentos electrónicos de nova geração para fins militares… Um jornal meio falido e corrosivo contra o Islão torna-se no espaço de uma semana o de maior tiragem em França…
A pairar sobre estes três casos, está a sombra gloriosa dos Rothschild. Não se julgue, no entanto, que estou a insinuar que gente tão respeitável seja capaz de mandar destruir dois edifícios icónicos com mais de três mil pessoas lá dentro; de fazer desaparecer de propósito aviões de passageiros para eliminar concorrentes ou de encomendar o assassínio de jornalistas brincalhões. Que culpa têm eles que os atentados “simplesmente aconteçam” logo depois de eles terem arriscado fazer negócios sem lucros à vista?
Estou apenas a afirmar que tanto essa família como aqueles que à volta dela gravitam, assim como o Estado que ajudaram a criar e consolidar, colhem espectaculares benefícios sempre que algum evento trágico de contornos mais duvidosos ocorre. Algum fervoroso opositor das teorias conspirativas tem argumentos para refutar essa tão óbvia constatação?
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