sábado, 29 de julho de 2017

Krishna: Sua Posição, Nascimento e Morada (2)

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Posted by Thoth3126 on 29/07/2017
Como o Senhor Krishna Nasceu no nosso Mundo Material, a Terra

O Ser Supremo em Sua forma como Sri Krishna apareceu neste planeta em torno de 3.113 a.C (cerca de 5.129 anos atrás, e no início do Calendário MAIA) e realizou Seus passatempos durante 125 anos, depois do que retornou à Sua morada espiritual. O Vishnu Purana (4.25) estabelece que o final da era do Kali-Yuga começou quando o Senhor Krishna deixou este planeta no entorno de 3.000 a.C.

Edição e imagens: Thoth3126@protonmail.ch
Krishna: o Seu Nascimento como um homem na Terra – Parte II
Por Sri Nandanandana – Fonte principal: http://voltaaosupremo.com

Há muitas histórias na literatura védica que narram como Krishna Se envolve em atividades amorosas com Seus amigos e parentes quando aparece neste mundo e como Ele realiza feitos incríveis que impressionam e maravilham a todos, tanto enquanto neste planeta quanto em Sua morada espiritual. Contudo, Ele traz Seu domínio espiritual e Seus numerosos devotos puros com Ele quando Ele faz Sua aparição e advento neste mundo.

Descrições das muitas atividades e passatempos que transcorrem no mundo espiritual se encontram em textos como Srimad-Bhagavatam, Vishnu Purana, Mahabharata, Chaitanya-charitamrita, Brihad-Bhagavatamritam e outros, os quais explicam os muitos níveis e a natureza ilimitada do reino espiritual. Com efeito, o corpo do Senhor Supremo é descrito como pleno de bem-aventurança eterna, verdade, conhecimento e o mais deslumbrante esplendor, além de ser a fonte de tudo o que existe.


Descreve-se que, quando o Senhor apareceu neste planeta nas encarnações de número dezenove e vinte, Ele fez Seu advento como o Senhor Balarama e o Senhor Krishna na família de Vrishni [a dinastia Yadu], e, assim o fazendo, removeu o fardo do mundo,naquele momento. (Srimad-Bhagavatam 1.3.23)

A história do nascimento do Senhor Krishna é uma narrativa única, e é apresentada no décimo canto do Srimad-Bhagavatam. Cerca de 5100 anos atrás, quando a Terra estava sobrecarregada pelo poder militar de indivíduos demoníacos que haviam assumido a forma de regentes e reis, o espírito da mãe Terra assumiu a forma de uma vaca e se aproximou do Senhor Brahma (Criador) em busca de socorro.

Preocupado com a situação da Terra, o Senhor Brahma, o Senhor Shiva (Destruidor, no sentido da renovação) e outros deuses foram até as margens do Oceano de Leite. Dentro desse oceano, está a ilha que é a residência do Senhor Vishnu (O mantenedor de tudo). Depois de oferecer orações ao Senhor Vishnu mentalmente, Brahma pôde entender o conselho que o Senhor lhe deu.

O Senhor Vishnu disse-lhe que logo apareceria (assumiria um corpo humano) na superfície da Terra a fim de abrandar o fardo causado pelos reis demoníacos. Por conseguinte, os deuses e suas esposas deveriam aparecer na dinastia Yadu a fim de servirem como servos do Senhor Krishna e ampliar o tamanho dessa dinastia.

Brahma, Shiva e outros deuses oram às margens do Oceano de Leite pelo advento do Senhor Krishna na Terra.

Um dia, então, Vasudeva, que viria a ser o pai de Krishna, e sua esposa, Devaki, estavam indo para casa em uma quadriga logo após sua cerimônia de casamento. O irmão de Devaki, o demoníaco rei Kamsa, estava conduzindo a quadriga. Então, uma voz de alerta veio do céu anunciando que Kamsa seria morto pelo oitavo filho de Devaki. Kamsa imediatamente se preparou para matar sua irmã, mas Vasudeva o instruiu e o convenceu a não proceder daquela forma.

