sábado, 17 de junho de 2017

AS TRADICIONAIS E MILENARES FONTES DE ÁGUA DA CIDADE DE ROMA

Prof. Oscar Luiz Brisolara
Fontana di Piazza del Popolo, Roma
Em toda parte, pelos mais variados lugares no mundo há fontes públicas de abastecimento de água. Porém, jamais vi um lugar em que fossem tantas e de tamanha diversidade, desde as mais sofisticadas como a universalmente conhecida Fontana di Trevi, ponto de muitos filmes e divulgações turísticas, passando também pelas majestosas fontes da Villa Borghese e da Villa d'Este, chegando às simples e até mesmo às menos cuidadas.
Fontana di Trevi

Fontes da Villa d'Este, obra do cardeal Ipolito d'Este, filho de Lucrécia Bórgia

Jardim das cem fontes, Villa d'Este.
Bela fonte da Villa Borghese, obra do cardeal Schipione Borghese, no centro de Roma

Mas elas existem por todas as praças, todos os burgos, desde os mais sofisticados "rioni", como são designados os bairros da cidade eterna, até os vilarejos mais pobres e afastados da imensa metrópole. É preciso lembrar que Roma foi a primeira megalópole do mundo antigo. Nos tempos de Jesus Cristo, ela já reunia dentro de seus muros mais de um milhão de habitantes. Imagine-se a grande necessidade de água numa cidade enorme, com precárias instituições sociais.
Passaram-se os milênios. Veio a glória e alguns períodos de decadência. Hoje ela acolhe a quase cinco milhões de romanos e estrangeiros, espalhados por uma área imensa, porque nela existem pouquíssimos edifícios muito elevados. Há, como se disse, fontes magníficas, e "fontanelle", designação das pequenas fontes em língua italiana. 
Fontanella dell'Acqua Marcia- Campidoglio- Roma.
O aspecto descuidado de algumas as aproxima dos lugarejos de países pobres do terceiro mundo. Há bicas comuns, umas conhecidas como "nasoni", ou seja, narigões, e outras chamadas de "boche", bocas, as mais simples. O que nos causa certa estranheza, numa sociedade tão preocupada com a carência desse líquido essencial à vida, é a água corrente, dia e noite, por toda parte.
Un Nasone e una Bocha
Un Nasone
Desse modo, supriu-se a necessidade desse líquido imprescindível, por geração sobre geração, das populações que se sucediam através dos tempos. Esses lugares pitorescos e até mesmo poéticos aí estão até hoje para a admiração dos incontáveis turistas dessa histórica cidade.
A água encanada em casa, nos primórdios da cidade, era luxo reservado aos cidadãos privilegiados numa sociedade tão desigual.  Daí provém a necessidade de tantas fontes, que aumentavam em número e tamanho, com o crescimento populacional e a sofisticação das classes mais privilegiadas. Veio, com o passar dos anos, a água para todos os lares, mas as fontes permaneceram lá, despejando água, disponível aos transeuntes, e utilizada pelos visitantes do mundo inteiro, que procuram a imponente sede do cristianismo mundial.
Veja-se a beleza de tantas outras fontes distribuídas pela magnífica e antiga metrópole, corroborando para conferir-lhe esse rosto singular e milenar. Por muitas vezes, no quente verão romano, vali-me dessas fontes para saciar a sede, como o faz muita gente que anda pela cidade, em locais em que não há venda de líquidos.
Fontana del Monte de Pietà

Fontana delle Rane
Fontana della chiesa di Sant'Alessio
 Fontana di Piazza della Rovere.
Fontana di Viale del Gianicolo.
Fontana del Papa Clemente XII.
La Fontana del Facchino.
Fontana del Moro, Piazza Navona, Roma.
Nasone
Fontanella del Vaticano.

Fontana del Borgo Pio.
Fontana della Piazza della Cancelleria.
Via della Cisterna, Fontana della Botte.


Fontana della Terrina, Piazza della Chiesa Nuova. lembra uma sopeira.
Fontanella dell'Acqua Marcia- Campidoglio.

 Fontanella di via di Porta Furba - Roma.
Fonte del Mascherone,Via Giulia, obra do Papa Giulio II.
Villa Borghese, Fontana delle Tartarughe.

Fontana di Piazza Cavour.
Vecchio Nasone

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