Loreto - Marche - Itália - Santuário de Nossa Senhora de Loreto |
Prof. Dr. Oscar Luiz Brisolara
Há uma história de longa tradição a respeito da pequena capela sobre a qual foi construído o grande Santuário da da Santa Casa de Loreto. Tudo se origina na ação de Santa Helena. No século IV, Júlia Helena, mãe do grande Imperador Romano Constantino, depois sagrada pela Igreja como Santa Helena, esteve por muito tempo na terra santa, especialmente nos arredores de Jerusalém.
Como fosse mãe do homem mais poderoso da terra, o imperador que transformara o cristianismo na religião oficial do Império Romano, financiada pelo estado, organizou uma grande equipe de sábios e pesquisadores abalizados para buscar os lugares onde Jesus vivera e se havia realizado a maior parte dos atos célebres do cristianismo.
No entanto, Júlia Helena, antes de o filho tornar-se imperador, havia muito sofrido. Vira-se afastada de Constantino, que fora levado pelo pai Constâncio Cloro, quando este se transferiu para Roma e a repudiou, para unir-se a Teodora, enteada do imperador Maximiano. Com a morte do pai e também de Maximiano, Constantino, derrotando Maxêncio, o filho do antigo imperador, torna-no o novo regente.
Nesse momento, Constantino mandara chamar sua mãe à corte, conferira-lhe o nome de Augusta e o título de imperatriz. Assim, Helena Augusta pôde dedicar-se a suas obras religiosas.
Depois de transferir-se para Jerusalém, e descobrir diversos objetos e lugares sagrados, como a Vera Cruz (a verdadeira cruz na qual Jesus Cristo fora crucificado, segundo ela acreditava); o local onde Jesus havia morado, em Belém; o lugar da encarnação, onde Maria teria morado com Santa Ana e São Joaquim; além de o lugar da crucificação e da ressurreição.
Helena teria feito dividir a cruz de Cristo em três partes. Uma delas entregou ao Bispo Macário, para que o entronizasse na Igreja de Jerusalém; o segundo, o enviou à Igreja de Constantinopla; e o terceiro, a Roma, para a Basílica que, por este motivo, chamou-se Basílica da Santa Cruz de Jerusalém. A cruz é que era de Jerusalém.
Teria também mandado construir três edifícios, chamados casas de Deus: um junto ao monte Calvário, outro na cova de Belém e um terceiro no monte das Oliveiras.
Além disso, na Cidade Eterna, outros locais remetem a santa Helena, como a Escada Santa, que foi translada por ela para Roma, por volta do ano 326. Trata-se de uma escada composta por 28 degraus, que levavam até o alto do pretório de Pôncio Pilatos, em Jerusalém, e pela qual Jesus subiu, antes de sua condenação à morte. A escada se encontra, agora, na Cidade Eterna, próximo à Basílica São João de Latrão, no mesmo lugar onde se encontra uma capela dedicada a São Lourenço.
Devido ao seu imenso valor espiritual, o Papa Sisto V, entre os anos de 1586 e 1589, mandou construir o atual Santuário da ‘Scala Santa’, situando-a como acesso ao ‘Sancta Sanctorum’, primeira capela privada dos Papas construída em 1277, onde se custodiavam as relíquias mais preciosas da cristandade.
Hoje, o ‘Sancta Sanctorum’ é o ponto final da Escada Santa e nela se conserva uma antiquíssima imagem de Jesus Redentor chamada “arquetípica”, isto é, que não foi pintada por mão humana. Ao mesmo tempo uma tradição popular diz que a pintura é do Evangelista Lucas que foi ajudado por um anjo para esta bela obra.
A idosa imperatriz, que já tinha 77 anos de idade, quando viajou para a terra santa. Permaneceu longo tempo na Palestina, servindo ao Senhor com a oração e as obras de caridade. Cuidava dos doentes, libertava os cativos e dava mantimentos aos pobres, levando sempre em seu espírito – como exemplo – a imagem da Virgem Maria. A devota imperatriz somente voltou de sua viagem à Terra Santa aos 80 anos.
A Igreja que mandara construir em Belém chamava-se Santa Casa. No século XIII, os árabes, que dominaram Jerusalém e quase toda a Palestina, destruíram muitas igrejas cristãs na região, entre elas também estando a Santa Casa.
Segundo uma certa crença, Deus havia feito miraculosamente transportar essa igreja para as localidades de Trsat (Tarsatica) e Rijeka, para o Monte Rauniza, com a ajuda de anjos. Era, então, pontífice o papa Nicolau IV.
Ainda segundo a tradição, o santo templo foi novamente transportado pelos anjos para Itália, onde foi encontrada por uma senhora chamada Lorette em 10 de dezembro de 1294. É daí que provém a história de Nossa Senhora de Loreto.
Assim, Loreto tornou-se um dos maiores pontos de peregrinação da Itália e de toda a Europa. Teriam visitado esse templo Eramo de Roterdã e o famoso filósofo René Descartes. A Santa Casa, como é conhecida a igreja milagrosamente transportada pelos anjos, encontra-se hoje dentro do templo. Veja-se a imagem abaixo:
Por Zorro2212 - Obra do próprio, CC BY-SA 3.0, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=22585015.
Muitíssimos peregrinos viajam para Loreto, desde há muitos anos. Muitos milagres são atribuídos ao local sagrado. Buscando a verdade dos fatos, autoridades governamentais, eclesiásticas e técnicas da época, nada constataram de fictício ao analisarem as fundações que permaneceram em Nazaré ou a própria casa em Tersatz, apoiada apenas em suas paredes, desafiando explicações técnicas e científicas.
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