sexta-feira, 4 de novembro de 2016

MARAVILHAS PRODUZIDAS EM NOSSAS ESCOLAS - ESCOLA ANSELMO DIAS LOPES, RIO GRANDE

Prof. Dr. Oscar Luiz Brisolara

FEIRA LITERÁRIA NA ESCOLA Anselmo Dias Lopes
Hoje, Cristina e eu tivemos o prazer de participar de um evento magnífico na escola em que nossa filha Roberta Freitas é diretora.
Lá encontramos maravilhas. Vejam a seguinte publicação de um poema de livro didático:

"E olhando em volta
para a cidade
de ponta a ponta
maravilhosa
a gente sente
um arrepio:
o milagre
É o próprio Rio." (Ângela Leite de Castilho Souza - "Milagre no Corcovado").

Esse poeminha fez-me lembrar Antoine de Saint-Exupéry, em seu livro, "Terra dos Homens". O escritor francês, também era piloto do correio aéreo que levava a correspondência de Toulouse (França) até Dakar (Senegal, África). Assim, obrigava-se a sobrevoar o deserto do Saara de Norte a Sul. Tendo caído em pleno deserto por diversas vezes, sempre recebera auxílio dos habitantes locais. Por isso, resolvera levar alguns deles para Paris.
Quando chegaram à margem do rio Sena, eles sentaram e não queriam mais sair dali. Depois de horas de insistência inútil sobre a razão de ali permanecerem, eles responderam:
"Queriam esperar a hora em que Deus se cansasse de sua loucura."
Acontece que os rios do deserto são temporários. Somente correm nas pouquíssimas vezes em que chove. Correm e depois param.
Um rio que corre para todo sempre é um milagre. Vivemos cercados de milagres, que nossa cegueira não nos permite constar.
Eu não conhecia esse poema e me encantei com os versos finais:
...
o milagre
É o próprio Rio."
Vivemos cercados de milagres, como os dos rios que não cessam de correr por milênios sem conta. Acontece que somos desatentos. E como dizia o grande filósofo Alemão Martin Heidegger:
"Aos desatentos, o simples parece uniforme, a uniformidade causa tédio. E os entediados somente veem monotonia ao seu redor."
Não podemos ser tão insensíveis que não enxerguemos os milagres que moram e se escondem na simplicidade de tudo o que nos cerca.

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