O rei Kamsa não ficara satisfeito com as meras instruções, então Vasudeva disse que ele levaria todos os seus filhos a Kamsa conforme nascessem para que Kamsa os pudesse matar. Quando começaram a nascer as crianças, Kamsa, em um primeiro momento, decidira não as matar. Posteriormente, no entanto, Kamsa soube com Narada Muni que os deuses estavam aparecendo nas dinastias Yadu e Vrishni e estavam conspirando para eliminá-lo.

Kamsa, então, decidiu que todas as crianças nessas famílias deveriam ser mortas, e que Vasudeva e Devaki deveriam ser aprisionados em sua cadeia em Mathura. Narada Muni também disse a Kamsa que, em sua vida anterior, Kamsa fora um demônio chamado Kalanemi, que fora morto pelo Senhor Vishnu. Kamsa, disso conscientizado, ficou especialmente enfurecido e tornou-se um dedicado inimigo de todos os descendentes da dinastia Yadu.

Anantadeva (Balarama) primeiramente apareceu no ventre de Devaki como sua sétima gestação. Foi Yogamaya, a potência interna de Krishna, que fez o arranjo de transferir Anantadeva do ventre de Devaki para aquele de Rohini, a esposa de Nanda Maharaja, em Gokula, de quem Ele apareceu como Balarama. Então, com as orações e meditações de Vasudeva, o Senhor Krishna apareceu dentro do seu coração e, em seguida, dentro do coração de Devaki.

Os deuses oram a Devaki e ao Senhor Krishna em seu ventre.

A oitava gravidez de Devaki, então, foi a do próprio Krishna. Quando grávida de Krishna, ela tornou-se crescentemente iluminada, o que chamou a atenção de Kamsa, que quis matar Krishna. Assim, ele absorveu-se em pensar em Krishna. Devaki também chamou a atenção dos muitos deuses, que foram oferecer orações a ela e ao Senhor que em seu ventre gerava um corpo humano.

Quando o Senhor apareceu, Ele primeiro exibiu Sua forma de Vishnu com quatro braços para mostrar que Ele é o Senhor Supremo. Vasudeva e Devaki maravilharam-se e ofereceram-Lhe muitas orações. Contudo, temendo Kamsa, Devaki orou a Krishna pedindo-Lhe que recolhesse Sua forma de quatro braços e exibisse Sua forma humana de dois braços.

O Senhor também lhes contou que Ele aparecera duas outras vezes como filho deles na forma de Prishnigarbha e Vamanadeva. Aquela era a terceira vez em que Ele aparecia como filho deles para satisfazer-lhes o desejo. Naquela noite, durante uma tempestade, o Senhor Krishna desejou deixar a prisão e ser levado para Gokula. Pelo arranjo de Yogamaya, as algemas e os portões prisionais se abriram e os guardas adormeceram, em virtude do que Vasudeva pôde deixar a prisão e levar Krishna para Gokula, salvando assim a criança do perigo de Kamsa.

Krishna (Vishnu de quatro braços) faz Seu advento diante de Devaki e Vasudeva.

Nesse momento, a própria yogamaya nascia de mãe Yashoda como uma menininha. Quando Vasudeva chegou à casa de Nanda Maharaja, todos estavam em sono profundo. Ele, destarte, pôde colocar o Senhor Krishna nas mãos de Yashoda ao mesmo tempo em que pegava a bebezinha dela para a levar de volta consigo.

Quando retornou a prisão, colocou a bebê na cama de Devaki e se preparou para retomar seu lugar na prisão acorrentando-se novamente. Quando Yashoda despertou em Gokula, ela não conseguia se lembrar se havia dado à luz um bebê do sexo masculino ou feminino, e logo aceitou o Senhor Krishna como o seu bebê.

Quando a bebê, Yogamaya, começou a chorar de manhã, seu choro chamou a atenção dos carcereiros, que, então, notificaram o rei Kamsa do novo nascimento. Kamsa entrou violentamente na prisão a fim de matar a criança. Devaki suplicou-lhe que poupasse a bebê. Rejeitando o rogo da irmã, arrancou a menina de suas mãos e tentou atirar a bebê contra uma rocha.

Vasudeva leva Krishna recém nascido para fora da prisão silenciosamente.

