LIVROS NO CASSINO : Patrono pelotense na feira à beira-mar
Entre os dias 20 e 31 de janeiro, 43ª Feira do Livro da FURG. Como patrono, Oscar Brisolara
Por Carlos Cogoy
Na Universidade Federal do Rio Grande (FURG), notabilizou-se
como educador. Desde o início dos anos noventa, foi se aproximando
profissionalmente como professor visitante e substituto. Em 2004,
aprovado em concurso, dedicou-se à docência nas áreas de latim e
filologia. O professor, escritor e pesquisador Oscar Luiz Brisolara,
pelotense – nasceu no interior do atual município de Morro Redondo -,
também lecionou na UCPel durante mais de trinta anos. Na cidade natal,
períodos como professor na então Escola Técnica Federal – hoje IFSul -,
colégios Gonzaga e Santa Margarida.
O mestrado e doutorado em linguística, foram na PUC/RS. Aposentado
desde maio do ano passado, mantém rotina de trabalho. Durante oito
horas, pesquisa, publica artigos online – Blog, Face e Google + -,
elabora os livros que estão em andamento, e troca ideias com a esposa
Maria Cristina Freitas Brisolara, que também é docente na área de
letras. Além de letras e filosofia, ele revela que estuda física,
empolgando-se com os cálculos das ciências exatas e a “ordenação lógica
do universo”. Escolhido pela FURG como patrono da Feira do Livro que
anualmente é realizada à Praça Dídio Duhá na praia do Cassino em Rio
Grande, quarta-feira às 21h estará autografando o novo livro. Às
21h30min, realizará explanação para abrir a 43ª edição do evento. Na
internet: oscarbrisolara.blogspot.com.br
PATRONO conta que foi alfabetizado pela mãe. Posteriormente,
aulas na Escola Prof. Francisco Araújo na Cascata. Aos nove anos
ingressou no seminário franciscano. Durante doze anos, interno no
Seminário dos Freis Franciscanos Capuchinhos, participando da confraria
Ordem dos Frades Menores Franciscanos. No período, cursou filosofia,
especializando-se nas línguas latina, grega antiga, bem como no francês,
inglês, espanhol, italiano e alemão. Na biblioteca, leitura
diversificada. Sobre a homenagem na FURG, diz Oscar Brisolara: “O
convite da reitoria da FURG para ser patrono da Feira do Livro deste ano
surpreendeu-me e ao mesmo tempo encheu-me de alegria. É de suma
importância para um escritor estar em destaque diante de seus leitores. O
convite honrou-me, pois, quem escreve, busca ser lido. O escritor
julga-se dotado de uma forma inusitada der enxergar o mundo e os fatos.
Ele está para que, através do seu olhar, o mundo seja revisto e
revisitado. A FURG, com este convite, concede-me a oportunidade de
expor, diante de um grande universo de leitores, o meu modo de revisitar
minha cidade e minha sociedade. Devo, com grande prazer, estar presente
em todas as sessões da 43ª Feira do Livro da FURG. Dia 20 de janeiro,
haverá a abertura”. Sobre a feira, que terá trinta bancas, saiba mais
acessando: feiradolivro.furg.br
INFLUÊNCIAS – Brisolara menciona autores que o influenciaram:
“Tentando não cometer injustiças, dos escritores brasileiros, amo
Machado, Guimarães Rosa, Bandeira, Quintana, para não me estender. Na
literatura universal, encantam-me Pirandello, Tolstoi, Dostoievski,
Sartre, Beauvoir, Shakespeare, Goethe, Dumas, Pushkin, e tantos outros
que seguramente estou sendo injusto. Dos filósofos, amo Pitágoras,
Platão, Kant, Heidegger, Levinas, Ponty, Habermas, sei mais quantos.
Talvez Heidegger seja quem mais me influencia. Adoraria ter sido o autor
de ‘O Caminho do Campo’”.
LITERATURA e tecnologia: “Vivemos um momento em que muito se
escreve. Os modernos meios de comunicação oferecem espaços abundantes
para quem deseja comunicar-se. Em princípio, isso não é nem bom nem mau.
O uso que se faz desses meios é que pode ser um ou outro. Na internet
já tenho quase mil artigos publicados. Afirmo que todos esses meios
podem ser bons, de acordo com o uso que se faz deles. Eu já tenho em
torno de dois milhões de consultas a minhas publicações, o que julgo de
grande importância. Tenho leitores, atualmente, em 93 países: isso é um
poderoso alcance para minhas publicações”.
EDUCAR – Em quarenta anos, quinze mil alunos. O educador
Brisolara acrescenta: “Nós vivemos uma encruzilhada que aponta para
grandes mudanças. São apenas reorientações tecnológicas. A escola,
tecnicamente, em breve, será outra, muito diferente da de hoje. O
essencial, no entanto, deve permanecer: educar não é nem adestrar, nem
domesticar. É menos instrumentalizar, embora envolva um pequeno processo
de instrumentalização, ele não é, nem o principal, nem o fim último.
Porém, o essencial no processo educativo é aprender a viver. Esse é um
aprendizado que se faz pelo convívio e pelo amor”.
PRIMEIRO LIVRO
de Oscar Brisolara “Sancta Lucrezia dei Cattanei” é de 2013. Conforme o
autor: “Em Sancta Lucrezia, abordo a realidade da Igreja do período
renascentista, em que os Papas eram também reis dos Estados Pontifícios.
É o período quinhentista das grandes navegações, com forte influência
do Império Espanhol na política e na economia do mundo. Com a
importância do Reino de Castela e sua poderosa rainha Isabel, que
contraíra núpcias com Fernando do pequeno reino de Aragão e Nápoles, os
espanhóis conseguem eleger dois Papas: Calixto III, de nome civil Alonso
Borja e depois seu poderoso sobrinho Alexandre VI, pai de Lucrécia”.
SEGUNDO LIVRO ,
“Dos segredos de Eva Braun”, para o autor “é um livro de
reminiscências. Sendo meu avô materno italiano, nascido no Tirol, e
minha avó materna tirolesa, mas austríaca, criei-me entre migrantes
alemães e italianos, que conviviam e disputavam o mesmo espaço físico e
trocavam suas divergências culturais. Como nasci em 1947, logo após o
término da Segunda Grande Guerra, conheci e convivi com muitos
ex-combatentes cujas narrativas de batalhas, sobrevivência e mortes,
encantavam-me e me aterrorizavam a um tempo. Trata-se, portanto, de um
livro de narrativas de reminiscências de infância e adolescência”.
NOVO LIVRO
Durante a Feira do Livro no Cassino, professor Oscar Brisolara
estará divulgando novo livro. “Há pó de estrelas pelas estradas…” reúne
contos e crônicas. Ao contrário dos romances históricos “cujas
narrativas abordam os fatos históricos através de vozes alternativas que
circulam ao desabrigo da oficialidade, interpretações outras, muitas
vezes conflitantes com a história veiculada pelos livros dos
historiadores de ofício” – como acrescenta o autor -, na obra que estará
sendo lançada, constam “situações pessoais como a história de uma
professorinha do campo, minhas convivências com as formigas ou com os
cupins do campo, vivências do seminário franciscano”.
PREFÁCIO é do prof. dr. Mauro Póvoas. Trecho: “As crônicas e
os contos acolhem vários temas, dando um caráter plural ao livro. Um
exemplo é a religiosidade, em textos que discutem a relação entre o
homem e a natureza e a ponte que se pode estabelecer entre o humano e o
divino. Derivada dos doze anos em que Oscar conviveu com os freis da
Ordem dos Frades Menores, essa temática pode ser vista em ‘O vaga-lume e
o monge’ e ‘O monge e o pintassilgo’, entre outros”.
Confira em
http://diariodamanhapelotas.com.br/site/livros-no-cassino-patrono-pelotense-na-feira-a-beira-mar/
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