Contudo, ela deslizou para fora de suas mãos e ergueu-se acima de sua cabeça, flutuando no ar enquanto exibia sua verdadeira forma adulta como a deusa Durga de oito braços. Durga disse a Kamsa que a pessoa pela qual ele estava procurando (Krishna) já havia nascido e estava em outro lugar.

Kamsa encheu-se de surpresa vendo que o oitavo filho de Devaki aparecera no sexo feminino e que o inimigo que ele temia havia nascido em outro lugar. Ele, então, libertou Devaki e Vasudeva, pedindo desculpas por tudo o que fizera. Todavia, após se consultar com seus ministros, Kamsa decidiu que o melhor a fazer era matar todas as crianças que haviam nascido nos últimos dez dias de maneira a tentar encontrar e matar seu inimigo, Krishna.

Assim tiveram início as atrocidades de Kamsa e seus ministros, pelas quais pagaria quando o Senhor Krishna o eliminasse. Antes desse dia, o Senhor Krishna começou Seus passatempos com Seus devotos em Gokula e Vrindavana a fim de exibir Suas características, personalidade e beleza únicas.

Vasudeva silenciosamente procede com a troca de bebês.

Deste modo, como Sri Uddhava explicou a Vidura, “o Senhor apareceu no mundo mortal através de Sua potência interna, Yogamaya. Ele veio em Sua forma eterna, que é perfeitamente apropriada para Seus passatempos. Esses passatempos foram maravilhosos para todos – até mesmo para aqueles orgulhosos de sua própria opulência, incluindo o próprio Senhor em Sua forma como o Senhor Vaikuntha.

Assim, o corpo transcendental de Sri Krishna é o ornamento de todos os ornamentos… A Personalidade de Deus, o controlador absolutamente compassivo tanto da criação material quanto da criação espiritual, é não nascido, mas, quando há atrito entre Seus pacíficos devotos e aqueles que estão nos modos da natureza material, Ele nasce assim como o fogo, acompanhado pelo mahat-tattva”. (Srimad-Bhagavatam 3.2.12,15)

Como Compreender Deus

Algumas vezes, as pessoas dizem que querem ver Deus, ou que Deus não é perceptível. Ambos os pontos são confirmados na escritura védica, mas com considerações adicionais sobre como podemos perceber o Ser Supremo. A Shvetashvatara Upanishad (4.20) explica: “Sua forma de beleza é imperceptível aos sentidos mundanos.

Kamsa ouve a mensagem de Durga.

Ninguém O pode ver meramente com os olhos materiais. Somente aqueles que conseguem, através da profunda meditação, devoção e de um coração puro, entender Krishna, a Personalidade Suprema de Deus, que reside no coração de todos, podem obter a libertação”.

A lila de Krishna, ou os Seus passatempos, acontecem eternamente no mundo espiritual, ao passo que parecem acontecer somente em certos pontos do tempo dentro da energia material. Contudo, quem purificou sua consciência pode testemunhar essas atividades mesmo enquanto no corpo material. Isso pode ocorrer especialmente nos locais sagrados (dhamas), onde as energias material e espiritual se justapõem e o mundo espiritual aparece dentro desta esfera material.

Tais lugares existem e incluem Vrindavana, Mathura, Jagannatha Puri, Dvaraka e assim por diante. E quando o Senhor está satisfeito com o seu serviço e devoção (Bhakti Yoga), Ele vai Se revelar para você. Desta forma, muitos devotos elevadíssimos e puros de Krishna foram capazes de ter um darshana pessoal do Senhor e testemunhar Seus passatempos mesmo enquanto no corpo material. Tais pessoas deixaram instruções para nós de modo que, seguindo-as, possamos ter a mesma experiência. Essa é a verificação de que o processo de devoção, bhakti-yoga, funciona e LIBERTA !

O Srimad-Bhagavatam (10.14.29) traz este ponto: “Meu Senhor, se alguém é favorecido por mesmo um mero traço da misericórdia de Teus pés de lótus, ele pode entender a grandeza Tua, ó Personalidade Suprema. Aqueles que recorrem à especulação como o meio para compreender a Suprema Personalidade de Deus são incapazes de Te conhecerem, mesmo caso prossigam estudando os Vedas por muitos anos”.

O Senhor Vishnu aparece diante de Dhruva em reciprocidade às suas atividades devocionais.

Uma vez que Krishna é o Ser Supremo e a fonte de todo desfrute, é de nosso maior interesse nos ocuparmos a Seu serviço, pois isso também nos conectará a Ele e nos dará o grande prazer e a bem-aventurança que sempre tentamos encontrar. Esse é o ponto do serviço devocional, chamado bhakti-yoga, que é o processo de conectar (yoga) com o Supremo através da devoção (bhakti). Desta maneira, nossa inerente propensão amorosa é direcionada ao amante supremo e ao objeto natural do amor: Deus. Não existe melhor maneira para encontrar Deus do que essa.

Em outras palavras, através da devoção não tentamos ver Deus, mas agimos de tal forma que Deus Se revele a nós. Então, tudo se concretiza. Não pode haver conquista maior na forma humana de vida na Terra do que isso. Tudo mais é temporário – vem e se vai. Somente as nossas conquistas espirituais duram eternamente, pois são ligadas à alma imortal. Por conseguinte, redespertar nosso relacionamento com o Supremo é (e DEVE ser) a meta mais elevada na existência humana.

Dado que o Senhor Krishna é a Suprema Personalidade, naturalmente há certas maneiras pelas quais O compreender. O segredo é explicado diretamente pelo próprio Senhor Sri Krishna quando Ele diz: “O conhecimento acerca de Mim, como descrito nas escrituras, é muito confidencial e tem que ser assimilado em conjunto com o serviço devocional. Estou explicando a parafernália necessária para esse processo. Podes receber isso cuidadosamente. Tudo o que é Meu, a saber, Minha verdadeira forma eterna e Minha existência transcendental, Minha cor, Minhas qualidades e Minhas atividades – que tudo se desperte dentro de ti por vivência fatual, por Minha misericórdia sem causa”. (Srimad-Bhagavatam 2.9.31-32)

Parikshit, já renunciado das atividades régias, ouve Shukadeva discorrer sobre o Senhor Krishna.

Para dar início a esse processo, o sujeito necessita ouvir de alguém que sabe e é familiarizado com as qualidades do Senhor Krishna e pode explicá-las a outros. Isso é estabelecido neste famoso verso:

“Àquelas grandes almas que têm fé inabalável tanto no Senhor quanto no mestre espiritual, todos os significados do conhecimento védico são automaticamente revelados”. (Shvetashvatara Upanishad6.23)

“Regularmente ouvindo, cantando e meditando nos belos tópicos do Senhor Mukunda [Krishna] com sinceridade sempre crescente, um mortal alcançará o divino reino do Senhor, onde o inviolável poder da morte não tem influência. Para esse fim, muitas pessoas, incluindo grandes reis, abandonaram seus lares mundanos e partiram para a floresta”. (Srimad-Bhagavatam 10.90.50)

Nessa declaração fica claro que, para aqueles que ouvem e entoam o santo nome e os tópicos referentes a Krishna, milhões de graves reações pecaminosas são prontamente reduzidas a cinzas. É claro que o momento mais importante para nos lembrarmos do Senhor e cantarmos Seu nome é a hora da morte. É por isso que é dito que aqueles que cantam “Krishna, Krishna” na hora que o corpo expira são indivíduos aptos para a libertação.

A Gopala-tapani Upanishad (1.6) afirma que “aquele que medita na Pessoa Suprema, glorifica-O e adora-O, obtém a libertação”.

Krishna (VISHNU) e Radharani (LAKSHMI)

Em conclusão, o Senhor Krishna explica de maneira simples:

“Porque és Meu amigo muito querido, compartilho contigo a parte mais confidencial do conhecimento. Ouve-Me falar-te isso, pois é para o teu benefício. Sempre pensa em Mim e torna-te Meu devoto. Adora-Me e oferece-Me tuas homenagens. Assim, virás a Mim impreterivelmente. Prometo-te isso porque és Meu amigo muito querido. Abandona todas as variedades de religião e simplesmente te rende a Mim. Libertar-te-ei de todas as reações pecaminosas. Não temas”. (Bhagavad-gita 18.63-66)

Mais informações sobre KRISHNA e a ÍNDIA:

Permitida a reprodução, desde que mantido no formato original e mencione as fontes.

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